Dois Arranjos foram até a Fundação Araucária encontrar formas de trabalhar em conjunto para mensurar a cultura científica do Paraná
Um evento marcou as discussões da criação de indicadores que possam medir a força da valorização da ciência e da cultura científica do nosso Estado. O I Encontro de Grupos de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas e Indicadores de CT&I no Paraná ocorreu na sede da Fundação Araucária (FA), na quinta-feira (22), e contou com a participação de membros do NAPI Paraná Faz Ciência (PRFC) e do NAPI Gestão e Difusão de Ciência e Tecnologia.
O encontro foi sugerido pelo PRFC, há alguns meses. Segundo um dos articuladores do Arranjo, Rodrigo Reis, o Paraná precisa construir indicadores para avaliar as políticas de divulgação científica e popularização da ciência. Como essa é uma tarefa complexa, “a nossa equipe pensou em convidar outros NAPIs que lidam com o mesmo desafio para dialogar e pensar estratégias juntos”.
As discussões foram mediadas pela doutora em Design e pesquisadora da Fundação Araucária, Marília de Souza. Pela manhã, foram realizadas três apresentações. Primeiramente, Marília expôs o projeto Research Design sobre Políticas Regionais e Nacionais de C,T&I associadas a Estudos de Futuro e Planejamentos Prospectivos, coordenado por ela, que vem sendo colocado em prática em parceria com o Canadá.
Em seguida, Caroline Coradassi, do NAPI Gestão e Difusão de C&T discorreu sobre a ação da equipe para determinar o Índice Geral de CT&I do Paraná. O grupo levantou e cruzou diferentes indicadores. “Esses dados foram sistematizados e são o resultado da primeira fase do Projeto. Estão sendo organizados em uma plataforma e serão disponibilizados até o final do ano para toda a população”, anunciou a articuladora do Arranjo, Déborah Bernett, também presente no evento.
A pós-doutora da equipe do NAPI Paraná Faz Ciência, Cibele De Biasi, mostrou a pesquisa que vem fazendo para encontrar métodos eficientes que possam contribuir para mensurar o capital científico dos paranaenses. “O NAPI atua em diferentes áreas da popularização da ciência e precisa destas informações para contribuir com a formulação de políticas públicas de valorização do conhecimento científico. Desta forma, podemos ajudar a apontar, por exemplo, onde os recursos devem ser investidos para fortalecer a cultura científica da nossa população”, explicou a pesquisadora do Paraná Faz Ciência. Ela estava acompanhada de outras integrantes do NAPI PRFC: Tamara Dias Domiciano, Edinalva Oliveira e Giselle Corrêa.
No período da tarde, o encontro trouxe uma dinâmica de roda de conversa por meio da plataforma Miro. O objetivo era fomentar uma reflexão coletiva acerca de quatro temas importantes para os NAPIs participantes: suas convergências; complementaridades; oportunidades de alavancagem; lacunas e sobreposições.
A necessidade de uma aproximação entre os Arranjos foi um dos tópicos mais comentados, até para maior eficácia das ações e resultados apresentados, incluindo sugestões como: compartilhamento de dados, experiências e indicadores, proposição de soluções em conjunto, possível utilização de uma mesma metodologia, bem como conceitos norteadores e, ainda, possibilidade de trabalhos em conjunto.
A professora Débora de Mello, outra articuladora do NAPI Paraná Faz Ciência, acrescentou “que é necessária a construção coletiva dos indicadores e as trocas de dados primários e secundários, mas, também, é importante uma parceria na divulgação dos resultados”.
Marília de Souza encerrou o debate dizendo que “ficou claro que temos muito mais em comum do que eventuais divergências e podemos nos ajudar. Existe um mundo de oportunidades a serem exploradas e esse encontro é só o início.”