Universidade vai gerir iniciativa que envolve oito instituições e tem financiamento da Fundação Araucária
Uma das ‘ferramentas’ para levar qualidade de vida à população do Paraná foi oficialmente criada em uma solenidade realizada, nesta terça-feira (25), no auditório do Núcleo de Educação à Distância, da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Trata-se do lançamento do NAPI Biodiversidade: serviços ecossistêmicos. Financiando pela Fundação Araucária (FA), esse é o primeiro Arranjo com coordenação geral vinculada à UEM. A cerimônia contou com a presença do reitor Leandro Vanalli e do diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da FA, Luiz Márcio Spinosa, entre outras autoridades e pesquisadores das instituições de ensino envolvidas no projeto.
O professor Spinosa fez uma breve apresentação do que a Fundação Araucária vem trazendo à ciência do Paraná com a criação e consolidação dos NAPIs – Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação, que já são 37. Segundo o gestor da FA, esses arranjos surgiram a partir de demandas socioeconômicas do Estado, que foram categorizadas em ecossistemas, os quais vêm ganhando projetos específicos, organizados em áreas prioritárias e são ‘entregues’ a responsabilidade de pesquisadores do Paraná, aproveitando a expertise de cada um e das universidades, que devolvem à sociedade, por meio de conhecimento, produtos e serviços, o investimento que o Estado faz em ciência e tecnologia.
“Temos uma capital intelectual que vale mais do que muitas das maiores empresas do Paraná. É esse capital, o conhecimento dos nossos pesquisadores e das nossas universidades que investimos, por meio dos NAPIs, junto com outros recursos. Conseguimos financiar ações e inovações para melhorar a qualidade de vida dos paranaenses, por exemplo, gerando empregabilidade e renda, gerando tecnologia para o campo. No caso do NAPI de Biodiversidade: serviços sistêmicos, os pesquisadores podem apontar como melhorar a agricultura paranaense, como preservar a água, recurso tão importante para a nossa vida”, explicou Spinosa.
NAPI da UEM – O professor da Universidade de Londrina e coordenador do NAPI Biodiverisidade, professor Halley Caixeta de Oliveira, contou que o Arranjo da UEM surgiu de uma oportunidade oferecida pela FA de desdobrar o tema que já vinha sendo tratado na UEL. Um edital lançado pela BiodivERsA Políticas globais, relacionado à biodiversidade e ao combate às mudanças climáticas, fez surgir um projeto internacional com a participação da UEL, que, mais tarde, se alinhou às áreas prioritárias para investimento em C&TI do Estado do Paraná. Nesse movimento foi criado o núcleo inicial para implantação do NAPI Biodiversidade, em Londrina.
“Mas como o tema é muito diverso e havia muitos pesquisadores e áreas a serem exploradas no nosso Estado neste tema, a própria Fundação Araucária, por meio do professor Spinosa, articulou o desdobramento do NAPI e, hoje, temos o Biodiversidade: Restore e o Biodiversidade: Serviços sistêmicos, com muitos interesses e pesquisadores em comum”, explicou Oliveira.
Segundo a coordenadora Cláudia Bonecker, o projeto NAPI Serviços Ecossistêmicos tem como objetivo atender às demandas do Paraná sobre ações e políticas sustentáveis, que garantam a manutenção dos serviços ecossistêmicos à sociedade. Para isso, de acordo com a bióloga, “é necessário trabalhar para a conservação e proteção da biodiversidade, avaliando os serviços ecossistêmicos associados aos ambientes aquáticos continentais, por exemplo, incentivando inovações tecnológicas e, também, promovendo a divulgação do conhecimento e a valorização da biodiversidade no Paraná”, especificou a pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupélia), da UEM.
O projeto conta com a participação de quatro instituições estaduais de ensino superior – UEL, Unioeste, Unespar e Unicentro, além da UEM; e três universidades federais – UFPR, UTFPR e Unila. Envolve 61 pesquisadores, entre docentes, discentes de graduação e pós-graduação, e técnicos.
A coordenadora de Biodiversidade da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Evanilde Benedito, professora da UEM e membro do Nupélia, ainda lembrou que ações como essas financiadas pelos Napi são capazes de formar novos pesquisadores e mão de obra qualificada para futuras pesquisas.
“Só nos NAPIs que envolvem o tema Biodiversidade temos a participação de 27 programas de pós-graduação e de 42 cursos de graduação. São alunos ganhando experiência e passando por processos de integração nos laboratórios. Isso é um cenário riquíssimo, que garante a renovação da ciência no Paraná. Parabéns à Fundação Araucária por essa iniciativa”, declarou a representante da Capes.
Comunicação com a sociedade – A representante das Instituições Estaduais de Ensino Superior Público do Paraná, na Fundação Araucária, professora Débora de Mello Sant’ Ana, anunciou o suporte da Fundação aos Arranjos, por meio do NAPI que coordena, o de Comunicação e Divulgação Científica. “Estamos abertos a divulgar as ações tão importantes que vocês já desenvolvem, mas precisam ser conhecidas pelas pessoas comuns. Estamos começando nosso trabalho para dar esse apoio por meio de projetos de extensão e comunicação”.
A solenidade transmitida, ao vivo, pelo canal da Fundação Araucária no Youtube, contou com a participação remota do diretor geral da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), representando o secretário, Aldo Bona, Michel Jorge Samaha. O professor declarou que espera ver, muito breve, os resultados das ações dos 61 pesquisadores envolvidos no NAPI Serviços Ecossistêmicos.
“Os dados fornecidos por eles podem ser fundamentais para sustentar políticas públicas que nos ajudem a enfrentar os desafios ambientais que temos pela frente, permitindo que possamos avaliar de forma correta os serviços ecossistêmicos e traçar projetos de governança com orientação baseada em informações científicas”, declarou Samaha.
Representando o reitor da UEM, que precisou se ausentar por causa de um compromisso, o diretor de pós-graduação da universidade, professor Carlos Humberto Martins, lembrou que o Paraná é um dos estados que mais investem em ciência e tecnologia no país. “Isso reforça que nossa política nesta área é a de retornar à sociedade o conhecimento, levando melhoria de qualidade de vida às pessoas, como propõe o NAPI de biodiversidade”.