Passados três anos de atividades, o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Taxonline conseguiu reunir e melhorar o acesso a 50 coleções das áreas da Botânica, Zoologia e Microbiologia, apontadas como a sustentação para o desenvolvimento de pesquisas sobre biodiversidade. A Rede Paranaense de Coleções Biológicas reúne, hoje, 18 instituições, entre elas a UEL, representada por coleções microbiológica, zoológica (Museu de Zoologia) e de botânica (Herbário), todas localizadas no Centro de Ciências Biológicas (CCB). Além de melhorar as condições de guarda das coleções, o investimento resultou em uma patente verde, uma transferência de tecnologia e na descrição de pelo menos 20 novas espécies de peixes, borboletas e crustáceos, além do uso de mais de 130 amostras utilizadas para novas espécies vegetais.

Por meio do projeto foram investidos R$ 218 mil, recursos da Fundação Araucária, do Governo do Paraná. As coleções de microbiologia, zoologia e de botânica foram organizadas em plataformas online que permitem a consulta de pesquisadores em qualquer parte do mundo. Todas estão disponíveis em portais especializados como a Rede SpeciesLink, o Sibbr (Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira) e o Gbif (Global Biodiversity Information Facility).

O professor Luciano Panagio, do Laboratório de Micologia Médica e Microbiologia Bucal da UEL, sustenta que a identificação de novas espécies representa um ganho para a sociedade, que se beneficia com pesquisas relacionadas à heterogeneidade biológica. Dessa forma, organizar esse patrimônio genético em uma plataforma online facilita os estudos e democratiza o acesso ao conhecimento. Nesses três anos de atividades, as 18 instituições de pesquisa paranaenses envolvidas no Napi Taxonline identificaram mais de 230 espécies novas de grupos diversos como insetos, bactérias, fungos, plantas, anelídeos, ascídeas e peixes.

A expectativa é de que o projeto possa ser renovado para garantir recursos para bolsistas, aquisição de material de consumo, manutenção predial e de equipamentos. Outra preocupação é quanto à contratação de técnicos especializados para manter as coleções, auxiliar na atividade de catalogação e para receber e enviar materiais.

Para o professor José Eduardo Lahoz, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal (BAV) e responsável pelo Herbário da UEL, as coleções representam um patrimônio institucional, aberto a pesquisadores que necessitam de informações para o desenvolvimento de pesquisas em qualquer lugar do mundo. Esses arquivos são bancos de informações fundamentais sobre a fauna e a flora, inclusive sobre espécies que desapareceram.

Segundo o professor José Birindelli, do mesmo departamento, que coordena o Museu de Zoologia da UEL, o Napi Taxonline é um projeto de destaque em todo o país, uma rede disponibilizada na internet e que reúne 50 coleções. Ele acrescenta que um acervo organizado obedece resoluções ambientais que orientam como devem ser mantidas essas coleções. Além de garantir a conservação, é fundamental que todas as espécies estejam catalogadas, com os registros disponibilizados em rede.

Acervo

A Coleção Microbiológica da UEL existe desde 2012 e possui um acervo de fungos e bactérias de interesse biotecnológico. Durante a vigência do NAPI Taxonline, a coleção recebeu equipamentos e insumos para isolamento, identificação e armazenamento de microrganismos. Entre os resultados obtidos nesse período estão uma patente verde concedida, uma transferência de tecnologia e a produção de sete dissertações de mestrado, três teses de doutorado e um prêmio concedido pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

As atividades desenvolvidas junto ao Laboratório de Micologia foram reconhecidas na 1ª edição do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), em 2021, uma iniciativa da Fundação Araucária, Sebrae/PR e Seti. O professor Admilton Gonçalves de Oliveira Junior, do Departamento de Microbiologia, foi um dos selecionados no Programa, que busca o desenvolvimento econômico e social a partir da transferência dos resultados das pesquisas acadêmicas realizadas nas universidades estaduais.

Já o Herbário da UEL iniciou suas atividades em 1982, como iniciativa pioneira de professores do CCB. Atualmente, existem 55.242 espécies registradas, todas disponibilizadas online. São 6.421 espécies de Angiospermas, Gimnospermas e samambaias, amostras provenientes principalmente do Paraná, mas também coletadas em outros estados brasileiros e países vizinhos. O acervo conta também com 133 amostras que foram utilizadas para a descrição de espécies novas entre 1983 até 2018. Essas amostras são chamadas de Tipos Nomenclaturais e merecem muito cuidado durante a conservação.

Nos últimos três anos a equipe do Museu de Zoologia publicou 61 artigos e conseguiu o feito de descrever oito espécies de peixes (Hypomasticus santanai, Megaleporinus gaiero, Schizodon trifasciatus, Hopliancistrus mundurucu, Hopliancistrus wolverine, Hopliancistrus xikrin, Rhyacoglanis rappdanielae, Rhyacoglanis varii). Também foram descritas cinco espécies de borboletas (Symmachia uiraçu, Symmachia atlântica, Memphis smalli, Alesa negra, Alesa juliae) e sete de crustáceos – Aegla okora, Aegla nebeccana, Aegla jacutinga, Aegla buenoi, Aegla santosi, Aegla nanopedis, Aegla abrupta. Nestes três anos foram depositados 26 mil espécies de peixes, 1,5 mil de crustáceos e 10 mil espécies de borboletas.

As atividades de contato com o meio científico continuam, nesta terça-feira (25), na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). No espaço da SBPC Jovem, diversos projetos e trabalhos estão sendo apresentados aos visitantes. Dentre eles, um promete explorar os cinco sentidos do ser humano.

O espaço “Jardim das Sensações”, organizado pelo Programa de Educação Tutorial (Pet) do curso de Farmácia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), tem como objetivo apresentar ao público mais jovem a importância das plantas medicinais. O stand também visa mostrar os processos pelos quais essas plantas passam até a produção de medicamentos, óleos essenciais e outros produtos derivados.

Foto: Thiago Fedacz

O passeio começa pelo sentido da visão. Nesse primeiro momento, os visitantes observam as diferentes plantas e as suas características perceptíveis a olho nu. Na sequência, é possível observar aspectos mais detalhados das folhas a partir de um microscópio.

Depois da visão, são o paladar e o olfato que passam a ser protagonistas da exposição. Os visitantes são expostos a um jogo, cujo objetivo é acertar de qual planta vem o chá que estão tomando. Para isso, o aroma e o sabor se tornam essenciais na identificação das folhas.

Em direção ao fim da atividade, quem passar por ali vai poder entender um pouco mais sobre o processo de separação dos diferentes componentes que são produzidos a partir da planta. Nesse momento, os participantes são convidados a conhecer as diferentes texturas das folhas a partir do toque, bem como os cremes e óleos que são gerados a partir do extrato da planta.

De acordo com o professor Carlos Eduardo Rocha Garcia, tutor do grupo Pet Farmácia, atividades como essa podem ser a porta de entrada para futuros pesquisadores: “Observamos que muitos alunos do nosso curso de Farmácia relatam o impacto positivo da Feira de Profissões da Universidade Federal. Lá, eles viram exposições desse tipo e se movimentaram para vir para o curso de Farmácia e para quererem realizar uma iniciação científica. Esse é o nosso objetivo: despertar, na sociedade, quanto mais jovem possível, a ideia de que a ciência é a alternativa para o desenvolvimento”, afirma.

Por Thiago Fedacz, sob supervisão de Bruna Soares

No dia em que se celebra a Proteção às Florestas, 17 de julho, o Paraná Faz Ciência destaca a pesquisa realizada pela Rede MapBiomas, formada por universidades, startups de tecnologia e ONGs, que revelou como as mudanças de uso e cobertura da terra afetam os estoques de carbono orgânico do solo ao longo dos últimos 37 anos. Um dos destaques do levantamento é a informação de que a Mata Atlântica e o Pampa são os biomas que mais estocam carbono por hectare.

Esses estudos coordenados pelos professores da UTFPR, Alessandro Samuel-Rosa (Campus Santa Helena) e Taciara Zborowski Horst (Campos Dois Vizinhos) analisaram os mapas anuais do solo brasileiro de 1985 a 2021. Além disso, foram coletadas 9650 amostras de estoque de carbono no campo. 

Segundo a publicação, divulgada no dia 21 de junho, do total de 37 bilhões de toneladas (gigatoneladas – Gt) de carbono orgânico do solo (COS) existentes no Brasil em 2021, quase dois terços (63%) estão estocados em solos sob cobertura nativa estável (23,4 Gt COS). Apenas 3,7 Gt COS estão estocados em solos de áreas que foram convertidas para uso antrópico desde 1985. Mais da metade (quase 20 Gt COS) fica na Amazônia. Mas quando se analisa o estoque médio de COS por hectare, Mata Atlântica e Pampa se destacam com os maiores valores: média de 50 t/ha e 49 t/ha, respectivamente, enquanto na Amazônia este valor é de 48 t/ha. Os menores estoques são encontrados na Caatinga (média de 31 t/ha). 

Entre 1985 e 2021, a quantidade de carbono estocado no solo coberto por floresta no Brasil reduziu de 26,8 Gt para 23,6 Gt. “Isso significa que o carbono neste solo, agora sob agricultura, pode ser mais frágil e assim ser perdido se o manejo do solo agrícola não for conservacionista”, explica o professor Alessandro Samuel-Rosa. 

Segundo o professor Alessandro, o diferencial do novo estudo está no fato dos levantamentos serem anuais. “Temos os mapas anuais de uso da terra de 37 anos, o que nos destaca perante os materiais anteriores. Ou seja, temos 37 mapas de pesquisa dos estoques de carbono do país. O mapeamento foi realizado com base em bancos de dados abertos, algoritmos de aprendizado de máquina e computação em nuvem”, completa.

“Essa iniciativa visa desvendar a evolução dos recursos do solo ao longo do tempo e do espaço, adotando uma abordagem científica aberta e colaborativa. Ainda é uma versão beta, sujeita a muitos aprimoramentos, mas é um avanço importante no mapeamento digital de solos e oferece subsídios valiosos para a conservação e uso sustentável do solo no Brasil”, afirma a pesquisadora Taciara Horst.

A publicação está disponível no site do MapBiomas.

Por biomas

Amazônia: em termos absolutos, possui o maior estoque de COS do Brasil, com 19,8 Gt em 2021. Desse total, 87% (17,4 Gt COS) ficam em áreas naturais. As áreas antrópicas, por sua vez, armazenam apenas 2,4 Gt COS. Embora o estoque médio por hectare do bioma seja de 48 t/ha, essa média sobe para ~50 t/ha no caso das formações florestais. Nas áreas de pastagem, estima-se estoque de ~40 t/ha.

Cerrado: a savana mais biodiversa do planeta e segundo maior bioma do país armazenava  8,1 Gt COS em 2021 – 3,8 Gt COS nas áreas antrópicas e mais da metade (4,3 Gt COS) em áreas naturais. A Formação Savânica apresenta o maior estoque médio ~39 t/ha.

Mata Atlântica: em 2021, o estoque de carbono no solo deste bioma somava 5,5 Gt COS em 2021. Desse total, as áreas naturais respondem por 2,1 Gt COS. As áreas antrópicas, por sua vez, armazenam 3,4 Gt COS. A diferença em favor das áreas antropizadas reflete o alto grau de desmatamento do bioma: analisando o tipo de cobertura da terra, porém, constata-se que a Formação Florestal apresenta o maior estoque médio: ~56 t/ha. Enquanto nas áreas de agricultura, o estoque é de ~49 t/ha.

Pantanal: a maior área úmida continental do planeta armazenava 0,6 Gt COS em 2021. Ao todo, o bioma armazenava 0,6 Gt de COS em 2021 – a quase totalidade (0,5 Gt COS) em áreas naturais. As áreas antrópicas respondem por 0,1 Gt COS. A Formação Campestre apresenta o maior estoque médio: ~38 t/ha. Em áreas de pastagem, observa-se estoque de ~28 t/ha.

Pampa: armazenava 0,9 Gt COS em 2021. Mais da metade desse total (0,5 Gt COS) estão em áreas naturais, com a Formação Campestre respondendo por ~51 t/ha.  Nas áreas de agricultura, observa-se estoque de ~53 t/ha. Outras áreas antrópicas, por sua vez, armazenam apenas 0,4 Gt COS.

Caatinga: é o menor estoque de carbono do Brasil na média por hectare. Quase dois terços desse total (63%, ou 1,7 Gt COS) estavam armazenados em áreas naturais. As Formações Savânica e Campestre apresentam o maior estoque médio ~31 t/ha. Já as áreas antrópicas armazenam 1,0 Gt COS.

Solo

O solo é um dos quatro grandes reservatórios de carbono do planeta, junto da atmosfera, os oceanos e as plantas, que absorvem carbono em seu processo de crescimento. Se estoca carbono orgânico, o solo quando em estado de degradação pode liberar o elemento para a atmosfera na forma de gás carbônico e metano, agravando as mudanças do clima. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), um terço dos solos do mundo está moderada ou altamente degradado e a erosão do solo, que arrasta entre 20 e 37 bilhões de toneladas da camada superior do recurso anualmente, reduz a capacidade do solo de armazenar e reciclar carbono, nutrientes e água. 

Rede Mapbiomas

O MapBiomas é uma iniciativa multi-institucional que tem como foco monitorar as transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil, Indonésia e territórios sensíveis da América do Sul. Atualmente possui uma plataforma atualizada e detalhada base de dados espaciais de uso da terra, disponível no mundo. Todos os dados, mapas, métodos e códigos do MapBiomas são disponibilizados de forma pública e gratuita.

O MapBiomas oferece uma completa série de mapas anuais de cobertura e uso da terra no Brasil, com 25 classes mapeadas desde 1985 em uma escala de 30 m de resolução, entre outros produtos de mapeamento.

Com informações da MapBiomas

Crédito da imagem: Decom

O Instituto Água e Terra (IAT) e a Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná (Unicentro), de Guarapuava, renovaram o convênio que permite a continuidade do funcionamento do Centro de Atendimento à Fauna Silvestre (CAFS) dentro do campus da instituição. A renovação tem validade até maio de 2024. A parceria em prol dos cuidados com os animais silvestres entre os órgãos estaduais teve início em 2020.

Atualmente, existem quatro CAFS em funcionamento no Estado. Além de Guarapuava, há unidades em Londrina, Maringá e Cascavel. Os centros são responsáveis pelo atendimento médico-veterinário à fauna silvestre nativa e exótica resgatada no Paraná, vítimas de acidentes ou maus-tratos, com o objetivo de devolver os animais com saúde para a natureza.

A unidade de Guarapuava, por exemplo, atende cidades da região central, o Centro-Sul, Litoral, Sudoeste, Noroeste e Metropolitana de Curitiba. É o segundo do Estado, entre os CAFS conveniados pelo IAT, que mais ajudou na reabilitação da fauna paranaense. Foram atendidos 762 animais entre outubro de 2020 e maio de 2023. Fica atrás apenas do centro instalado em Londrina, no Centro Universitário Filadélfia (Unifil), que registou a entrada de 1.904 animais apenas em 2022.

“Os Centros de Atendimento à Fauna Silvestre têm dado uma segunda chance para os animais que entram machucados, passam por tratamento e reabilitação, e ganham uma nova possibilidade de serem soltos novamente na natureza. É algo essencial para a fauna do Paraná”, afirmou a veterinária do IAT, Fabiana Baggio.

ESTRUTURA – O Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS) é um local preparado para receber, identificar, marcar, triar, avaliar, e estabelecer tratamento veterinário para animais acolhidos por órgão ambiental em ações de fiscalização, resgates ou entrega voluntária por particulares.

A permanência dos animais depende do tempo necessário para sua recuperação. O destino pode ser a soltura no habitat natural ou, quando é um risco devolvê-lo para a natureza, são encaminhados a criadouros habilitados pelo IAT, ou mantenedores individuais, igualmente habilitados.

Por meio da união do Instituto Água e Terra e universidades paranaenses com clínica-escola veterinária,  garantem esse atendimento nas quatro unidades do Estado, resultados de parcerias com o Centro Universitário Filadélfia (Unifil), de Londrina; Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), de Guarapuava; Centro Universitário de Cascavel (Univel) e Unicesumar, de Maringá.

CONTATO – Ao avistar algum animal silvestre ferido ou para denúncias de atividades ilegais contra animais, entre em contato pela Ouvidoria do Instituto Água e Terra ou com o Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde, da Polícia Militar do Paraná.

Se preferir, ligue para o Disque Denúncia 181. Informe de forma objetiva e precisa a localização e o que aconteceu com o animal. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem fazer o atendimento.

Iniciativa reúne UEM e instituições para promover desenvolvimento sustentável e o uso racional de energia

O Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Energia Zero-Carbono (NAPI EZC) aprovado no início deste trimestre pelo Governo do Paraná, por meio da Fundação Araucária (FA), da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e, publicado no Diário Oficial do Estado, terá um orçamento total de R$2,3 milhões para o financiamento do projeto, que reúne a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e outras instituições públicas paranaenses (UEL, Unicentro, UFPR, UTFPR e IFPR/Paranavaí), além de incubadoras de empresas, Parques Tecnológicos Industriais e empresas de base tecnológicas, com a finalidade de promover o desenvolvimento de produtos e processos incorporando a EZC. 

O projeto busca agregar valor, reduzir custos e gerar renda. O NAPI EZC é uma iniciativa inovadora formada por intermédio de uma rede estadual que congrega pesquisadores, estudantes e empreendedores com olhares e ações voltadas ao desenvolvimento sustentável de base tecnológica e inovadora, pautado no uso de Energias Inteligentes. 

De acordo com o coordenador geral do projeto NAPI EZC e professor do Departamento de Física da UEM, Ivair Aparecido dos Santos, “neste arranjo, a pesquisa, o ensino e a extensão devem atuar nos temas de interesse voltados ao desenvolvimento sustentável e uso de energias Inteligentes (com foco no uso racional e autogeração de energia)”. 

A proposta é criar e disseminar a cultura do empreendedorismo tecnológico dentro da Universidade, com base no desenvolvimento de soluções em geração/conversão de energia zero-carbono e sua integração às soluções práticas interligadas ao desenvolvimento de tecnologias e produtos inovadores por startups. Além disso, o NAPI EZ pretende criar mecanismos de intensificação da relação universidade-empresas de transferência direta de tecnologia e de estímulo à inovação em Energia Zero-Carbono e também da formação de recursos humanos qualificados e de forte viés empreendedor.

O investimento destinado à UEM para executar esse projeto será de R$ 994.200. Deste montante, 80% serão destinados, exclusivamente, ao financiamento de bolsas, contribuindo assim para a formação de profissionais/pesquisadores altamente qualificados. O NAPI EZC pretende ainda proporcionar a seu público-alvo (estudantes/empreendedores) uma formação acadêmica diferenciada, referente ao uso racional de energia, no contexto da introdução de práticas ESG em startups, “já que as bolsas estão disponíveis na UEM (oito para mestrado e 16 de iniciação tecnológica) e os editais serão lançados no próximo mês (julho), para início dos trabalhos dos bolsistas em agosto”, reforçou Ivair dos Santos.  

Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Energia Zero-Carbono (NAPI EZC)

Visa contribuir para o desenvolvimento sustentável do Paraná, pautando-se na busca da inovação científica e na promoção do empreendedorismo, no meio acadêmico.

Objetivos: Promover a pesquisa, o ensino, a extensão e o empreendedorismo no meio acadêmico e em sua esfera de influência.

Benefícios para os acadêmicos e pós-graduação da UEM: Possibilidade do recebimento de bolsas de mestrado e iniciação tecnológica.

 Investimentos

Orçamento total aprovado para o financiamento deste projeto: 

Valor Global: R$2.361.000.

Valor destinado ao NAPI EZC/UEM: R$ 994.200,00 executados, exclusivamente, pela UEM, sendo que, deste montante, 80% serão destinados, exclusivamente, ao financiamento de bolsas, contribuindo para a formação de profissionais/pesquisadores, além de formação acadêmica diferenciada no que se refere à inovação e ao empreendedorismo.

 Coordenadores do NAPI/EZC:

Ivair Aparecido dos Santos – Coordenador Geral

Valdirlei Fernandes Freitas – Unicentro – Coordenador Local

Luiz Gustavo Davanse da Silveira – UFPR – Coordenador Local

Diogo Zampieri Montanher – UFPR – Coordenador Local

Eduardo Augusto Castelli Astrath – IFPR/Paranavaí – Coordenador Local

Alexandre Urbano – UEL – Coordenador Local

Equipe da UEM:

Ivair Aparecido dos Santos – DFI – Coordenador Geral

Luiz Fernando Cótica – DFI – Vice-Coordenador

Gustavo Sanguino Dias – DFI – Pesquisador

Eduardo Radovanovic – DQI – Pesquisador

Sandro Lautenchlager – DEC – Pesquisador

Sílvia Luciana Fávaro – DEM – Pesquisadora

Marcelo Farid Pereira – DCO – Pesquisador

Sobre:

ESG: Inicialmente é uma sigla, em inglês, que significa environmental, social and governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. O termo foi criado em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, intitulada Who Cares Wins. Os critérios ESG estão totalmente relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a ONU e várias entidades internacionais.

Energia Zero-Carbono: Esse conceito está diretamente ligado à transformação de diversas formas de energia em energia elétrica, mas sem a emissão de gases à base de carbono, como CFCs e dióxido de carbono. Zero-Carbono significa que nenhuma emissão de carbono está sendo produzida a partir de um produto ou serviço (por exemplo, um parque eólico gerando energia elétrica ou uma bateria fornecendo eletricidade a um dispositivo).

O Museu de Ciências Naturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCN-UEPG) inaugurou a exposição permanente Jardim Geológico do Paraná-Coleção Bigarella, na última quinta-feira (18), às 14h. O evento ocorreu na área externa ao museu, no Centro de Convivência do Campus Uvaranas e integrou as atividades da 21ª Semana Nacional de Museus.

A exposição é um espaço interativo ao ar livre, onde os visitantes podem caminhar e conhecer as diferentes formações rochosas encontradas no Paraná. Outras duas exposições temporárias foram inauguradas no mesmo dia, na área interna do Museu.

O Jardim tem a forma do mapa do Paraná, forrado em pedrisco, com exemplares de rochas, dispostas sobre a região do estado em que foram coletadas, com placas explicativas sobre elas. As peças que compõem a mostra foram cedidas ao acervo do MCN pela Fundação João José Bigarella (Funabi), que repassou ao MCN mais de quinhentas amostras de rochas, fósseis e cristais coletados pelo geólogo paranaense que dá nome à Fundação. Além das rochas que compõem o Jardim Geológico do Paraná- oleção Bigarella, as demais peças, incorporadas ao acervo do Museu, serão utilizadas em futuras exposições e para consulta em pesquisas científicas.

O diretor do MCN, professor Antonio Liccardo, explica que o objetivo da exposição é dar visibilidade à diversidade geológica do Paraná e ao trabalho do professor Bigarella (1923-2016), referência nos estudos geológicos, além de oferecer uma opção de lazer no espaço em que está instalada. “A exposição encontra-se num local de passagem, onde pode ser visitada e apreciada pela comunidade universitária e visitantes até em dias que o museu está fechado. Estamos oferecendo à comunidade que utiliza o campus um espaço que une lazer e divulgação científica”. O diretor explica que o Jardim também integra o projeto Campus Parque, que tem o objetivo de atrair a comunidade a utilizar o Campus Uvaranas como espaço de lazer, por meio de espaços, como a exposição, e ações culturais.

A instalação do Jardim Geológico do Paraná-Coleção Bigarella foi feita por alunos do Departamento de Geociências (Degeo) da UEPG, sob orientação do diretor do Museu, e contou com apoio de servidores da Pró-reitoria de Planejamento (Proplan). Licardo avalia que, para a formação dos alunos, a experiência de montar o Jardim foi enriquecedora. “Foi um momento de pôr em prática o que viram em sala de aula. Todos nós pudemos conhecer mais sobre o Paraná durante a montagem”, comenta. O Jardim Geológico ficará aberto todos os dias para visitação, com entrada gratuita. 

Texto: Gabriel Miguel | Fotos: Jéssica Natal

Dois temas bem curiosos: fungos e matemática. Eles são o foco do Conexão Ciência – C², desta semana. O projeto é uma das iniciativas do NAPI de Educação para a Ciência e Divulgação Científica, financiado pela Fundação Araucária. O objetivo é criar a Rede Paranaense de Popularização da Ciência, a Repopar, com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

“Reino Fungi, o nosso malvado favorito” e “Matemática? Não, curiosidade, estratégia e diversão”, que foram publicadas dia 13 de abril, são os títulos das reportagens do C², uma iniciativa dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI) e financiada pela Fundação Araucária. O projeto tem como objetivo a criação da Rede Paranaense de Divulgação Científica e agrupando as Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES).

A série “The Last of Us” lançada no começo do ano de 2023, trouxe o enredo sobre fungos. O Cordyceps sofre uma mutação e passa a contaminar os seres humanos. Baseado neste roteiro, os telespectadores começaram a ter dúvidas se os fungos existiam ou se era possível a contaminação humana. Com o objetivo de desmistificar o tema, professores pesquisadores responderam essas e mais perguntas na reportagem sobre o Reino Fungi.

Saindo do ramo de biológicas e indo para de exatas, uma reportagem fala de propostas que podem resolver a forma cansativa de aprender matemática transformando em divertida, por meio de jogos e materiais manipulativos. Alguns destes laboratórios é o Matemativa – Exposição Interativa de Matemática, que contém um espaço físico no Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI) no campus sede da UEM e divulga exposições em eventos culturais e científicos de Maringá e região. O MUDI fica aberto de terça a sexta e domingo, de 8h às 11h e 14h às 17h.

Acesse o Conexão Ciência e divirta-se!

Pesquisadores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Foz do Iguaçu e da University of New South Wales (Austrália) estão desenvolvendo uma armadilha inteligente para combater o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como dengue, Zika e chikungunya.

A armadilha, tem como objetivo capturar e identificar as espécies de mosquitos de forma automática, utilizando inteligência artificial. A tecnologia utilizada na armadilha permite determinar em tempo real a quantidade de mosquitos capturados no ambiente ao longo do tempo. Essas informações permitirão, por exemplo, atualizar o registro sobre os focos de mosquito encontrados, ajudando as autoridades de saúde a direcionarem as ações de combate ao Aedes aegypti de forma mais eficaz.

Para o pesquisador e professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação da Unioeste, André Maletzke, por se tratar de uma tecnologia em desenvolvimento – onde a Unioeste é o braço brasileiro do projeto que conta com recurso 100% internacional – ainda existem alguns desafios a serem vencidos e perguntas a serem respondidas. Embora a tecnologia tenha passado por diversos testes em laboratório e em condições de semicampo, os próximos meses serão de muito aprendizado, pois se espera que a tecnologia seja colocada em campo, com o apoio de órgãos de vigilância, pela cidade. O pesquisador espera que essa nova fase de testes pela cidade traga uma série de dados que permitam aperfeiçoar a tecnologia e adequá-la ao manejo diário.

O pesquisador lembra que diversos avanços foram realizados na tecnologia ao longo dos anos para aumentar a capacidade em identificar espécies e outros parâmetros. “A ideia era encontrar uma assinatura baseada no som (aquele barulhinho insuportável) que cada mosquito emite e usar essa assinatura para identificá-los. Para isso, métodos de inteligência artificial têm sido adaptados sob medida para o problema”. No início queríamos tornar a tecnologia capaz de diferenciar automaticamente mosquitos de outros tipos de insetos como abelhas e moscas. O professor lembra que são poucos os insetos responsáveis por transmitir doenças e que a maior parte das espécies são benéficas ao ser humano. Com o passar do tempo a pesquisa evoluiu e as metas ficaram mais ambiciosas.

Atualmente, já é possível, por exemplo, identificar mosquitos por espécie, sexo e inclusive por tamanho. Os avanços no software também permitiram aumentar o nível de precisão na contagem das espécies capturadas”, diz. 

O professor André Maletzke conta que a pesquisa está em constante evolução e que a tecnologia desenvolvida também tem sido utilizada para estudar o comportamento dos mosquitos e sua interação com o meio ambiente. “Quanto mais soubermos sobre esses insetos e seu comportamento em diferentes condições ambientais e de forma rápida, maior será nossa capacidade de intervir para mitigar surtos de doenças no futuro”, diz.

O Herbário da Universidade Estadual de Maringá (HUEM) e o Herbário do Nupélia (HNUP/UEM) são dois espaços desvendados em uma das matérias publicadas pelo Conexão Ciência – C², desta semana. O projeto é uma das iniciativas do NAPI de Educação para a Ciência e Divulgação Científica, financiado pela Fundação Araucária. O objetivo é criar a Rede Paranaense de Popularização da Ciência, a Repopar, com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

Os Herbários podem ser comparados a um grande museu com milhares de exemplares de muitas famílias e variadas espécies de diferentes gêneros, que testemunham vidas passadas e atuais, e servem de guia para futuras necessidades de recomposição de fauna e flora. Os pesquisadores e curadores chamam de exsicatas, nome que deriva do latim “exsiccãtta” e significa “restos ressecados.” Os dois espaços da UEM estão localizados no campus sede com acervos disponíveis fisicamente e em plataformas on-line.

A coleção botânica que compõe o acervo do HUEM está sendo registrada desde o fim da década de 1970 com exemplares da Floresta Estacional Semidecidual do norte e noroeste do Paraná, enquanto as coleções do HNUP têm depositados exemplares coletados na planície de inundação do Alto Rio Paraná.
Animais – Os peixes também são personagens do C² nesta semana. Esses animais são ricos em proteína, vitaminas, minerais, gorduras boas em função dos ácidos graxos poliinsaturados, sendo o ômega 3 o mais falado quando se trata deste alimento. Esses elementos são super benéficos para a saúde, além de serem essenciais para a prevenção e combate de várias doenças. Por isso, muitos médicos e nutricionistas recomendam o consumo dos pescados de 2 a 3 vezes na semana.

Aí você se pergunta, como é que fica a vida daqueles que não gostam de peixe? Então, vem conhecer a pesquisa do Grupo de Estudos de Produtos de Origem Animal (Gepoa), do Departamento de Zootecnia (DZO), da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A equipe prova que existem condições de aproveitar o resíduo de peixes como a tilápia, produzindo uma farinha e em um concentrado proteico de peixe, para uso na alimentação humana.
E a reportagem não fala de aproveitamento de resíduos de peixe só na alimentação. O grupo também pesquisa a qualidade do couro de algumas espécies para a aplicação na confecção de vestuário e de calçados.

Quer saber mais? Acesse o Conexão Ciência – C², que essa semana ainda traz a segunda temporada do podcast Caminhos de Severino, uma viagem cultural ao nordeste do Brasil.

Iniciativa propõe o descarte adequado de escovas de dentes usadas; material recolhido será reciclado

Cinquenta ecopontos para descarte adequado de escovas de dentes usadas foram inaugurados, nesta quarta-feira (22), pela manhã, no auditório Hélio Moreira, localizado na Prefeitura Municipal de Maringá. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Insight Odonto, empresa júnior de odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), com a Secretaria de Limpeza Urbana (Seurb) do município.  

A ideia de desenvolver o ecoponto foi inspirada em um projeto semelhante em Portugal. Em abril de 2022, foi instalado na Clínica Odontológica da UEM o primeiro ecoponto do Brasil com esta finalidade. “Quisemos expandir nossa ideia para que todos tivessem acesso a esses espaços. Buscamos a prefeitura por meio do secretário Paulo Gustavo e eles abraçaram nossa iniciativa”, ressalta William Filipin, estudante de odontologia e integrante da Insight.

Os ecopontos serão colocados em 34 Unidades Básica de Saúde (UBS), em alguns pontos da Prefeitura Municipal, na Associação Maringaense de Odontologia (AMO) e em outros locais públicos de Maringá. As escovas serão coletadas pela Seurb em um caminhão específico e encaminhadas para Incubadora Ecológica, criada pela UEM, onde o plástico será transformado em madeira ecológica, podendo se tornar matéria-prima para bancos de praças e carteiras escolares, por exemplo.

“É um projeto muito importante. As escovas seriam descartadas no lixo do banheiro e levadas para o aterro sanitário onde ficariam centenas de anos para serem decompostas. Agora, com a coleta, como o plástico da escova é de excelente material com ótima dureza elas poderão ser facilmente recicladas”, destaca Filipin.