Cerimônia reuniu autoridades no EAAJ. Nuavidem contará com sete integrantes, além da coordenação, para dar apoio psicológico e jurídico a mulheres em situação de violência.
O Núcleo de Atendimento de Violência Doméstica na Delegacia da Mulher – Nuavidem, projeto de extensão criado na UEL, ganhou visibilidade e pode ser levado para outros municípios do estado. É o que avaliam autoridades que compõem a rede de enfrentamento à violência doméstica. Lançado no dia 14 de julho, o Núcleo irá funcionar prestando apoio jurídico e psicológico às vítimas que procuram o atendimento na Delegacia da Mulher de Londrina. A iniciativa conta com o financiamento da Secretaria Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti).
Muito emocionada com a concretização do Núcleo, a idealizadora e coordenadora do Nuavidem, a docente da UEL Claudete Canezin, destacou que ele vai contar com uma equipe formada por sete profissionais, atuando ao lado dos servidores da Polícia Civil do Paraná (PC/PR).
“Agora, com o Nuavidem, duas advogadas e três alunas do Direito e duas da Psicologia vão atender essa mulher, vão falar para ela sobre o Botão do Pânico, sobre a medida protetiva e sobre as ações que ela pode solicitar, de divórcio, alimentos, guarda, visita e partilha de bens”, explicou a coordenadora.
Integram a equipe as advogadas Laise Fabiana Soares e Renata Possobom Molina, as estudantes de Direito da UEL Maria Luísa Padovan, Tainá Cristina de Souza Eurinidio e Giulia Carnietto Souza, e as estudantes do curso de Psicologia Ana Luísa Galleli Campos e Laura Antunes Cortez.
O evento de lançamento foi realizado no Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos (EAAJ) da UEL e contou com a presença de dezenas de autoridades e integrantes da rede de enfrentamento à violência, dentre elas a secretária de estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, a deputada estadual Leandre Dal Ponte (PSD).
“É extremamente importante, por isso, o governador me designou que viesse até aqui para acompanhar esse projeto, porque entendemos que ele tem capacidade de poder ser escalado para as demais delegacias do nosso Estado. A UEL está de parabéns por essa iniciativa”, disse a secretária. Atualmente, o Paraná conta com 21 delegacias especializadas no atendimento às vítimas de violência doméstica.
Em sua fala, a delegada da Mulher de Londrina, Carla Gomes de Mello Villar, destacou que o enfrentamento do fenômeno social da violência doméstica vem surtindo efeitos. No entanto, ainda demanda muitos esforços. Ela informou que, somente em Londrina, 2.359 homens são alvos de medidas protetivas.
A reitora Marta Favaro afirmou que a Universidade Estadual de Londrina tem orgulho do trabalho desempenhado por seus docentes e alunos. “Fica um agradecimento especial à toda equipe da professora Claudete, que muito nos orgulha com esse trabalho”, disse.
Fonte da matéria: https://operobal.uel.br
O Governo do Estado prorrogou até 30 de junho o prazo para apresentação de propostas de empresas, cooperativas, startups, municípios e outras organizações que buscam financiamento para projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). A chamada pública envolve recursos da ordem de R$ 20 milhões não reembolsáveis do Fundo Paraná, dotação gerenciada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para o fomento científico e tecnológico paranaense.
A iniciativa tem amparo no Programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade, denominado Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável e de Inovação (Ageuni). Serão apoiados projetos em cinco áreas: agricultura e agronegócios; biotecnologia e saúde; energias renováveis; cidades inteligentes; e economia, educação e sociedade. As propostas devem ser fundamentadas na transformação digital e no desenvolvimento sustentável.
Do montante anunciado, R$ 6 milhões serão destinados para microempresas e empreendedores individuais; R$ 4 milhões para empresas de pequeno e médio porte, e R$ 5 milhões para grandes empresas. Outros R$ 5 milhões serão aplicados em projetos apresentados por municípios, cooperativas e outras organizações com e sem finalidade lucrativa. Cada projeto pode ter o valor máximo de até 10% do total previsto para a respectiva categoria.
Segundo o coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Marcos Aurélio Pelegrina, o intuito é incentivar o desenvolvimento socioeconômico, agregar tecnologia aos processos de produção de bens e serviços e aumentar a competitividade empresarial paranaense.
“No Estado do Paraná, entendemos que o investimento em ciência e tecnologia é uma estratégia competitiva que pode diferenciar as nossas empresas nos mercados local, regional e até nacional, permitindo que esses agentes produtivos cresçam e se desenvolvam em um ambiente cada vez mais inovador”, diz Pelegrina. “Nós acreditamos que a tecnologia pode e deve ser usada como uma ferramenta para atender as necessidades e as demandas dos cidadãos e dos consumidores em geral”, destaca.
CRITÉRIOS – Entre os critérios para receber o apoio financeiro do Estado, os proponentes devem ter registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) no Paraná e articular as propostas com as unidades da Ageuni nas universidades estaduais. A duração dos projetos será de dois anos, com possibilidade de prorrogação por mais seis meses. Os projetos de P&D serão financiados por meio de acordos de parceria e cooperação estabelecidos com as instituições estaduais de ensino superior.
Confira os câmpus acadêmicos onde estão localizadas as unidades da Ageuni:
Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Londrina – ageuniaintec@uel.br
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Maringá – ageuni@uem.br
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Ponta Grossa – ageuni.agipi@uepg.br
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)
Cascavel – ageuni@unioeste.br
Francisco Beltrão – ageuni@unioeste.br
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
Guarapuava – ageuni.novatec@unicentro.br
Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
Jacarezinho – ageuni@uenp.edu.br
Universidade Estadual do Paraná (Unespar)
Campo Mourão – ageuni2campomourao@unespar.edu.br
Paranaguá – ageuni1paranagua@unespar.edu.br
Estudo com dados do Paraná aponta para necessidades de saúde pública para proteger grávidas, que ficam mais vulneráveis à doença devido a mudanças anatômicas e fisiológicas durante a gravidez
O risco que a dengue representa para mulheres grávidas foi o tema de uma pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que avaliou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, coletados entre 2016 e 2019. Os estudos investigaram como a dengue se correlacionou com a gravidez em casos de mulheres infectadas pela doença no Paraná.
O universo da pesquisa foram 27.695 casos de dengue confirmados em mulheres que tinham informações completas sobre sua condição quanto à gravidez (74,1% dos casos confirmados em mulheres com idade reprodutiva, de 10 a 49 anos). Dessas, 949 estavam grávidas.
O risco de hospitalizações e de desenvolver dengue grave se mostrou maior em grávidas do que em não-grávidas (respectivamente, 2,93 e 5,4 vezes). Das não-grávidas, 6,8% foram hospitalizadas, 1,8% teve dengue com sinais de alarme, de gravidade intermediária, e, 0,1%, dengue grave. Assim como a diabetes, a gravidez aumenta o risco de hospitalização por dengue em qualquer idade.
O estudo sugere que as mudanças anatômicas e fisiológicas da gravidez influenciam no desenvolvimento da dengue de uma forma que ainda não está clara. A gravidez causa diversas alterações cardiovasculares e dificulta o diagnóstico correto da dengue, assim como a avaliação da sua gravidade.
Veja a matéria completa no site da revista Ciência UFPR.
Estudo inédito realizado dentro do Programa do Pós-Graduação em Saúde Coletiva, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEL, demonstrou que pacientes com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes, hipertensão, colesterol e alteração no triglicérides, apresentam dificuldades de aderir ao tratamento, por fatores psicossociais, desconfiança, insatisfação com os serviços de saúde e até pelo estado emocional. O estudo representa a tese de doutorado da professora Poliana da Silva Menolli, egressa da UEL e atualmente professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), com base nos dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Nacional de Medicamentos (PNAUM).
O estudo demonstra que existe um grande hiato na saúde pública do país, uma vez que as DCNT são consideradas doenças silenciosas, responsáveis por cerca de 75% das mortes no Brasil, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no final do ano passado. Para o orientador da pesquisa, Edmarlon Girotto, do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UEL, a resistência do brasileiro ao medicamento está ligada ao fato de que muitos desses males não apresentam sintomas.
“Este é um grande desafio para a saúde pública, junto com mudanças de hábitos para uma dieta saudável e a prática rotineira de exercícios físicos”, comenta o professor. O PNAUM avaliou o uso dos medicamentos de pacientes em cerca de 600 municípios brasileiros. Diante destes dados, a pesquisadora constatou que, quanto menor o tempo de uso, menor a percepção, a adesão e efetividade do tratamento.
Outra revelação do estudo é a percepção dos pacientes em relação aos serviços de saúde. Pessoas insatisfeitas tendem a ter menor adesão ao tratamento contínuo. Ou seja, não basta oferecer o remédio gratuito via SUS, é necessária uma infraestrutura para que o tratamento dessas doenças crônicas chegue a 100% dos pacientes.
Confira a seguir a entrevista da professora Poliana concedida à Agência UEL, sobre as características deste estudo, consequências e sugestões para atenuar o problema de resistência aos medicamentos contra DCNT.
Agência UEL – Quais as principais causas para pacientes acometidos com hipertensão, diabetes e dislipidemia não utilizarem os medicamentos adequados?
Professora Poliana – A não adesão ao uso de medicamentos por pacientes de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), ou seja, não usar os medicamentos conforme acordado com o profissional de saúde, é um comportamento comum e um problema de saúde pública bastante documentado pela literatura científica, principalmente porque os medicamentos estão entre as principais estratégias para o enfrentamento dessas condições de saúde. Passar a usar um ou mais medicamentos continuamente não é tarefa simples e envolve uma mudança na rotina do paciente, diminuição de sua autonomia e a aceitação de um diagnóstico e um tratamento diário, na maioria das vezes de longo prazo.
O paciente precisa lidar com muitos fatores relacionados à sua saúde e essas condições fazem pressão no momento de decidir tomar (o remédio) ou não. Por exemplo, ele precisa tomar o medicamento sabendo que pode ter que suportar um desconforto, que o efeito do tratamento não é tão bom quanto ele gostaria, que pode durar anos, que se acabarem os comprimidos precisa ir buscar em determinado lugar e em determinada data, que talvez tenha que faltar ao trabalho para ir buscar, que se estiver faltando aquele medicamento no SUS precisa comprar ou ficar com o risco de piorar a sua condição. Que deve se alimentar corretamente para não atrapalhar o tratamento, que precisa diminuir o estresse para pressão arterial não subir, que precisa diminuir o peso. Esses são alguns dos muitos fatores que os pacientes precisam lidar.
Agência UEL – Podemos considerar que se trata de uma cultura enraizada?
Professora Poliana – Fatores psicossociais como crenças sobre doença e tratamento, insatisfação com os profissionais e os serviços de saúde e estados emocionais, desempenham, sim, um papel importante.
A tese buscou entender se a percepção dos pacientes do SUS sobre os medicamentos e serviços de assistência farmacêutica recebidos (localização, horário de funcionamento, disponibilidade de produtos, dispensação de medicamentos, orientação de uso, presença de farmacêuticos) influenciam na não-adesão ao uso de medicamentos para hipertensão, diabetes e dislipidemia.
Usamos dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do uso Racional de Medicamentos no Brasil, a PNAUM, maior Inquérito populacional sobre o uso de medicamentos feito no Brasil até o momento, promovido pelo Ministério da Saúde.
Agência UEL – Quantos pacientes foram ouvidos e onde? O atendimento farmacêutico na rede pública está dentro do esperado?
Professora Poliana – Na tese, foram avaliados 16.491 medicamentos e 2.448 entrevistados de todas as regiões do Brasil. Descobrimos que a percepção é de que o medicamento não funciona bem (ou não funciona como o esperado), que causa desconforto quando utilizado há menos de seis meses. Tudo isso favorece a não adesão aos medicamentos DCNT.
Também chegamos à conclusão de que a maioria dos pacientes está satisfeita com os serviços de assistência farmacêutica, porém os insatisfeitos não aderiram ao uso de medicamentos, demonstrando que a insatisfação com os serviços recebidos contribui para a não-adesão em pacientes de hipertensão, diabetes e dislipidemia.
Descobrimos também que a falta de acesso aos medicamentos pelo SUS contribui para a não-adesão por duas vias diferentes: pela falta do medicamento em si, que impede o uso e porque a falta de acesso é uma das principais causas de insatisfação com os serviços de assistência farmacêutica. Pacientes insatisfeitos são menos aderentes.
Agência UEL – Diante destes dados, o que a senhora defende para enfrentar o problema, ou seja, para ter maior adesão por parte dos pacientes?
Professora Poliana – Os resultados demonstraram que para enfrentar o problema da não adesão no Brasil é preciso garantir acesso a medicamentos gratuitos, seguros, eficazes e de qualidade pelo SUS e a organização de serviços farmacêuticos centrados nas necessidades dos pacientes. Ações que busquem diminuir crenças relacionadas aos tratamentos e dar satisfação aos usuários pelos cuidados farmacêuticos recebidos, cuidados esses que diminuem as dificuldades enfrentadas pelos pacientes durante o uso de medicamentos contínuos.
Avaliações recentes sobre a assistência farmacêutica brasileira apresentam um quadro de grandes diferenças regionais, atividades voltadas principalmente para logística do produto, ainda com problemas de abastecimento e estrutura e que deixam o uso do medicamento sob total responsabilidade dos pacientes. Esse tipo de organização não oferece condições para enfrentar os desafios e diminuir a não-adesão em pacientes DCNT.
Agência UEL – Nas considerações finais do trabalho, a senhora afirma que existem problemas de más experiências e frustrações dos pacientes com os serviços? Como isto pode ser revertido?
Professora Poliana – É preciso que o Governo Federal, estados e municípios invistam na capacitação de recursos humanos, criação de estrutura e equipe apropriada para o atendimento em dispensação de qualidade, com a presença de farmacêuticos, de serviços de acompanhamento farmacoterapêutico e de educação em saúde relacionada aos tratamentos. Hoje, no Brasil, esses serviços de acompanhamento são ainda iniciativas individuais de profissionais e de gestores locais. Precisamos avançar para serviços mais estruturados em uma rede que busque a qualidade no cuidado do paciente em uso de medicamentos, que custam muito caro ao sistema de saúde e aos pacientes. Por isso, é importante que sejam usados corretamente, para que possamos alcançar os resultados clínicos positivos e esperados.
Com impressão 3D, laboratório do Campus Curitiba produz moldes para próteses faciais para pacientes que tenham sofrido alguma mutilação
Uma parceria entre a UTFPR e o Hospital Angelina Caron traz um pouco de esperança e autoestima a pacientes que estejam passando por tratamento no hospital e tenham algumas partes do rosto mutiladas. O pesquisador José Aguiomar Foggiatto coordena um projeto que faz a impressão 3D de moldes para próteses faciais personalizadas para cada paciente.
Tudo começou após conversas entre o pesquisador e o médico oncologista Luciano Saboia do Hospital Angelina Caron, que, ao saber do trabalho de impressões 3D na UTFPR, comentou sobre a necessidade de se fazer as próteses faciais de maneira mais fácil e rápida.
A equipe desenvolveu um método de criação de próteses usando digitalização e modelagem no computador, a partir do caso de cada paciente. Com isso, os moldes passaram a serem doados para o Laboratório de próteses bucomaxilofaciais do Hospital Angelina Caron, coordenado pela cirurgiã dentista Karin Barczyszyn.
Segundo o professor, a profissional recebe o molde impresso em PLA (ácido Polilático), restando, para finalizar a prótese, a parte da moldagem em silicone, a inserção de características e ajustes para cada paciente. “Criamos um banco de dados de modelos de nariz, por exemplo, para os pacientes escolherem um que melhor se adeque e harmonize com o seu rosto”, explica o professor.
As próteses podem necessitar de manutenção, dependendo do tempo de uso de cada uma, o que é feita pela própria cirurgiã. Quando necessário, os moldes podem ser reutilizados para a moldagem de uma nova prótese para o paciente.
De acordo com Foggiato, as próteses mais comuns produzidas no laboratório são as de nariz e óculo-palpebral, mas também são feitas próteses de orelhas.
Recursos
Com o reconhecimento das pesquisas realizadas nesta área, o projeto será ampliado e contará com o apoio permanente da Fundação Araucária através da criação do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação – Tecnologia Assistiva (NAPI-TA). O lançamento oficial deste novo arranjo será realizado no próximo dia 28 de junho.
Além da UTFPR e da Fundação Araucária, participam do Napi-TA a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), a Universidade Estadual do Norte Paraná (UENP) e o Instituto Federal do Paraná (IFPR). O projeto também conta com a colaboração de universidades internacionais, hospitais e organizações sociais.
Para os próximos quatro anos, estão previstos investimentos de mais de R$ 5 milhões, entre insumos e bolsas de mestrado, doutorado e iniciação científica para as pesquisas.
O Núcleo de Manufatura Aditiva e Ferramental (NUFER) é um laboratório do Departamento de Mecânica do Campus Curitiba e possui as linhas de pesquisa: uso de tecnologias de baixo custo na produção de moldes para próteses faciais e uso da impressão 3D para desenvolver dispositivos de auxílio à vida diária, entre outras.
“Com estes novos recursos, poderemos aumentar o número de pesquisadores envolvidos neste projeto e atender outros hospitais e clínicas de reabilitação. Como exemplo, com os recursos do NAPI-TA o Hospital de Reabilitação (Complexo Hospitalar do Trabalhador), em Curitiba, também participará do projeto para ampliar o atendimento a pacientes que tenham mutilação facial derivadas de outras causas, não apenas oncológicas”, completa.
O projeto visa a geração de renda alinhada ao processo de empoderamento, combatendo a fome e o empobrecimento de mulheres
O projeto “Rede de fortalecimento da autonomia das mulheres procopenses por meio do fomento da capacitação para o trabalho voltados à inclusão tecnológica, produtiva, mercantil e do combate ao empobrecimento e à fome” tem como objetivo fortalecer ações produtivas e organizativas, visando a geração de renda alinhada ao processo de empoderamento, combatendo a fome e o empobrecimento de mulheres em área de vulnerabilidade social no município de Cornélio Procópio.
Coordenado pelo grupo de pesquisa Geografia da Fome, Território, Campo-Cidade e Desenvolvimento (GEOFOME), do curso de Geografia da UENP, o projeto de extensão, voltado a mulheres maiores de 16 anos, dispõe de cursos profissionalizantes e palestras que buscam discutir a questão de gênero, os cuidados físicos e as diversas faces da violência contra mulher. Para a coordenadora Vanessa Maria Ludka, o projeto é uma ferramenta para o enfrentamento à vulnerabilidade social. “Nós pretendemos contribuir de forma significativa e positiva na vida dessas mulheres, inseri-las no mercado de trabalho e transformar realidades”, destaca.
O projeto é realizado por professores, discentes e bolsistas do curso de Geografia do Campus de Cornélio Procópio (CCP) da UENP. Para o aluno Gustavo Henrique dos Santos Braga, a experiência no projeto é enriquecedora. “Estou adquirindo um grande portfólio de conhecimentos, além de estar me abrindo ainda mais para as diversas realidades existentes”. A ideia é uma forma de aproximar as potencialidades da Universidade à comunidade externa, proporcionando, através dos trabalhos realizados, uma maior qualidade de vida para a população.
Para a participante do projeto, Eliana Araújo da Silva, 45 anos, a experiência está abrindo portas para uma nova perspectiva de futuro. “Está ajudando a melhorar minha autoestima e alcançar minha independência financeira. Me sinto esperançosa”, partilhou.
As atividades e os encontros são realizados no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), de Cornélio Procópio, a cada 15 dias. O cronograma de atividades funciona das 14h às 16h. A comunidade pode entrar em contato com o projeto através do telefônico (43) 9918-9799. Mais informações estão disponíveis no site https://www.geofome.com.br/projeto-mulheres.
Um dos projetos de Extensão mais representativos do papel da UEL como vetor do desenvolvimento social na comunidade está comemorando uma marca importante. Mais antigo e contando com o maior número de estudantes envolvidos, o projeto “Promoção em Saúde Bucal Para Escolares e Comunidades”, da Clínica Odontológica Universitária (COU), completou, no ano passado, 30 anos ininterruptos de atendimento a crianças e adolescentes.
As comemorações ficaram para este ano e serão realizadas nesta quinta-feira, dia 1º de junho, em evento que deverá contar com a presença dos pioneiros dessa trajetória. O momento festivo também deverá integrar os membros da administração da UEL, diretores da COU e Bebê Clínica e da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina (SMS), principal parceira institucional da iniciativa.
Atuando na prevenção às doenças bucais, como a cárie, periodontite e gengivite, o projeto promove palestras, ações de escovação supervisionada e distribui kits de higiene bucal com escovas, fio e creme dental em escolas de Londrina. Para se chegar à importante marca de quase 17 mil pessoas atendidas em um só mês, muito esforço, dedicação e organização foram necessários desde a sua criação, em 1992, após tratativas entre a 17ª Regional de Saúde e a diretoria da COU.
Quem conta essa história é a única servidora ainda em atividade na COU que fez parte do primeiro time de técnicas em Saúde Bucal contratado para tocar a iniciativa, Lirian Adriana Maria Pereira da Silva. “Esse projeto surgiu justamente da necessidade de realizar a prevenção porque começamos a fazer levantamentos e vimos que Londrina estava descoberta”, lembra. “Na época, a 17ª (Regional de Saúde) começou a cobrar ações da universidade em termos de prevenção. Foi quando o professor Pedro Carlos Ferreira Tonani (in memorian) pediu o concurso para a contratação de cinco profissionais técnicos. Era uma necessidade muito grande porque havia muitas crianças com dentes cariados, precisava dessa ação de prevenção nas escolas”, conta.
Ao lado de Lirian e sob o comando do professor Tonani, então diretor da COU, também integravam a equipe as servidoras Ângela de Fátima Saloio Moraes, Jeanne Maria Evagelista Bergamin, Maria Oneide Mota e Vera Lúcia Carneiro de Souza. “Depois ainda chegou a Márcia Maria Ribeiro e tivemos várias técnicas e pessoas importantes”, diz a servidora.
Uma das lembranças dessa época remete ao automóvel utilizado para o transporte das servidoras – um Fusca. Com o passar dos anos, lembra a servidora, tanto o projeto como o seu meio de transporte foram evoluindo, aumentando a capacidade de atendimento na cidade de Londrina. “Vimos que o projeto nunca sofreu interrupções, sempre teve todas as exigências atendidas, motoristas. Primeiro era um ‘fusquinha’, depois passamos para uma Kombi e, hoje, temos uma van. É uma história muito legal mesmo, merece ser comemorada”, alegra-se.
Após a saída do professor Tonani do cargo, as atividades foram comandadas pelo docente do curso de Odontologia da UEL, Wagner José Silva Ursi. Atualmente, o projeto de extensão é coordenado pela professora Maura Sassahara Higashi e conta com a participação de 83 alunos do curso de graduação em Odontologia.
Em destaque pelo expressivo número de participantes, os coordenadores também comemoram o profundo impacto social na comunidade de Londrina, registrando quase 17 mil pessoas atendidas todos os meses.
A maior parte das atividades, conta a coordenadora, é desenvolvida com os estudantes de 27 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e 28 escolas da Rede Municipal de Londrina. Além destas unidades, outras onze instituições da cidade que atuam com a Educação Especial e a assistência social também recebem os graduandos da UEL para o trabalho, que envolve, também, os pais ou responsáveis e a equipe pedagógica. “Então, a nossa população é bem ampliada. Realizamos o projeto de forma periódica durante todo o ano letivo e as atividades acontecem dentro da própria escola”, explica Maura.
Buscando cativar a atenção das crianças, os estudantes da Odontologia apostam em uma fórmula que dá certo e passa pela contação de histórias, apresentações de teatro e música, brincadeiras, jogos e gincanas. “Os nossos alunos trabalham com livros que são interativos e didáticos. Também trabalhamos com macro modelos e exibição de vídeos. Ao final, a criança sempre vai para a escovação supervisionada, seja coletiva ou individual”, conta.
Ao mesmo tempo, a presença do projeto na comunidade externa da UEL se dá, ainda, por meio da participação dos alunos em eventos promovidos pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e, recentemente, em ações da Prefeitura Municipal de Rolândia. “As pessoas têm a ilusão de que uma grande quantidade de pasta de dente vai melhorar, já que tem flúor, mas não é assim. Então, ensinamos as crianças que é preciso colocar um pouquinho de pasta e que o importante é o movimento, é a técnica da escovação. A pasta é importante porque tem o flúor, que faz bem para os dentes, mas não é somente isso (que garante a escovação)”, reforça Higashi.
Em meio ao convívio com a população inserida em múltiplos contextos sociais, a participação nas atividades extensionistas é fundamental também para os estudantes de graduação – afinal, a atividade é capaz de enriquecer e marcar de forma positiva este momento da vida acadêmica, avalia a coordenadora. Neste sentido, ela conclui que os graduandos da UEL acabam desenvolvendo habilidades fundamentais, como a liderança e empatia, além do desenvolverem o compromisso com iniciativas de impacto social.
De família de comerciantes de origem lusa, bem instalada no Paraná. Seu avô, José Loureiro Fernandes, é um dos fundadores da Associação Comercial do Paraná (1890) e do Clube Curitibano (1881). Nasce em Paranaguá, no dia 12 de março de 1903 e falece em Curitiba, em 16 de fevereiro de 1977. Estuda primeiramente na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1928). Atua como médico até 1958, sendo irmão provedor da Santa Casa de Misericórdia. Fundador do Círculo de Estudos Bandeirantes (1929), é nomeado o primeiro catedrático de Antropologia e Etnografia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná (1939). Diretor do Museu Paranaense entre 1936 e 1946, destaca-se ainda na administração da Faculdade como Vice-diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras por duas gestões (1942-45; 1948-51). Elege-se vereador por Curitiba em 1948, mas afasta-se temporariamente do cargo para assumir as funções de Secretário da Cultura do Estado do Paraná, criando em 1948 a Divisão do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Paraná – DPHAC. Sua formação científica é renovada por contatos no exterior junto a Paul Rivet e a André Léroi-Gourhan, no Musée de l’Homme, na Paris do início dos anos 1950. Conhecido por seus trabalhos em torno da “cultura popular do Paraná” e da cultura material dos povos originários – em que se destaca seu contato com os Xetá, amplamente documentado por Vladimir Kozák. Atua ainda como presidente da Associação Brasileira de Antropologia entre 1957-9; fundador do Departamento de Antropologia (1959); criador do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas (1956) e do Museu de Arqueologia e Artes Populares (1962), atual Museu de Arqueologia e Etnologia (que dirigiu da fundação até 1976). Tem ainda vínculos, como membro, com o Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense, bem como, internacionalmente, torna-se fellow do Anthropological Institute e membro da Société des Americanistes. Por fim, destaca-se como formador de museólogos e arqueólogos de expressão nacional, tais como Marília Duarte Nunes e Igor Chmyz.
Em relação às Reuniões Anuais da SBPC na atual UFPR, participou em 1950 (Comissão organizadora), 1953 (Comissão organizadora), 1962 e 1971.
Curadoria, produção textual e identidade visual:
Rafael Faraco Benthien e Samarah Wippel Selski.
Agradecimentos:
Sarah Scholz Dias (por toda a ajuda na produção da identidade visual e pela pesquisa de imagens);
Bruna Marina Portela e Gabriel Bossei (por disponibilizar material do acervo do MAE);
Paulo Guérios (pelo diálogo em torno de Loureiro Fernandes);
Angélica do Carmo Coitinho e Israel Gregório (pelo acesso ao acervo da Unidade de Arquivo e Atividades Auxiliares – UARQ).
No mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, o Museu Dinâmico Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá (Mudi/UEM) aproveita a oportunidade para lança o e-book “Ciências da Saúde”. Este é o terceiro produto da série Conexão Ciência – Memória C². O projeto C² é composto pesquisadores, professores e servidores da UEM, além de profissionais da comunicação do mercado, que oferecem a obra digital à população com objetivo de popularizar o conhecimento científico.
O Conexão Ciência tem como foco desenvolver ações de divulgação científica, tecnológica e de inovação pela mídia. É uma das ações do Novo Arranjo de Pesquisas e Inovação-NAPI de Educação para a Ciência. Conta com o financiamento da Fundação Araucária (FA), apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), atuação das sete Instituições Estaduais de Ensino Superior do Paraná (IEES) e produção executiva do Mudi.
O C² é o embrião da Rede Paranaense de Divulgação Científica. A iniciativa nasceu em 2021, a partir da ação de duas cientistas em parceria com a equipe da Seti. O acordo foi feito pela coordenadora sênior do projeto e, então, pró-reitora da Extensão da Cultura da UEM, Débora Sant’Ana; e pela jornalista e, então, assessora de divulgação científica da PEC, Ana Paula Machado Velho. Em 2022, a proposta cresceu, ganhando o respaldo da Fundação Araucária e se estendendo às outras IEES.
Débora Sant’Ana explica que “a equipe propôs uma narrativa multimídia, um novo modelo que sugere uma experiência inovadora em divulgação científica. O grupo conta com alunos e professores ligados às áreas de jornalismo, artes e tecnologia, que apoiam a produção de reportagens compostas por áudio, textos e vídeos”.
Segundo a coordenadora executiva do C², Ana Paula, “todo o conteúdo da primeira fase do projeto virou e-book. A série está sendo lançada em cinco volumes temáticos”. O primeiro saiu em novembro do ano passado com textos da área de Ciências Exatas, Biológicas e da Terra. O segundo, sobre “Perfis” de pesquisadoras, foi publicado em 8 de março deste ano, em homenagem ao Dia da Mulher. Agora, o grupo lança o terceiro com o tópico “Ciências da Saúde”, neste mês em que se comemorou o 7 de abril, Dia Mundial da Saúde.
O volume inclui dezesseis reportagens. Uma delas, “Saúde, você sabe o que isso significa?”, fala do conceito do termo, reunindo explicações de especialistas e vídeos, além de enumerar algumas curiosidades como leis e projetos que podem ajudar a tirar dúvidas da população em geral.
Para acessar o novo e-book, é só clicar neste link. “Aproveite e dê uma circulada no projeto Conexão Ciência – C². Você não vai se arrepender”, conclui a professora Débora Sant’ Ana
As enfermeiras do CHC Georgia, Ana e Tania
Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde declarou emergência em saúde pública de importância nacional para enfrentar a desassistência sanitária das populações em território Yanomami. Desde então, já foram realizados mais de 9,4 mil atendimentos aos indígenas pela chamada “Missão Yanomami”, que, por meio da Força Nacional do SUS, tem levado enfermeiros, médicos, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde voluntários para atuar na região.
Na última segunda-feira (10), três profissionais do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) partiram rumo a Roraima para integrar as ações de fortalecimento da Rede Municipal do SUS em Boa Vista, via projeto da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares / Ministério da Saúde. As enfermeiras intensivistas pediátricas Ana Beatriz Guedes Ribeiro e Tânia Maria Araújo e a enfermeira intensivista neonatal Georgia Mayara Leandro Alves atuarão, pelo período de 20 dias, no Hospital da Criança Santo Antônio, na cidade de Boa Vista.
Georgia diz que quando a oportunidade surgiu, inscreveu-se prontamente. “Acredito na importância do meu trabalho para com a população indígena infantil”. Para Tânia, essa será uma experiência muito diferente da que vivencia na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do CHC e das atividades que já desenvolveu em seus mais de 20 anos de experiência profissional. “Será um aprendizado mútuo, tenho plena convicção. Acredito que irei aprender muito, pois nunca trabalhei com povos indígenas, desnutrição, pobreza extrema e doenças como a malária”.
Crianças yanomami são as principais vítimas de desassistência
Vítimas da extração de madeira e do garimpo ilegais em seu território, os yanomami sofrem com os efeitos do solo e da água contaminados, da floresta devastada e da disseminação desenfreada de doenças levadas pelos forasteiros. As crianças fazem parte da parcela da população mais afetada por esta crise sanitária e humanitária.
De acordo com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, 570 crianças yanomami morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região. Dados do Ministério da Saúde revelam que foram registrados casos de desnutrição e insegurança alimentar, principalmente entre as mais de cinco mil crianças da região.
Um grande problema de saúde da mulher, o câncer de colo de útero ou cervical é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina brasileira e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no país. Dados que motivaram projetos como o “Emprego da autocoleta/teste de HPV para o combate ao câncer cervical em mulheres com vulnerabilidade econômica e social em Maringá”, um dos 86 projetos desenvolvidos dentro do Programa Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança realizado pela Fundação Araucária e pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
A proposta prevê a realização da autocoleta com teste de Papilomavírus Humano – HPV como método de rastreio para o câncer cervical em mulheres carentes de Maringá, que não tenham realizado o exame de Papanicolau nos últimos quatro anos ou mais.
“Embora o exame de Papanicolaou (Pap) seja disponibilizado no SUS, muitas mulheres especialmente aquelas integrantes de comunidades carentes não participam desse programa, resultando em incidência desproporcionalmente elevada de casos e mortes decorrentes”, destaca a coordenadora do projeto e professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Marcia Consolaro.
Entre as ações do projeto está a capacitação de agentes comunitárias de saúde para irem às residências e fazerem a busca ativa destas mulheres. Elas darão a orientação para que as próprias pacientes façam a coleta do material que será enviado para a análise clínica.
“O foco principal deste treinamento é instruir as agentes para que conheçam os sintomas, o tratamento e a importância da realização do rastreamento da doença. Para muitas mulheres o exame preventivo realizado no consultório é constrangedor então, no momento em que são sensibilizadas pelos agentes para a realização da autocoleta e para o conhecimento do seu corpo, elas conseguem entender melhor a necessidade de fazer o exame preventivo”, explica a pesquisadora responsável pelo treinamento dos agentes comunitários de saúde Sandra Marisa Pelloso.
O projeto desenvolvido em Maringá voltado a mulheres em situação de vulnerabilidade social é uma continuidade de uma ação inicial de autocoleta realizada em 2016 na cidade, também coordenado pela pesquisadora Marcia Consolaro, financiada pelo Ministério da Saúde em parceria com os Estados Unidos.
Também é um braço de um grande projeto nacional que envolve vários estudos com a mesma temática de forma simultânea em diversas instituições. Marcia Consolaro integra uma equipe organizada pelo Ministério da Saúde para o desenvolvimento de uma nova política nacional para a prevenção do câncer de colo de útero, que vai envolver a autocoleta baseada nos dados já levantados nos estudos realizados pela pesquisadora.
Pacientes que já tiveram acesso à autocoleta entenderam a importância da ação. “Para mim a autocoleta é mais que um exame é uma forma de demonstrar meu amor próprio cuidando da minha saúde. É um exame capaz de prevenir o desenvolvimento do câncer de colo de útero de maneira prática e segura”, afirma uma paciente que preferiu não se identificar.
O projeto também prevê o levantamento de dados para fomentar a implementação da autocoleta/teste de HPV dentro do padrão de cuidados prestados pelas unidades básicas de saúde de Maringá para mulheres carentes que não realizam o exame de Papanicolau.
“A autocoleta rompe várias barreiras como vergonha, medo, insegurança e desvinculação com o resultado. Esta mulher vai ser comunicada do laudo e, quando HPV positiva, será encaminhada a uma consulta médica. Então a mulher se sente muito mais pertencente à própria saúde. Isso trás o empoderamento da mulher porque ela vê que a própria saúde está nas mãos dela”, comenta a pesquisadora Marcia Consolaro.
Na cidade da Lapa a pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcia Holsbach Beltrame desenvolve o projeto “Pesquisa e extensão no combate ao câncer de colo de útero em mulheres negras quilombolas do Paraná”.
Nestas mulheres, muitas vezes, o câncer de colo de útero é encontrado em fase mais avançada e acomete de forma mais agressiva se comparado aos casos em mulheres brancas. Entre os objetivos do projeto o grupo pretende conhecer melhor o desenvolvimento da doença, as lesões pré-câncer e o próprio vírus, que é o início do desenvolvimento destas lesões, para analisar as diferenças quando a doença atinge mulheres negras.
“São ações de triagem para o vírus HPV, no momento do exame ginecológico que é uma medida preventiva mas não há a testagem para infecção viral. Então vamos aproveitar este momento do exame para fazer um exame adicional que seria para a detecção do vírus HPV e da identificação do tipo viral para ele ser categorizado entre baixo risco ou de alto risco”, explica Marcia Beltrame.
“Esse resultado do exame seria disponibilizado para a médica e para a paciente e já serve como um indicativo sobre os possíveis cuidados futuros. O que pode auxiliar na prevenção do câncer”, completa.
O estudo também pretende analisar a genética destas mulheres negras quilombolas. “A genética de cada pessoa responde de uma forma diferente. Não são todas as mulheres que são infectadas pelo vírus que vão desenvolver o câncer. Então buscamos marcadores genéticos que tornem algumas mulheres mais suscetíveis do que outras ao desenvolvimento do câncer”, comenta a pesquisadora.
Dentro das ações de extensão estão, ainda, campanhas de conscientização, em parceria com a Rede de Mulheres Negras do Paraná, sobre a importância da vacinação em crianças e adolescentes, para quem as vacinas são disponibilizadas, e sobre a necessidade dos exames preventivos em mulheres.
“Eu acredito que o conhecimento empodera. Então como professora e como cientista eu acredito em promover o conhecimento como forma de empoderamento das mulheres. Este projeto leva um conhecimento sobre a saúde da mulher que te permite mudar o rumo da sua vida”, ressalta a pesquisadora.
As mulheres no campo são tema da próxima reportagem desta série sobre o Programa Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança.
Por Ticiane Barbosa
O ano era 1886. Um farmacêutico americano inventou uma mistura líquida de cor caramelo e água com gás, e vendia o remédio como “tônico para o cérebro” indicado, na época, para curar dor de cabeça.
A história do refri super famoso tem mais babado, mas o foco aqui é falar sobre a profissão de farmacêutico, que muita gente acha que é só para vender remédio.
Se você gosta de ajudar as pessoas a ficarem bem e não desmaia ao ver sangue, considere essa diversificada área da saúde, que tem muita coisa bacana para se fazer, inclusive ser um CSI. Isso mesmo, com o curso de Farmácia na mão, você pode até ser um perito criminal. Sabia?
Pois é. E para conhecer o que mais se pode fazer, escuta o que a “profe” Patrícia Bonfim, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), fala no Hora da Ciência . Ela conta em detalhes o que é, o que executa e como se faz para ser “profissa” desse território gigante chamado Farmácia.
Quer um spoiler de atuação na área? Indústria alimentícia, análises clínicas, análises ambientais, análises toxicológicas, perícia criminal, atendimento hospitalar, farmácia industrial (cosmética, higiene, fármacos entre outros). A lista tem fim, mas é grande pra caramba. Confere no Hora da Ciência, do Conexão Ciência.
Se gosta de surpresa pule esse parágrafo! Mas… no final da apresentação, a “profe” faz um convite muito legal. Para quem curte essa vibe, ela convida a fazer parte do grupo de pesquisa de fungos que ela coordena. Entra lá pra conhecer o Micotec.
Explicando melhor o que é o Conexão Ciência, ou C², saiba que é um projeto de extensão da UEM, que mostra tudo o que os cientistas de lá estão fazendo.
O Hora da Ciência é uma série de lives que foram gravadas, bem legais, fáceis de entender, produzidas pelo C², para crianças e jovens curiosos em descobrir como a ciência é bacana e como o cientista é importante para a vida das pessoas.
Outra coisa legal é saber que todo mês de outubro o Paraná comemora a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia. Na última edição, em 2021, o Hora da Ciência apresentou essas lives sobre várias áreas. Se esperta que esse ano tem mais.
Confere o vídeo da professora e dá uma espiada no insta prof.dra.patríciabonfim que tem dicas super legais e é aberto a perguntas. Veja como é show e grita pra galera. Não sem antes stalkear o C², o Hora da Ciência. Simples assim.
Analista clínica, mestre e doutora em Ciências da Saúde, pós-doutora em Biociências e Fisiopatologia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) . Docente da UEM, no Ddepartamento de Análises Clínicas e Biomedicina, é pesquisadora no grupo de Micologia Médica – Grupo de Pesquisas em Tecnologias Aplicadas às Infecções Fúngicas (Micotec). Atua, ainda, em terapia fotodinâmica como alternativa para terapia antifúngica. É coordenadora do Grupo de Pesquisa em Evidências Científicas sobre Covid-19, da UEM, e divulgadora científica.