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O projeto Luna Web, pretende criar dispositivos que utilizam tecnologias lunares para desenvolver uma malha de monitoramento nas florestas

A foto é do aluno Davi Angelo Rezende, do Clube Cienteens, no Colégio Instituto de Educação Estadual de Maringá. A imagem mostra um jovem de cabelos escuros e ondulados, usando óculos redondos e uma camisa preta de manga longa com capuz cinza por baixo. Ele está sorrindo levemente e com as mãos unidas à frente do corpo, em um gesto simpático e acolhedor. A camisa tem estampado o texto "ALTAS HABILIDADES" no lado esquerdo do peito. No braço direito da camisa há também um emblema. Ao fundo, vê-se uma parede clara com uma rede protetora e parte de uma pintura colorida com tons de laranja e amarelo. Há também um vaso com planta no canto inferior esquerdo da imagem. A iluminação é suave e natural.
Davi Angelo Rezende, do Clube Cienteens, no Colégio Instituto de Educação Estadual de Maringá explica sobre seu projeto para o SLI (Foto/ Ana C. Arenso)

Em Maringá, o aluno do Colégio Instituto de Educação Estadual de Maringá e do clube Cienteens, Davi Afonso Rezende, de 17 anos, foi um dos selecionados para participar do Programa Sustainable Living Innovators – SLI, promovido pelo Centro de Engenharia e Desenvolvimento – CEiiA, parceiro da Fundação Araucária. Essa iniciativa está financiando bolsas de estudos para cinco alunos de ensino médio que participam de Clubes de Ciências da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência. Além de outros cinco universitários que participam da iniciação científica e estejam no primeiro ou segundo ano da graduação.

Os candidatos, no ato de inscrição, além de outros requisitos, responderam à pergunta: “Como é que as tecnologias para a exploração da Lua podem melhorar nossa vida na Terra?” Para Davi, as tecnologias da Lua são mais resistentes, suportando altas e baixas temperaturas, de modo a prolongar a vida útil de dispositivos que ele deseja criar na Terra, não precisando de intervenção humana tão frequentemente. A situação seria diferente sem esse recurso lunar, já que exigiria recorrente troca de baterias e reparos. Assim, é por meio dessa tecnologia lunar que será possível criar sensores para desenvolver uma malha de monitoramento e alertar possíveis ameaças às florestas, em tempo real. 

Segundo o estudante, quem apresentou o SLI foi a professora coordenadora do clube, Ivanir Diniz Batistela Santa Bárbara. Assim que viu o edital, ele se interessou e desenvolveu um projeto único para este programa. O objetivo de Davi com a LUNAWEB é conseguir monitorar as florestas brasileiras, algo que pode ser estendido a outras áreas internacionalmente. Os dispositivos desenvolvidos com as tecnologias lunares terão uma Inteligência Artificial (IA) embarcada e serão responsáveis por identificar queimadas, por meio de gases, e o desmatamento ilegal, por meio de vibrações.

Assim que estes dispositivos identificam algum risco para o meio ambiente, eles se comunicam com o satélite via LoRaWAN (LPWAN de longo alcance) – esse é um protocolo de rede de longa distância e baixa potência – e o satélite devolve o comunicado para a Terra no posto responsável, como os bombeiros, a guarda costeira ou a polícia. Além disso, com essa IA, o dispositivo consegue ficar em “standby” (modo espera, em tradução aproximada). É uma forma de prolongar a vida útil deste instrumento.

Outro ponto interessante do projeto de Davi é que eles são autorreparáveis. Logo, se algum dispositivo parar de funcionar, o monitoramento não será interrompido por completo. Conforme o aluno, a forma como vigiamos as florestas, por meio de drones e satélites, não é contínua. “Além de terem uma eficácia menor, principalmente, porque quando detectam um incêndio ele já está em um estado muito avançado e se alastra por toda a floresta”, diz o estudante.

Rezende não contém a alegria e a ansiedade para a viagem. “Eu estou muito animado com essa experiência, muito grato também por ter passado. Vou ter a oportunidade de conhecer outros líderes, poder fazer um network e adquirir novos conhecimentos”, comenta. Um dos planos futuros é poder compartilhar as vivências com todo o colégio. “Pretendo dividir esses aprendizados na sala de altas habilidades, no clube de ciências e até mesmo nas demais salas de aulas, conversando com os alunos”.

A 6ª edição do SLI acontecerá na cidade de Matosinhos, em Portugal, durante os dias 14 de julho e 8 de agosto. Os alunos do ensino médio deverão ficar duas semanas no programa, e caso queiram, poderão prolongar a estada por mais duas semanas. O programa tem o intuito de desenvolver nos jovens aprendizados ao pensarem e realizarem um conceito de produto ou serviço que utilize tecnologias lunares e envolva critérios de sustentabilidade, considerando o bem-estar da sociedade. 

Renan Galdino é aluno do Colégio Tereza da Silva Ramos em Matinhos e realizou um projeto sobre as tecnologias voltadas para a exploração da Lua.

Aluno Renan Galdino apresenta em feira seu trabalho sobre tecnologias voltadas para a exploração da Lua e é escolhido para participar de um programa de mobilidade internacional em Portugal.
Aluno Renan Galdino apresenta seu projeto premiado durante a Feira de Ciências Regional do Litoral do Paraná (Foto/Jean Carlo)

Uma parceria entre a Fundação Araucária e o CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento) selecionou cinco alunos do ensino médio de escolas no Paraná, integrantes da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência para fazerem um Programa de mobilidade internacional em Portugal, entre os dias 14 de julho a 08 de agosto. 

O Programa Sustainable Living Innovators (SLI) está em sua 6ª edição e busca capacitar as novas gerações para serem agentes de transformação do mundo, tendo como ponto de partida desafios societais complexos. Neste ano, os alunos ficarão na sede do CEiiA em Matosinhos, na região metropolitana do Porto. 

Entre os selecionados, está Renan Ulisses Galdino, aluno do Colégio Estadual Professora Tereza da Silva Ramos, em Matinhos. Com auxílio do professor Jean Carlo, ele desenvolveu o LUX, um projeto inovador que une ciência, criatividade e sustentabilidade para levar energia limpa tanto à Terra quanto à Lua. O projeto, inclusive, ficou em primeiro lugar na Feira de Ciências Regional do Litoral do Paraná na categoria “Desenvolvimento Tecnológico e Iniciação à Pesquisa”.

Aluno Renan Galdino apresenta o LUX, que tem sistemática simples e se aproveita de vibração mecânica para funcionar (Foto/ Jean Carlo)

De acordo com Renan, “o LUX foi criado com a proposta de aproveitar movimentos naturais do ambiente — como as ondas do mar ou vibrações no solo — para gerar energia elétrica através da indução magnética. Na Terra, o sistema é baseado na energia ondomotriz, de modo que o movimento das marés aciona um ímã dentro de uma bobina, gerando eletricidade. Na Lua, onde não há atmosfera nem marés, o sistema se adapta usando vibrações mecânicas captadas por uma mola que movimenta o mesmo tipo de gerador”, explica.

O diferencial do LUX está na versatilidade e simplicidade. A intenção do aluno era que o projeto não dependesse de combustíveis fósseis, nem baterias ou painéis solares e fosse modular, portátil e eficiente para ser usado na alimentação de pequenos sistemas elétricos, sensores ou iluminação, especialmente em locais remotos e de difícil acesso.

Mais do que um protótipo, o LUX é uma ideia transformadora. “Na Terra, pode ser instalado em comunidades ribeirinhas, bóias de sinalização ou em plataformas marítimas. Na Lua, pode ser parte de uma base científica ou emergencial, gerando energia mesmo em

condições extremas. O LUX mostra que a ciência não precisa ser complicada para ser poderosa. E que a energia do futuro pode ser limpa, acessível e feita com os recursos que já temos — basta observar a natureza com outros olhos”, declarou o aluno.

A apresentação do projeto aconteceu na Feira de Ciências Regional do Litoral do Paraná, em novembro de 2024. (Foto: Jean Carlo)

O SLI e a Fundação Araucária partilham valores e objetivos comuns, ou seja, a responsabilidade pelo desenvolvimento das gerações mais jovens como propulsora da construção de um futuro mais próspero e sustentável. A iniciativa contará com a contribuição de profissionais do CEiiA e de especialistas nacionais e internacionais de referência em âmbito global, que vão compartilhar conhecimento e ferramentas para que os alunos possam desenvolver um projeto completo, desde o conceito até ao protótipo da aplicação das tecnologias espaciais.