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Autonomia e soberania nacionais são tônica em sessão solene da 77ª Reunião Anual da SBPC, em Recife

Por: Silvia Calciolari, com a colaboração de Milena Massako

Abertura contou com a presença de autoridades e reafirmou o papel da ciência para o desenvolvimento, justiça social e sustentabilidade

Abertura oficial da SBPC também celebrou os 40 anos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) (Foto/Milena Massako/NAPI PRFC)

Na noite deste domingo, 13, foi realizada a solenidade de abertura do maior evento científico do Brasil, a 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC 2025). No momento em que o país está sob ameaça dos EUA de taxação de 50% dos produtos nacionais, o tema central “Progresso é Ciência em Todos os Territórios” é oportuno para assegurar à sociedade que é fundamental continuar a investir em ciência, tecnologia e inovação como estratégia para garantir a autonomia e soberania nacionais diante das ameaças internas e externas.

“Em um mundo 4.0, ciência, tecnologia e inovação são sinônimos de desenvolvimento e de autonomia. Não haverá desenvolvimento sem domínio tecnológico, nem justiça social sem democratização do saber”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. “A gente segue atuando para fazer da ciência um instrumento de desenvolvimento, de inclusão e de libertação já que a solução para os desafios do Brasil virá das mãos e do cérebro de brasileiros e brasileiras”, acrescentou.

Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos (Foto/Milena Massako/NAPI PRFC)

A edição de 2025 da SBPC está sendo realizada de 13 a 19 de julho, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE),  reunindo cientistas, estudantes, professores, gestores públicos e a sociedade em geral para debater o futuro da ciência e da inovação no Brasil. A programação valoriza a ciência em todas as regiões do país e aproxima o conhecimento da população.

O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, também abordou a defesa da democracia como valor central da comunidade científica. “A defesa da democracia, da soberania nacional e popular é o primeiro ponto”, alertou referindo-se às ameaças externas ao país. Para ele, “nossa melhor contribuição será enquanto cientistas, pois a ciência que hoje mais se desenvolve é a de produção, seja de bens ou de serviço. Ela também que tem a ideia de melhores estratégias de combate à fome, combate à miséria e à injustiça”.

Presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro (Foto/Milena Massako/NAPI PRFC)

A abertura oficial da SBPC também celebrou os 40 anos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), destacando a reconstrução das políticas públicas para o setor e o fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O evento segue até o próximo sábado, com mais de 300 atividades gratuitas, incluindo conferências, debates, oficinas e apresentações culturais.

Também participou da solenidade a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, que destacou o papel da ciência como direito fundamental. “Acredito que o nosso povo tem direito ao futuro e que a ciência deve ser um direito de todas e todos, e não um privilégio de poucos”, disse.

Já a reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Maria José de Sena, ressaltou que a realização da reunião da SBPC na UFRPE é um momento histórico. “Para a nossa instituição, para o nosso Estado, para a nossa cidade e, sobretudo, para a ciência brasileira”, disse.

O grupo pernambucano SaGRAMA, de música instrumental e autoral indicado ao Grammy Latino de 20217, fez uma apresentação, acompanhado de dançarinos de frevo e pessoas da plateia (Foto/Milena Massako/NAPI PRFC)

Ao final da solenidade, houve uma homenagem a três renomadas cientistas e pesquisadoras pernambucanas por suas trajetórias e contribuições à ciência, à educação e ao desenvolvimento regional: a professora Lúcia Melo, referência em inovação e políticas científicas; a professora Silke Weber, reconhecida por sua atuação em prol da educação pública de qualidade; e a professora Tânia Bacelar, destacada economista com forte atuação nas áreas de desenvolvimento regional e desigualdades sociais.

O professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Luís Carlos Bassalo Crispino, foi o vencedor do Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, na categoria “Pesquisador e Escritor”. A honraria concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) reconhece sua trajetória dedicada à popularização da ciência.

Presença do Paraná

O Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Paraná Faz Ciência (PRFC) participa da SBPC 2025. Representantes de projetos e da equipe de comunicação do Arranjo estão em Recife. O Conexão Ciência – C² vai “fazer a cobertura jornalística da Reunião e levar um jogo de perguntas sobre curiosidades do mundo da ciência, para mexer com a ‘consciência’ dos visitantes do evento”, explica a coordenadora de comunicação do NAPI PRFC e editora do projeto Conexão Ciência – C², Ana Paula Machado Velho. 

Estão presentes ainda o projeto LabMóvel e o Programa Interinstitucional de Ciência Cidadã na Escola (PICCE). Na programação, painéis informativos e recursos multimídia que contextualizam temas como biodiversidade e ecossistemas; espaço para atividades manuais, como sessões de colorir, que tornam o aprendizado mais envolvente; e kits educativos exclusivos elaborados para professores e estudantes, para promover a ciência cidadã por meio de experiências práticas. Ambos são desenvolvidos na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.

Espaço do NAPI Paraná Faz Ciência com diversas atividades e divulgação da ciência na SBPC 2025 (Foto/Milena Massako/NAPI PRFC)

E tem mais: dois museus do Estado estão representados em Recife, no Circo da Ciência: o Museu de Ciências Naturais (MCB), da UFPR; e o Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), da UEM.

O MCN-UFPR é sócio fundador da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências e apresenta espécimes de biodiversidade, réplicas de fósseis, peças 3D e jogos interativos, destacando o papel do Museu na divulgação científica. 

O Mudi mergulhar no universo da saúde ocular com atividades interativas. “Quem passar, por lá vai conhecer detalhes das doenças oculares mais comuns; perceber como as mudanças anatômicas podem comprometer a visão, e ainda terão a oportunidade de analisar de perto peças reais como olhos de bois e de cavalos”, promete a professora de Anatomia da UEM e coordenadora de projetos do Museu, Ana Paula Vidotti.