Grupos de caçadores abatem apenas machos, deixando fêmeas e filhotes vivos para impulsionar a prática, favorecendo que a espécie se espalhe pelo país, causando impactos ambientais e na saúde
Os javalis, porcos selvagens que podem chegar a pesar até 250 quilos, foram listados entre as cem espécies mais invasoras do mundo, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Os animais já causam impacto em todos os continentes, com exceção da Antártica. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a espécie está presente nos seis biomas e em 2010 munícipios, os quais registram invasões de áreas naturais e agrícolas por parte dos animais.
Além de causar consequências na saúde animal nativa e pecuária, na biodiversidade, na saúde ambiental e na agricultura, os javalis ainda são considerados hospedeiros e reservatórios de várias doenças zoonóticas, como toxoplasmose, salmonelose, leptospirose, tuberculose, hepatite E, influenza A e febre maculosa.
Em artigo recém-publicado no periódico One Health, da Science Direct, pesquisadores do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em colaboração com integrantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sugerem que a caça ao javali como medida de controle falhou, principalmente devido a grupos privados que visam, sobretudo, machos, deixando, intencionalmente, fêmeas e leitões vivos para possibilitar a continuidade da prática, o que faz com que as populações de javalis sejam disseminadas em todo o país.
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