C² volta com tudo para comemorar o espaço da mulher na ciência

No mês do Dia Internacional da Mulher pesquisadoras do Paraná são fonte de duas reportagens importantes que marcam a volta das atividades do Conexão Ciência – C². O projeto tem, como responsabilidade, agora dar vida a parte das ações do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação de Divulgação Científica e Ciência Cidadã (Napi). O objetivo do C² é dar visibilidade à produção da ciência paranaense. Após uma pausa, a segunda fase do projeto vai contar com novas parcerias e muitas novidades para a valorização da produção de conhecimento do Paraná. 

Neste período em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o C² pensou que falar sobre transexuais é dever de ofício em busca de uma vida sem prefixos, para todas, todos e todes. Uma das reportagens nos faz refletir sobre o fato de que é preciso reconhecer a educação sexual como fundamental para compreender a cisgeneridade – o formato esperado de acordo com a genitália fêmea/vulva, macho/pênis – e o que a transpõe – o corpo dissidente, aquele desencaixado dos anseios sociais.  

Quem ajuda a falar sobre o tema é Eliane Maio, psicóloga com pós-doutorado em Educação Escolar, foi professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), por 30 anos, onde criou e ainda coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual – Nudisex. Para ela, crianças vestindo rosa imitando doninhas de casa, ou de azul visitando galáxias distantes são pequenos exemplos capazes de engessar almas em corpos que divergem, provocando dor e abrindo espaço para todo tipo de agressão, física ou verbal. 

Neste sentido, a reportagem do C² discute uma ação pedagógica ousada assumida pela sexóloga e aguerrida militante em defesa das garantias legais e das pessoas LGBTQIA+ dentro da UEM completa 10 anos em 2023. A Resolução 030/2013 permitiu o uso do nome social por alunos trans e travestis, abrindo um caminho sem volta no ambiente acadêmico e inspirando outras instituições de ensino superior.  

Filosofia – Ainda para marcar o Mês Internacional da Mulher o Conexão produziu uma matéria especial sobre a ausência ‘forjada’ de mulheres na história da Filosofia. Você provavelmente nunca parou para pensar sobre essa questão, mas acredite que a participação delas na produção filosófica é tão antiga quando a própria história do pensamento. Felizmente, nas últimas duas décadas, essa produção começa a ser desvelada por uma legião de pesquisadoras e pesquisadores em diversos países, incluindo o Brasil.

Entrevistas com professores de Filosofia das universidades estaduais de Maringá (UEM), Londrina (UEL) e do Oeste (Unioeste) resgatam a luta de mulheres e suas obras instigantes para terem seu pensamento considerado legítimo e relevante, diante da mentalidade machista que, infelizmente, ainda impera nos meios acadêmicos.

O C² mostra que, apesar de terem sido silenciadas e desacreditadas em cada época, a força e integridade de suas ideias, críticas e contribuição para a Filosofia não serão mais desconsideradas pelas atuais e futuras gerações. Vai ter mulher na Filosofia, sim, seja nas salas de aulas, na docência e nas ementas das disciplinas.

Quer conhecer esses conteúdos na íntegra? Acesse o Conexão Ciência – C²!

Ana Paula Machado Velho

É pós-doutora em Arte e Tecnologia (LArt) pela Universidade de Brasília (UnB), como bolsista do CNPq, doutora e mestre em Comunicação e Semiótica, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como bolsista da CAPES.