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Cientistas são a fonte de maior confiança para os paranaenses, revela pesquisa inédita no estado

Por: Ana Paula Machado Velho

Para entender a percepção pública C&TI no Estado, 2.684 pessoas foram entrevistadas em todas as regiões do Paraná

O Paraná acaba de concluir a mais ampla pesquisa já realizada no estado sobre a percepção da população em relação à ciência, tecnologia e inovação. Mais de 2.600 paranaenses foram consultados sobre temas como o interesse na ciência, quais fontes de informação são as mais confiáveis e sobre o recebimento e compartilhamento de notícias falsas. Essa iniciativa do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação – NAPI Paraná Faz Ciência ajuda na construção de políticas públicas relacionadas à Ciência, Tecnologia e Inovação (C&TI) no Estado.

Um dos dados revelados foi que os cientistas de universidades ou institutos públicos de pesquisa são a fonte de maior confiança para os paranaenses, com um índice de 0,93. Eles superam até mesmo os médicos (0,89), que lideraram o levantamento nacional de 2023. 

A Pesquisa de Percepção Pública de CT&I no Paraná (PPC&TI) realizada pelo NAPI Paraná Faz Ciência ouviu 2.684 pessoas acima de 16 anos, em 88 municípios, distribuídos pelas dez mesorregiões paranaenses. O objetivo foi traçar um retrato socioeconômico, cultural e comportamental da sociedade e avaliar como os cidadãos consomem, compreendem e se relacionam com temas ligados à ciência e tecnologia. 

A articuladora do NAPI Paraná Faz Ciência, Débora Sant’ Ana, destaca que é a primeira vez que se tem dados da percepção pública da ciência do Paraná e ainda representativos das dez mesorregiões do estado.

“A pesquisa possibilita compreender os interesses dos paranaenses, sua visão sobre ciência e tecnologia e sua percepção de instituições de pesquisa. Estas informações poderão direcionar ações de divulgação científica, educação para a ciência, entre outras”, disse a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Resultados

O levantamento da percepção pública da ciência no Paraná traz dados estratégicos para a comunicação científica. Entre eles, o registro de que 58,8% dos entrevistados têm interesse em Ciência e Tecnologia, valor próximo à média nacional, que registra 60,3% de pessoas “muito interessadas” ou “interessadas” em Ciência e Tecnologia. O percentual brasileiro vem do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), que publicou os resultados de uma pesquisa realizada em 2023.

O material também indica que a Educação aparece como o tema de maior interesse entre os respondentes. Nenhuma das edições anteriores de pesquisas nacionais incluiu uma pergunta específica sobre o interesse da população pela área da Educação. Essa informação surge na proposta do Paraná e 83,4% da amostra marcou o tema. Não muito distante, o interesse em Medicina e Saúde é apontado por 80,6% da população, seguido de 70,1% que se mostraram interessados em Meio Ambiente e 69,7% em Religião.

Por outro lado, 52,6% dos paranaenses afirmam não possuir interesse em Política, seguido de Arte e Cultura, com 47,2%, e Esportes, área que soma 43,4% de desinteresse. Isso demonstra um potencial para ampliação do engajamento da população com temas científicos, especialmente, se forem aprimoradas estratégias de comunicação pública da ciência.

Metodologia

“A abrangência e o desenho metodológico tornam a pesquisa uma ferramenta estratégica para orientar políticas públicas de popularização da ciência, além de subsidiar universidades, institutos de pesquisa e gestores na formulação de ações voltadas à alfabetização científica e tecnológica no Paraná”, diz o articulador do NAPI Paraná Faz Ciência, o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo Reis.

Além de Rodrigo Reis, da professora Débora e de Tamara Domiciano, o estudo tem como autores o professor doutor Emerson Joucoski, e os graduandos Vitor Yuji Kiemo e Taissa Carolina Silva dos Santos, os três da UFPR. A empresa contratada para a realização das entrevistas foi a QCP- Quanta Consultoria, Projetos e Editora Ltda.

A PPC&TI se concretizou com recursos da Fundação Araucária, por meio do Fundo Paraná, gerenciado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).