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Enfermeiras intensivistas do CHC-UFPR integram Missão Yanomami, em Roraima

Por: Jéssica Tokarski

As enfermeiras do CHC Georgia, Ana e Tania

Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde declarou emergência em saúde pública de importância nacional para enfrentar a desassistência sanitária das populações em território Yanomami. Desde então, já foram realizados mais de 9,4 mil atendimentos aos indígenas pela chamada “Missão Yanomami”, que, por meio da Força Nacional do SUS, tem levado enfermeiros, médicos, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde voluntários para atuar na região.

Na última segunda-feira (10), três profissionais do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) partiram rumo a Roraima para integrar as ações de fortalecimento da Rede Municipal do SUS em Boa Vista, via projeto da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares / Ministério da Saúde. As enfermeiras intensivistas pediátricas Ana Beatriz Guedes Ribeiro e Tânia Maria Araújo e a enfermeira intensivista neonatal Georgia Mayara Leandro Alves atuarão, pelo período de 20 dias, no Hospital da Criança Santo Antônio, na cidade de Boa Vista.

Georgia diz que quando a oportunidade surgiu, inscreveu-se prontamente. “Acredito na importância do meu trabalho para com a população indígena infantil”. Para Tânia, essa será uma experiência muito diferente da que vivencia na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do CHC e das atividades que já desenvolveu em seus mais de 20 anos de experiência profissional. “Será um aprendizado mútuo, tenho plena convicção. Acredito que irei aprender muito, pois nunca trabalhei com povos indígenas, desnutrição, pobreza extrema e doenças como a malária”.

Crianças yanomami são as principais vítimas de desassistência

Vítimas da extração de madeira e do garimpo ilegais em seu território, os yanomami sofrem com os efeitos do solo e da água contaminados, da floresta devastada e da disseminação desenfreada de doenças levadas pelos forasteiros. As crianças fazem parte da parcela da população mais afetada por esta crise sanitária e humanitária.

De acordo com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, 570 crianças yanomami morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região. Dados do Ministério da Saúde revelam que foram registrados casos de desnutrição e insegurança alimentar, principalmente entre as mais de cinco mil crianças da região.