O hidrocarvão gerado pode ser usado para tratamento de água
Sabe aquela bituca de cigarro que gera tanta dor de cabeça sobre qual será o seu destino? Pesquisadores descobriram que ela pode ser transformada em carvão ativado para tratamento de água. Com a invenção BR 102019019637-8 do “Processo de obtenção de carvão ativado a partir da carbonização hidrotérmica de bitucas de cigarro”, a equipe foi vencedora do Prêmio Patente do Ano, concedido durante o 43º Congresso Internacional da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), realizado no Rio de Janeiro.
Entre os pesquisadores está o professor do Campus Apucarana da UTFPR, Murilo Pereira Moisés, e demais integrantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), como Andrelson Wellington Rinaldi, Hugo Henrique Carline De Lima, Marcos Rogério Guilherme, Pedro Augusto Arroyo, Rogério Dos Santos Maniezzo e Vicente Lira Kupfer.
De acordo com o grupo, o hidrocarvão modificado obtido demonstrou inclusive ser eficaz na adsorção de corantes na água, por exemplo. Outro diferencial está no custo de produção ser bem menor em relação aos equivalentes conhecidos em escala industrial.
As pesquisas começaram em 2017 e, segundo os pesquisadores, o processo é bem simples. As bitucas são “cozidas” e depois ativadas através de processos químicos. O produto também foi testado para adsorção de outros poluentes considerados emergentes, como alguns pesticidas e o bisfenol A, utilizado para produção de plásticos de policarbonato e resinas epóxi.
No processo patenteado pelos inventores da UEM, a produção de 2,5 gramas de carvão ativado demanda o uso de 50 gramas de bitucas trituradas, o equivalente a dois maços de cigarro.