Caos climático: relevância e urgência

Palestra – Mudanças climáticas globais

Todos concordam que a emergência da crise sanitária causada pelo coronavírus, desde o final de 2019, deve mobilizar os diversos campos da ciência e tecnologia no momento em que qualquer detalhe pode significar vida, sobrevivência ou morte. Porém, uma das principais características da ciência é observar o micro, mas sem esquecer o contexto. E, assim, estamos experimentando uma pandemia de um vírus potencialmente letal para a humanidade, com o agravamento de uma crise climática anunciada desde os anos 1960 pelos cientistas do clima. 

A gravidade e urgência das mudanças climáticas já estão sendo sentidas nos quatro cantos da terra redonda, com efeitos bem próximos dos modelos gerados a partir dos dados coletados e sistematizados pela Ciência do Clima. Nominado antropoceno, é inegável a influência e ações humanas no aumento de 1,07°C na temperatura global já registrada, segundo relatório de 2021, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês). A alta de 1,5°C a 2°C será vista neste século se não houver profunda redução nas emissões de gases de efeito estufa, principalmente, aqueles decorrentes da queima dos combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, e o desmatamento e queima das florestas.

Não é à toa que o professor doutor Paulo Artaxo, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), foi o convidado para participar do Paraná faz Ciência: mês da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (veja palestra, em vídeo, disponível abaixo). O evento integrante da 18ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que, em 2021, teve como tema “A transversalidade da ciência, tecnologia e inovações para o planeta”. Com todo o saber acumulado nos estudos da Física da Atmosfera, Artaxo fez um alerta promissor: “A chave para termos um futuro no contexto da mudança climática está em investirmos em muita ciência e tecnologia para termos um mundo sustentável, com menos desigualdade social, e termos um planeta justo e seguro para todos”. Mais uma vez, a humanidade está no colo da ciência e seus protagonistas.

Neste cenário, o grande desafio das instituições de ensino superior é fazer diagnósticos, pesquisar e buscar soluções para enfrentarmos o caos oriundo da emergência climática. Muito já está sendo vivenciado como as crises hídrica e energética, e seus prováveis impactos para a produção de alimentos e para a saúde.  Para isso, é imperativo evitar as consequências à biodiversidade, que podem levar ao surgimento de outras pandemias, extremos do clima cada vez mais intensos e frequentes, entre outros efeitos. Ainda há tempo para mudanças e, assim, garantirmos a vida em um planeta seguro e justo socialmente. Mas é imprescinível que as políticas públicas priorizarem o enfrentamento à crise climática e os países cumpram as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, em 2015. Não há planeta B.

Intérpretes de LIBRAS:  Rosalba Delanora (Unicentro); Elenir Guerra (Unicentro)

 Palestra: Mudanças climáticas globais
Intérpretes de Libras: Rosalba Delanora (Unicentro); Elenir Guerra (Unicentro)

Saiba Mais

Palestrante

Paulo Eduardo Artaxo Netto

SBPC

Graduado em Física, com mestrado em Física Nuclear e doutorado em Física Atmosférica, todos ,a Universidade São Paulo (USP). É professor titular do Departamento de Física Aplicada, do Instituto de Física da USP. Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da World Academy of Sciences (TWAS) e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP). É coordenador do Programa de Mudanças Climáticas Globais, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INTC-MC).

Mediador

Marcos Aurélio Pelegrina

Seti-PR

É bacharel em Geografia, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre e doutor em Engenharia Civil, na área de concentração Cadastro Técnico Multifinalitário e Gestão Territorial, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e pós-doutor em Geografia, pela Universidade Nova de Lisboa. Atua como assessor da Coordenação de Ciência e Tecnologia da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná (Seti-PR).


Silvia Calciolari

Jornalista e mestre em Sociologia das Organizações pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).