Com impressão 3D, laboratório do Campus Curitiba produz moldes para próteses faciais para pacientes que tenham sofrido alguma mutilação
Uma parceria entre a UTFPR e o Hospital Angelina Caron traz um pouco de esperança e autoestima a pacientes que estejam passando por tratamento no hospital e tenham algumas partes do rosto mutiladas. O pesquisador José Aguiomar Foggiatto coordena um projeto que faz a impressão 3D de moldes para próteses faciais personalizadas para cada paciente.
Tudo começou após conversas entre o pesquisador e o médico oncologista Luciano Saboia do Hospital Angelina Caron, que, ao saber do trabalho de impressões 3D na UTFPR, comentou sobre a necessidade de se fazer as próteses faciais de maneira mais fácil e rápida.
A equipe desenvolveu um método de criação de próteses usando digitalização e modelagem no computador, a partir do caso de cada paciente. Com isso, os moldes passaram a serem doados para o Laboratório de próteses bucomaxilofaciais do Hospital Angelina Caron, coordenado pela cirurgiã dentista Karin Barczyszyn.
Segundo o professor, a profissional recebe o molde impresso em PLA (ácido Polilático), restando, para finalizar a prótese, a parte da moldagem em silicone, a inserção de características e ajustes para cada paciente. “Criamos um banco de dados de modelos de nariz, por exemplo, para os pacientes escolherem um que melhor se adeque e harmonize com o seu rosto”, explica o professor.
As próteses podem necessitar de manutenção, dependendo do tempo de uso de cada uma, o que é feita pela própria cirurgiã. Quando necessário, os moldes podem ser reutilizados para a moldagem de uma nova prótese para o paciente.
De acordo com Foggiato, as próteses mais comuns produzidas no laboratório são as de nariz e óculo-palpebral, mas também são feitas próteses de orelhas.
Recursos
Com o reconhecimento das pesquisas realizadas nesta área, o projeto será ampliado e contará com o apoio permanente da Fundação Araucária através da criação do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação – Tecnologia Assistiva (NAPI-TA). O lançamento oficial deste novo arranjo será realizado no próximo dia 28 de junho.
Além da UTFPR e da Fundação Araucária, participam do Napi-TA a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), a Universidade Estadual do Norte Paraná (UENP) e o Instituto Federal do Paraná (IFPR). O projeto também conta com a colaboração de universidades internacionais, hospitais e organizações sociais.
Para os próximos quatro anos, estão previstos investimentos de mais de R$ 5 milhões, entre insumos e bolsas de mestrado, doutorado e iniciação científica para as pesquisas.
O Núcleo de Manufatura Aditiva e Ferramental (NUFER) é um laboratório do Departamento de Mecânica do Campus Curitiba e possui as linhas de pesquisa: uso de tecnologias de baixo custo na produção de moldes para próteses faciais e uso da impressão 3D para desenvolver dispositivos de auxílio à vida diária, entre outras.
“Com estes novos recursos, poderemos aumentar o número de pesquisadores envolvidos neste projeto e atender outros hospitais e clínicas de reabilitação. Como exemplo, com os recursos do NAPI-TA o Hospital de Reabilitação (Complexo Hospitalar do Trabalhador), em Curitiba, também participará do projeto para ampliar o atendimento a pacientes que tenham mutilação facial derivadas de outras causas, não apenas oncológicas”, completa.