Novo biocarvão é o 66º invento da Universidade aprovado pelo INPI; outros 65 pedidos aguardam parecer
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) acaba de receber mais uma carta patente de produto desenvolvido por pesquisadores da instituição. Com mais esta concessão, a Universidade passa a ter 66 patentes emitidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A concessão foi para a invenção do produto verde “biocarvão ativado e biocarvão enriquecido com nitrogênio para aplicação como adsorventes de amônia em galpões aviários e condicionadores de solo”.
De acordo com os inventores, Vitor de Cinque Almeida, professor associado da UEM e pesquisador Nível 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e Amanda Ronix, doutora e pesquisadora do Instituto Internacional para Sustentabilidade, o produto patenteado tem como finalidade evitar que o gás amônia (NH3), proveniente da decomposição microbiana do ácido úrico, eliminado nas fezes das aves, esteja presente em grande quantidade na atmosfera do aviário.
Além de reduzir os danos à saúde dos animais e de trabalhadores da agroindústria, o material obtido do uso da remoção de amônia nos aviários consiste em um bom condicionador do solo, melhorando sua fertilidade e consequentemente o cultivo de plantas.
“O principal benefício é proporcionar um maior controle de amônia e outros gases, como por exemplo o CO2, nos aviários, de modo a contribuir para o bem-estar das aves, bem como dos funcionários que ali trabalham, e consequentemente maior produção avícola”, frisa Almeida.
Sustentabilidade
O novo produto tem ainda característica sustentável já que após a adsorção dos gases dos aviários, ele se transforma em um potente fertilizante, que promove a melhoria das propriedades físicas, físico-químicas e da atividade biológica do solo.
O biocarvão pode auxiliar no controle do ambiente dos aviários, de modo a exigir um menor gasto de energia com ventilação, além de controle de temperatura em períodos de frio. O baixo custo do material carbonáceo responsável pela adsorção dos gases no ambiente avícola é também uma vantagem econômica. Outro benefício é que sua composição é obtida de fonte renovável, sendo também uma alternativa a mais ao uso de gesso ou como composto.
“Consideramos que a patente verde obtida pode ser de grande interesse para os avicultores de modo a contribuir para remediação de amônia e outros gases prejudiciais ao ambiente nos aviários e obter um material com boas características para serem aplicados como condicionadores de solos. O material final pode ter valor agregado, além de se apresentar no ciclo de sustentabilidade”, conclui Ronix.
O produto é resultado de quatro anos de pesquisa e faz parte da tese de doutorado da pesquisadora Ronix, além de muitos outros anos de pesquisas que envolveram materiais de carbono.
“A próxima fase é encontrar avicultores que estejam interessados em utilizar o invento em seu próprio aviário. Além disso, estão sendo realizados estudos complementares para melhorar as características do material após seu uso nos aviários”, revela Ronix.
Segundo o assessor técnico em Gestão da Propriedade Intelectual, Angelo Marcolino Junior, a UEM aguarda a análise de outros 65 pedidos que estão depositados junto ao INPI.
SERVIÇO:
Informações sobre o pedido podem ser obtidas na página da patente contida no Portfólio de Tecnologias da UEM, disponível neste link.