Painel 10 – Mudanças climáticas: o que a ciência tem a dizer?

Desde a década de 1960, os cientistas do clima e organizações internacionais estão fazendo reiterados alertas para os impactos devastadores à saúde humana e ambiental das contínuas emissões de dióxido de carbono (CO²) e outros gases de efeito estufa. E mais: com o aquecimento global, a acidificação dos oceanos, os eventos extremos do clima e a devastação das florestas farão da terra um lugar inóspito para todos os seres vivos. Isso graças à ação humana na exploração e queima dos combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás.

Em outras palavras, os modelos climáticos do futuro são aterrorizantes. E os cientistas paranaenses que se dedicam à pesquisa dos impactos das mudanças climáticas para a produção de alimentos, a conservação da biodiversidade e a sobrevivência humana e de outros seres vivos fazem coro aos alertas emitidos por cientistas do mundo inteiro. Nosso tempo está acabando!

Estamos vivenciando sucessivas crises hídricas e de geração de energia, que estão na rasteira da emergência climática. Isto porque a face mais perversa do caos climático é o fato de que aqueles que menos contribuem para o aquecimento do planeta serão os primeiros e maiores afetados por seus impactos. Ou seja, estamos falando das populações mais vulneráveis no campo e nas cidades, que vivem em situação de extrema pobreza e insegurança alimentar, moram em áreas de risco suscetíveis a enchentes e desmoronamentos e não têm alternativa para se proteger.

O que mais a ciência deve fazer para provar às pessoas que a emergência climática é uma realidade e o ponto de não retorno está mais próximo do que nós, leigos, podemos supor? Como cada humano neste planeta pode contribuir para termos efetivamente uma política de transição para uma economia sustentável, com respeito ao meio ambiente e preservação da biodiversidade? Para essas e outras questões, a ciência já deu as respostas. Em vez de negá-la, temos que ouvir a voz da razão e tomar consciência. E tudo pra anteontem. É isso que podemos assistir no painel que discutiu esse tema, no Paraná Faz Ciência de 2021. Acesse abaixo!

Intérprete de LIBRAS: Jaqueline Araújo (Unespar)

Painel 10: Mudanças climáticas: o que a ciência tem a dizer?
Intérprete de Libras: Jaqueline Araújo (Unespar)

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Painelistas

Dayani Bailly

UEM

Possui graduação em Ciências Biológicas, mestrado e doutorado em Ciências Ambientais, pelo Curso de Pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, todos da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pós-doutorado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e UEM, onde é professora do Departamento de Biologia (DBI) e integra o Programa em Ecologia de Ambientes Aquáticos e Continentais (PEA).

Irene Carniatto

Unioeste

Graduada em Ciências com habilitação em Matemática, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); mestrado em Educação em Ciências, pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep); doutorado em Engenharia Florestal, pela Universidade Federal do Paraná; e pós-doutorado em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). É pesquisadora e docente da Unioeste e coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Bacia Hidrográfica e Educação Ambiental.

Carlos Roberto Sanquetta

UFPR

Graduado em Engenharia Florestal e com dois mestrados: em Manejo Florestal, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e em Silvicultura e Ecologia, pela Ehime University, no Japão. Doutorado em Ecologia e Manejo de Recursos Florestais, pela United Graduate School of Agricultural Sciences; pós-doutorado pela Japan Society for the Promotion of Science, os dois no Japão; e pós-doutorado em Manejo de Ecossistemas e Manejo Florestal e Mudanças Climáticas, na Universidade de Lisboa, Portugal.

Halley Caixeta

UEL

Possui graduação em Ciências Biológicas, doutorado em Biologia Funcional e Molecular, e pós-doutorado em Fisiologia Vegetal, todos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trabalha como professor na Universidade Estadual de Londrina (UEL), orientando nos programas de Pós-Graduação em Ciências Biológicas e em Agronomia.

Mediador

Francisco de Assis Mendonça

UFPR

Graduado em Geografia, pela Universidade Federal de Goiás (UFG); mestrado em Geografia Física/Meio ambiente; e doutorado em Clima e Planejamento Urbano, pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutorado em Epistemologia da Geografia, pela Université Sorbonne/Paris I, na França, e Estudo do Ambiente Urbano, pela Universidad de Chile, todos em Geografia. É docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e professor visitante do Programa de Pós-Graduação em Geografia, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).


Painel 8 – CT&I na produção de energia verde

No contexto da crise hídrica causada pelos efeitos das mudanças climáticas, é impossível não pensar no que falta para termos uma efetiva transição para uma economia de baixo carbono, baseada na produção de energias a partir de fontes renováveis. Uns podem dizer que é a ausência de vontade política dos legisladores e gestores; outros diriam que os investimentos públicos e privados são insuficientes. Porém, ninguém pode apontar a responsabilidade pelo caos que se anuncia no horizonte climático para a ciência e tecnologia, ou mesmo a falta de projetos inovadores para mitigarmos os efeitos do antropoceno.

É isso mesmo. Sabe por quê? São os cientistas e seu saber acumulado durante décadas de estudos que vêm nos alertando para os perigos do aquecimento do planeta como efeito da exploração de carvão, petróleo e gás e os eventos cada vez mais radicais. Assim como em todos os grandes centros globais que se debruçam sobre as alternativas aos combustíveis fósseis, as instituições estaduais e federais de ensino superior do Paraná também produzem e compartilham seus estudos e projetos para a geração do que chamam de “energia verde”.

Quando ouvimos cientistas e gestores públicos tratarem de ciência, tecnologia e inovação na produção de energias verdes, nos damos conta que, mais uma vez, o Paraná tem um trabalho de relevância e prestígio. Exemplos é que não faltam, como mostra o painel realizado no evento Paraná Faz Ciência, em 2021, que pode ser acessado, na íntegra, abaixo. Reconhecido por ser um pioneiro na geração de energia hídrica, o nosso Estado busca, há décadas, diversificar a geração de energia, voltada, principalmente, para a agricultura, indústria e consumo urbano. 

Estudos sobre as potencialidades para energia solar, biogás e até eólica já têm seus resultados consolidados, faltando apenas investimentos para a adoção de políticas públicas que combinem renováveis com preservação ambiental, o que com certeza refletirá na saúde humana e do planeta. Tudo para tornar nossas cidades sustentáveis, eficientes energeticamente, e melhorar a vida das pessoas.

Intérpretes de LIBRAS: Thalyta Cristina D’avila dos Santos (UEM) e Helóra dos Santos Carloto (UEM)

Painel 8: CT&I na produção de energia verde
Intérpretes de Libras: Thalyta Cristina D’avila dos Santos (UEM) e Helóra dos Santos Carloto (UEM)

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Painelistas

Gustavo R. Collere Possetti

Sanepar

Possui graduação em Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica e Telecomunicações, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É mestre e doutor em Ciências na área de Engenharia Elétrica e Informática Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com especialização em Fotônica em Engenharia e em Automação em Processos de Petróleo e Gás Natural. É gerente de pesquisa e inovação da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

Luiz Pereira Ramos

UFPR

É graduado em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), mestrado pelo Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutorado junto ao Ottawa-Carleton Institute of Biology The University of Ottawa, no Canadá. Atualmente é professor nos programas de Química e Engenharia Química da UFPR e tem experiência na área de aproveitamento tecnológico de recursos renováveis, com ênfase em química da madeira, biocatálise e na produção de biocombustíveis líquidos de primeira, segunda e terceira gerações. 

Gerson Máximo Tiepolo

UTFPR

Com bacharelado em Engenharia Elétrica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), possui mestrado e doutorado em Engenharia de Produção e Sistemas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), na área de Energia Solar e Sistemas Fotovoltaicos. É pós-graduado em Gestão da Qualidade e Produtividade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Gerência de Manutenção (UTFPR). Professor da UTFPR, é coordenador do Laboratório de Energia Solar (LABENS) e líder do Grupo de Pesquisa em Energia Solar e Sistemas Fotovoltaicos.

João da Silva Dias

UFPR

É Engenheiro Eletricista, mestre em Engenharia Elétrica e doutor em Engenharia Elétrica (Sistemas de Informação) no Grupo de Engenharia Biomédica, todos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor no Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), atualmente ocupa o cargo de superintendente da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) desde 2017. 

Mediador

Paulo Afonso Schmidt

Seti-PR

Possui graduação em Engenharia Mecânica e em Farmácia e Bioquímica, além de doutorado em Ciências (Bioquímica) pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fez dois pós-doutorados: Université de Genève (Unige), Suiça e na University of Sussex (Sussex), Inglaterra. Atualmente é engenheiro mecânico do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Professor titular da UFPR, tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Biologia Molecular. Possui vasta experiência como gestor público nas áreas da Educação, Mobilidade Urbana, Recursos Humanos e Energias Renováveis.


Olha essa parada e depois decide se é deus me livre ou quem me dera 

Sabe aquela matéria que fala de todos os tipos de seres vivos, como funcionam… desenrola sobre metabolismo, reprodução, evolução e tals? Issoo. Biologia! Se você gosta, vai passar a amar. Se odeia, respire e repense seu jeito de ver antes de cancelar essa disciplina. 

O lance é que a biologia serve para saber como o mundo vivo funciona e esse conhecimento é usado para melhorar a vida das pessoas sem comprometer a existência do planeta. Legal, né? 

Mais legal ainda é saber que a divertida e criativa profe Thaís Sanches fala sobre tudo isso em um dos vídeos do Hora da Ciência, produzido pelo Conexão Ciência (ou C²), e pode ser acessado no canal do YouTube.

Confira aqui o vídeo do Hora da Ciência e saiba mais sobre o mundo da biologia

Spoiler… Thaís conta que queria ser professora. Mas, quando estava na sala de aula e achava que estudar era chato, ficava se perguntando se ensinar teria que ser daquele jeito: turma sentadinha, quietinha, só ouvido o professor falar. Descubra o que ela fez para mudar essa relação estudante e mestre, e conta pra galera do C² se curtiu.

Se você ainda não conhece a professora de ciências e biologia, vale a pena conferir o thaisplicando.ciencias Ela usa e abusa da criatividade, dá aulas bem divertidas, espalha esse jeito bacana de ser e posta todo seu conhecimento com conteúdos deliciosos produzidos por ela mesmo. Vale copiar as ideias da “profe” e pedir pra sua escola fazer isso, também.

Só pra saber, o C² – Conexão Ciência é um projeto da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que mostra o que os cientistas de lá aprontam. O Hora da Ciência foi pensado para crianças e jovens curiosos que sempre querem saber como algo funciona ou pode melhorar a vida da gente. Como todo e qualquer cientista.

Anota essa também. Todo mês de outubro, o Paraná comemora a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia. Na última edição, em 2021, o Hora da Ciência deu um show de informações fáceis de entender. 

Com tanta coisa boa rolando, que tal stalkear o C², o Hora da Ciência e hitar com a galera. Só vai.

Papo sério sobre a “profe”

Graduada em Ciências Biológicas, pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), e em Pedagogia, pela UniCesumar, é mestre na área de Divulgação Científica, pelo Programa de Biologia Comparada da UEM, e doutoranda, no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Biociências (Fiocruz). Ainda tem os títulos de especialista em Ensino de Biologia, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), e em Métodos e Técnicas de Ensino, pela Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR). Desde 2013, atua como professora de ciências e biologia na educação básica.


Palestra – Mudanças climáticas globais

Todos concordam que a emergência da crise sanitária causada pelo coronavírus, desde o final de 2019, deve mobilizar os diversos campos da ciência e tecnologia no momento em que qualquer detalhe pode significar vida, sobrevivência ou morte. Porém, uma das principais características da ciência é observar o micro, mas sem esquecer o contexto. E, assim, estamos experimentando uma pandemia de um vírus potencialmente letal para a humanidade, com o agravamento de uma crise climática anunciada desde os anos 1960 pelos cientistas do clima. 

A gravidade e urgência das mudanças climáticas já estão sendo sentidas nos quatro cantos da terra redonda, com efeitos bem próximos dos modelos gerados a partir dos dados coletados e sistematizados pela Ciência do Clima. Nominado antropoceno, é inegável a influência e ações humanas no aumento de 1,07°C na temperatura global já registrada, segundo relatório de 2021, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês). A alta de 1,5°C a 2°C será vista neste século se não houver profunda redução nas emissões de gases de efeito estufa, principalmente, aqueles decorrentes da queima dos combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, e o desmatamento e queima das florestas.

Não é à toa que o professor doutor Paulo Artaxo, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), foi o convidado para participar do Paraná faz Ciência: mês da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (veja palestra, em vídeo, disponível abaixo). O evento integrante da 18ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que, em 2021, teve como tema “A transversalidade da ciência, tecnologia e inovações para o planeta”. Com todo o saber acumulado nos estudos da Física da Atmosfera, Artaxo fez um alerta promissor: “A chave para termos um futuro no contexto da mudança climática está em investirmos em muita ciência e tecnologia para termos um mundo sustentável, com menos desigualdade social, e termos um planeta justo e seguro para todos”. Mais uma vez, a humanidade está no colo da ciência e seus protagonistas.

Neste cenário, o grande desafio das instituições de ensino superior é fazer diagnósticos, pesquisar e buscar soluções para enfrentarmos o caos oriundo da emergência climática. Muito já está sendo vivenciado como as crises hídrica e energética, e seus prováveis impactos para a produção de alimentos e para a saúde.  Para isso, é imperativo evitar as consequências à biodiversidade, que podem levar ao surgimento de outras pandemias, extremos do clima cada vez mais intensos e frequentes, entre outros efeitos. Ainda há tempo para mudanças e, assim, garantirmos a vida em um planeta seguro e justo socialmente. Mas é imprescinível que as políticas públicas priorizarem o enfrentamento à crise climática e os países cumpram as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, em 2015. Não há planeta B.

Intérpretes de LIBRAS:  Rosalba Delanora (Unicentro); Elenir Guerra (Unicentro)

 Palestra: Mudanças climáticas globais
Intérpretes de Libras: Rosalba Delanora (Unicentro); Elenir Guerra (Unicentro)

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Palestrante

Paulo Eduardo Artaxo Netto

SBPC

Graduado em Física, com mestrado em Física Nuclear e doutorado em Física Atmosférica, todos ,a Universidade São Paulo (USP). É professor titular do Departamento de Física Aplicada, do Instituto de Física da USP. Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da World Academy of Sciences (TWAS) e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP). É coordenador do Programa de Mudanças Climáticas Globais, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INTC-MC).

Mediador

Marcos Aurélio Pelegrina

Seti-PR

É bacharel em Geografia, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre e doutor em Engenharia Civil, na área de concentração Cadastro Técnico Multifinalitário e Gestão Territorial, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e pós-doutor em Geografia, pela Universidade Nova de Lisboa. Atua como assessor da Coordenação de Ciência e Tecnologia da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná (Seti-PR).