Projetos científicos desenvolvem robôs com materiais recicláveis e horta mandala inspirada em técnicas indígenas, integrando ciência, cultura e meio ambiente
Os Clubes de Ciências implantados em escolas da rede estadual estão promovendo experiências educativas que integram ciência, tecnologia, cultura e sustentabilidade. Dois projetos se destacam: uma horta mandala no Colégio Estadual Tereza Ramos, em Matinhos, e um projeto de robótica sustentável no Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Netto, de Paranaguá.
No Colégio Tereza Ramos, os estudantes participam da criação e manutenção de uma horta mandala, modelo de cultivo em formato circular que tem origem nos sistemas agrícolas de povos indígenas brasileiros, como os Tupi-Guarani e os Xavante. A técnica, que foi resgatada e difundida pela permacultura na década de 1970, promove o uso eficiente do espaço, o equilíbrio ecológico e a produção sustentável de alimentos. O projeto envolve diferentes turmas e áreas do conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento de competências integradas no ambiente escolar.
Já no Colégio Bento Munhoz da Rocha Netto, os alunos são incentivados a construir protótipos de robôs utilizando materiais recicláveis, como caixas de papelão, garrafas PET e tampinhas plásticas. A proposta une fundamentos da robótica com práticas de reutilização e consciência ambiental, possibilitando a vivência prática dos conteúdos e o fortalecimento de habilidades como lógica, criatividade e trabalho em equipe.
Os projetos são realizados em ambiente escolar por meio dos Clubes de Ciências, com foco na abordagem maker, que estimula o “aprender fazendo”. Essas ações contribuem para aproximar os estudantes do fazer científico, promovendo a interdisciplinaridade, o protagonismo juvenil e a valorização dos conhecimentos tradicionais como base para soluções inovadoras e sustentáveis.
Os grilos são o principal objeto de estudo do Clube do Colégio Ceretta
No Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta, de Marechal Cândido Rondon, centro-oeste do estado, os estudantes estão desbravando o universo dos insetos. Junto da professora Lilian Bortoluzzi, os integrantes do Clube de Ciências têm se dedicado a estudar a entomologia, área da biologia que investiga a vida dos insetos e sua interação com o meio ambiente.
Os insetos são o grupo de animais com o maior número de espécies catalogadas no planeta e desempenham papéis essenciais na natureza, como polinização e decomposição de matéria orgânica.
No clube, uma das atividades é a criação de grilos, atividade que permitiu aos estudantes analisarem aspectos morfológicos, fisiológicos e comportamentais desses animais.
“Foi muito interessante observar como os grilos produzem som, se alimentam e se comportam. Conseguimos diferenciar os (grilos) jovens de adultos, machos de fêmeas, ver as fêmeas realizando a postura dos ovos, acompanhar o nascimento dos filhotes e testemunhar a equidise, que é a troca de exoesqueleto”, relatam os participantes do projeto.
Os estudantes entendem que o estudo dos insetos pode proporcionar alternativas para aproveitá-los ainda mais na conservação da biodiversidade e na sustentabilidade. O Clube de Ciências do Colégio Ceretta faz parte da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência, que reúne cerca de 245 clubes em todo o estado. O projeto incentiva o pensamento científico e o protagonismo estudantil. Para saber mais sobre o Projeto, acesse no Instagram ou pelo site