Clubistas de Curitiba e Região Metropolitana lotaram o Salão de Atos na sede do governo do Paraná para celebrar a ciência
Dezenas de alunos da Educação Básica estiveram na manhã desta terça-feira, 15, na sede do governo do Estado para participar da apresentação oficial da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência. Para a maioria dos jovens da rede pública de ensino, foi a primeira vez que estiveram no Palácio Iguaçu como convidados para representar aproximadamente 5 mil estudantes que integram os Clubes de Ciências.
Antes do lançamento, o Clube Geração Científica, do Colégio Estadual Alfredo Parodi, de Curitiba (PR), apresentou seu protótipo para limpar o Rio Belém, resultado das pesquisas e atividades em robótica que estão desenvolvendo. O grupo, coordenado pela professora Corine Costa, participou da Semana dos NAPIs, em março, também em Curitiba.
O evento contou com a participação do governador em exercício, Darci Piana, que confessou ter sentido ‘ciúmes’ dos jovens presentes. “Na minha época não tinha nada dessas facilidades que vocês têm hoje em dia. Eu gostaria de estar aí, sentado com vocês, para ter a oportunidade que estão tendo”, declarou.
Entusiasmado, Piana disse aos jovens para que não deixem escapar esse momento. “Aproveitem essa oportunidade, lutem, que lá na frente vocês vão se orgulhar, como nós aqui estamos fazendo, em benefício de vocês mesmos. Com isso, vocês estão ajudando o nosso estado e o nosso país”, completou.
A Rede de Clubes é uma ação do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) – Paraná Faz Ciência, com recursos e apoio da Fundação Araucária e da Secretaria Estadual de Educação (SEED). A iniciativa surgiu com o objetivo de implementar atividades que ajudem a desenvolver a pesquisa científica na Educação Básica, popularizar a ciência e atrair os jovens para serem futuros cientistas a passarem pelas universidades paranaenses.
Neste sentido, a coordenadora da Rede e articuladora do NAPI Paraná Faz Ciência, a professora da UEM Débora Sant’Ana ressaltou o fato do Paraná se destacar na pesquisa feita no ensino superior, na pós-graduação.
“Agora, nós também temos esses cientistas na Educação Básica fazendo a diferença ao pesquisar problemas locais, regionais, interagindo com a sua própria comunidade escolar, e no entorno, com as famílias, e desta forma, preparando a nova geração de cientistas profissionais que estarão daqui a pouco nas universidades”, salientou Débora.
Consolidação
Atualmente, a Rede conta com 204 Clubes de Ciências, implantados pelo Edital 01/2024, da Fundação Araucária. Destes, 80 são de Escolas em Tempo Integral, contemplando 1951 estudantes clubistas; além de 120 Escolas em turno parcial, que reúnem 2757 estudantes matriculados. No total, a Rede conta com 4.708 clubistas e as perspectivas são as melhores para consolidar esta política pública de incentivo à pesquisa e inovação.
O presidente da Fundação Araucária, professor Ramiro Wahrhaftig, fez questão de reafirmar que a evolução do desenvolvimento em ciência e tecnologia no Estado passa pela formação dos jovens. “Ponham na cabeça de vocês esse desejo de ser cientista, mantenham o sonho de continuar estudando e chegar ao doutorado. Assim, seja no meio acadêmico, seja nas empresas, a vocação para a ciência os fará contribuir muito para a sociedade”, aconselhou.
O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, ressaltou o papel da Fundação como agência de inteligência e fomento, facilitando este processo junto às instituições e comunidade científica. “Esta juventude irá se transformar em grandes atores de transformação, através da economia do conhecimento e da inovação, e, lá na frente, vamos ver os resultados de todo esse investimento”, avaliou.
Por sua vez, o secretário Estadual de Educação, Roni Miranda, agradeceu a parceria com a Fundação Araucária e à equipe pelo esforço em implementar a Rede de Clubes Paraná Faz Ciência. “O grande propósito é despertar nos nossos meninos e meninas o gosto pela ciência, pela pesquisa, que tanto é importante para um país, um estado, uma cidade. Ter cientista lembra o desenvolvimento, mas, em especial, queremos reter esses bons estudantes aqui no Paraná. E é esse o propósito dos Clubes Ciências”, justificou.
O secretário Miranda também enalteceu o papel dos professores, diretores e responsáveis pelos Núcleos Regionais de Educação, bem como as instituições estaduais de ensino superior. “Vejam todos, aqui é uma sementinha que nós estamos plantando que vai levar a despertar o gosto da ciência, desenvolver o nosso estado e elevar a qualidade de vida para a nossa sociedade paranaense”.
Na oportunidade, Miranda anunciou um incremento, em 2026, no Programa Ganhando o Mundo, que encaminha estudantes da rede pública para um intercâmbio de um mês fora do país. Além de ampliar as vagas, o secretário anunciou uma versão do programa para professores e diretores de escolas, com um total de 250 bolsas.
A Rede de Clubes Paraná Faz Ciência também conta com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), que foi representada na solenidade pelo diretor de Ciência e Tecnologia do órgão, Marcos Aurelio Pelegrina. “ Os Clubes de Ciências são um grande projeto de mobilização das escolas, das universidades, dos alunos, para que a gente possa realmente transformar esse estado, não só no campo científico, mas também econômico”, afirmou.
Ao representar o secretário Aldo Bona, Pelegrina destacou as ações da SETI para a popularização da ciência. “Hoje realizamos o maior evento científico do país, que é o Paraná Faz Ciência, temos a Rede de Clubes, as Quintas das Ciência, o projeto Manna, a plataforma multimídia Conexão Ciência, o C², em que a gente abriu várias frentes de divulgação científica. Agora é vez de consolidar esses programas para que sejam permanentes no próximo governo, porque são importantes para o desenvolvimento do Estado”, concluiu.