A 1ª edição da Fieg teve a participação de 18 colégios de sete municípios diferentes. Os projetos foram apresentados em três categorias: Robótica, Programação e Clubes de Ciências
Com participação dos Clubes de Ciências, a 1ª edição da Feira Itinerante das Escolas do NRE de Guarapuava (Fieg) movimentou o Colégio Estadual Cívico-Militar Manoel Ribas, no último dia 25 de junho. O evento reuniu 50 projetos de pesquisa científica, programação e robótica desenvolvidos por estudantes de 18 colégios da rede estadual, em um dia de troca de conhecimentos, criatividade e engajamento social.
Alunos e professores de sete municípios apresentaram trabalhos que vão da conscientização ambiental à preservação da biodiversidade, passando por soluções tecnológicas e projetos de impacto direto na comunidade.
“É uma grande alegria sediar esse momento. Foram 98 projetos inscritos e 50 selecionados para exposição. A Fieg é um marco para a educação científica na nossa região”, afirmou o diretor da escola anfitriã, Fernando Stora.
A iniciativa partiu dos professores Thalles Horn e Pablo Saldanha da Luz, que idealizaram a feira como parte de reflexões no mestrado em Educação. “A gente queria valorizar o que já é feito nas escolas, dar visibilidade para os projetos e criar esse ambiente de reconhecimento e troca entre os estudantes”, destacou Thalles.
Destaques para os premiados
Na categoria Clubes de Ciências, os três trabalhos premiados se destacaram pelo impacto ambiental e pelo protagonismo estudantil. Confira o pódio:
1º lugar – Colégio Estadual Cristo Rei, de Guarapuava – Clube Velozes e Curiosos
Projeto: A importância das abelhas na sustentabilidade e na biodiversidade da Mata Atlântica
Com apenas 11 anos, as estudantes Luiza Mazur, Maria Luisa Walczak, Heloisa Calixto e o estudante colombiano Juan Pablo Patarroyo demonstraram maturidade científica ao discutir a relação entre desmatamento, poluição e o desaparecimento das abelhas nativas. “Eu achava que a abelha era só um inseto que picava. Agora entendo como ela é essencial para o nosso alimento e para o planeta”, disse Luiza.
2º lugar – Cefep Presidente Costa e Silva, de Irati – Clube Raízes de Ciências
Projeto: Mapeamento de árvores matrizes em fragmentos da Floresta Ombrófila Mista
Gabriela Aparecida Kuchla, de 15 anos, explicou como o trabalho usa QR Codes e um site próprio para identificar árvores do pátio escolar. “É um jeito de despertar interesse nos mais novos e preservar o conhecimento sobre nossa flora”, disse.
3º lugar – Colégio Professor Pedro Carli, de Guarapuava – Clube Climatize-se
Projeto: Jataí: Um dia na vida de uma abelha-operária – 360° de realidade virtual para conscientização climática
O aluno Tiago Vaz Machado, de 14 anos, apresentou com entusiasmo o uso de realidade virtual para mostrar o cotidiano das abelhas nativas. “Elas são fundamentais para nossas hortas autossustentáveis. A ciência muda a escola e também nosso futuro”, afirmou.
Troca de experiências
A Fieg também foi espaço para a socialização de experiências de professores clubistas da região. De Boa Ventura de São Roque, o Clube Adonis com Ciência, do Colégio Adonis Morski, estuda o impacto da coleta seletiva no município e na rotina dos trabalhadores do centro de triagem. “Queremos que os alunos entendam que ciência é feita para melhorar a vida das pessoas”, explicou a professora Juliana Ghiotto.
De Pinhão, o Clube Pluma Science, do Colégio Bento Munhoz da Rocha Netto, apresentou soluções para a preservação das nascentes nas comunidades rurais. “A ideia é que os alunos levem o que aprendem para casa e para os pais”, disse o professor João Manuel de Lima.
Já na comunidade indígena Kaingang de Marrecas, em Turvo, o Clube Pỹnfīfī, do Colégio Cacique Otávio dos Santos, estuda o desenvolvimento da Araucária Multifolha com apoio no conhecimento tradicional. “A ciência dos mais velhos nos guiou para testar hipóteses sobre a produção do pinhão”, relatou o professor Luan Felipe.
A feira foi, para muitos estudantes, o primeiro contato com a apresentação pública de seus projetos. A professora Crissiane Loyse Luiz, do Colégio Estadual Cristo Rei, ressaltou o impacto da participação dos alunos do sexto ano na feira. “Eles estão desenvolvendo habilidades de comunicação e socialização, e se sentindo realizados. O clube começou há poucos meses, mas já temos criação de abelhas e um jardim para recebê-las. Conseguimos avançar com muito engajamento.”
Com a proposta de ser itinerante, a próxima edição da Fieg já está em planejamento para outro colégio do Núcleo Regional de Guarapuava. A expectativa é de que mais escolas se envolvam, ampliando a rede de trocas científicas e sociais entre estudantes da rede estadual, com protagonismo dos clubes de ciências.Acompanhe mais atividades dos Clubes de Ciência pelo Instagram da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência @clubesparanafazciencia e pelo site Notícias – NAPI Paraná Faz Ciência!