Aos 17 anos, Lucas Gabriel Vicari Koehler está entre os cinco alunos da rede pública de ensino selecionados para intercâmbio científico
De 14 de julho a 8 de agosto, o aluno do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Elias Abrahão, em Curitiba, Lucas Gabriel Vicari Koehler, estará em Portugal para uma experiência que envolve ciência, sustentabilidade e liderança para o futuro.
Ele e mais quatro estudantes que integram a Rede de Clubes Paraná Faz Ciência irão participar do Programa Sustainable Living Innovators, conhecido como SLI, que prevê quatro semanas de muito aprendizado com todas as despesas custeadas por meio de uma bolsa de estudo oferecida pelo governo do Paraná, com recursos da Fundação Araucária e sob a coordenação do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação – Paraná Faz Ciência (NAPI PRFC).
Em 2025, a 6ª Edição do SLI propõe o desafio que envolve a relação entre a Lua e a Terra. Os candidatos ao treinamento do SLI devem responder a seguinte pergunta: como é que as tecnologias para a exploração da Lua podem melhorar nossa vida na Terra?
“Quando fiquei sabendo do programa e do tema, logo imaginei como as tecnologias desenvolvidas para missões espaciais, especialmente aquelas usadas para explorar e
analisar a superfície da Lua, desempenham um papel crucial no avanço do diagnóstico médico na Terra”, conta Lucas, que tem a Astronomia como área de interesse.
As lentes e sensores e algoritmos projetados para interpretar imagens lunares complexas
foram adaptados para aprimorar a imagem médica, como tomografias computadorizadas e máquinas de ressonância magnética. “Pensei em usar essas ferramentas para melhorar a clareza e a precisão das imagens médicas, permitindo a detecção precoce de doenças e diagnósticos mais precisos”, enfatiza em vídeo apresentado para a banca.
Pandemia
Lucas relembra que durante a pandemia teve um grande aprendizado com as aulas online, trabalhos em equipe e organização de apresentações e relatórios. “Para mim, que não era muito de estudar, esse período serviu para direcionar a atenção para os estudos, exercer o senso de liderança e me preparar para cursar Medicina. Desde então, minhas notas melhoraram e tenho me dedicado a ampliar minha formação em todas as áreas”, relembra.
Nesta jornada, Lucas decidiu no início deste ano participar do Clube de Ciências MBaetaca criado no colégio e lá fez vários amigos, além de muito aprendizado. O nome é em referência ao Parque Estadual Serra da Baitaca, localizado entre os municípios de Quatro Barras e Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.
“Fomos diversas vezes e a gente podia escolher fazer um projeto nas áreas de Geologia, Geomorfologia, Flora, Fauna… A equipe escolheu a Flora e começamos a fazer uma coleção e já temos umas 20 espécies classificadas”, diz. Apesar de precário, Lucas afirma que a ideia é colocar plaquinhas nas árvores com QR Code para todos poderem conhecer as espécies do parque.
Ao se destacar nas atividades do clube, Lucas foi convidado a concorrer à vaga para o intercâmbio científico pela professora Ana Bonatto de Castro. “Além deste intercâmbio, são muitas as oportunidades que o ensino público me trouxe. Consegui participar das Olimpíadas de Matemática e fui medalhista da OMAP, que é a Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas do Paraná, e estou no top 5 % de Matemática daqui do estado”, enfatiza.