No Paraná, a VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente será realizada em agosto
Três escolas com clubes de ciências articulados pela Universidade Federal da Confederação Latino-Americana (UNILA) tiveram projetos selecionados para a etapa estadual da VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA). O evento será realizado em Foz do Iguaçu, entre os dias 11 e 13 de agosto, com a temática “Vamos transformar o Brasil com Educação e Justiça Climática”.
Organizada pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a VI CNIJMA tem mobilizado escolas brasileiras com turmas do 6º ao 9º ano do nsino Fundamental. A ideia é incentivar jornadas pedagógicas e ações formativas no campo da educação ambiental. O movimento faz parte da preparação para a Conferência do Clima (COP30), em Belém (PA). Ao todo, são quatro etapas: Conferência na Escola, Conferência Municipal/Regional (opcional), Conferência Estadual/Distrital e Conferência Nacional.
Das escolas aprovadas para a fase estadual e com clubes ligados à UNILA, duas representam o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Foz do Iguaçu e uma o NRE de Francisco Beltrão. Trata-se, respectivamente, do Colégio Estadual Gustavo Dobrandino da Silva (Clube Lumière), de Foz do Iguaçu; Colégio Estadual Cívico Militar Nestor Victor dos Santos (Clube CCM Bee), de São Miguel do Iguaçu; e Colégio Estadual Campo Castelo Branco (Clube Exploradores da Ciência), de Pérola D’Oeste.
O professor Ronaldo Adriano Ribeiro da Silva, articulador institucional do NAPI – Paraná Faz Ciência pela Universidade, tem acompanhado as atividades dos Clubes de Ciências e se mostrou satisfeito com a participação das escolas na Conferência. “Demonstra engajamento, o compromisso de nossos professores e alunos com o mundo científico. Essa ação objetiva a formação e o posicionamento dos clubistas na busca de soluções para a crise ambiental”, reflete.
Projetos aprovados
O projeto inscrito pelo clube Lumière aborda o impacto ambiental e social causado pelas obras da segunda ponte que une o Brasil e o Paraguai na comunidade Bubas, atualmente a maior ocupação urbana irregular do Paraná. Com os dados coletados e a pesquisa de campo feita pelos alunos, há também subsídios para a produção de um futuro minidocumentário sobre a realidade local, como explica a professora Elis Claudia Padilha, co-orientadora do clube.
Para a docente, ter a aprovação na VI CNIJMA mostra como os clubes de ciências preenchem uma lacuna no ensino, trazendo maior impacto na vida dos estudantes e da comunidade. “A seleção do projeto elaborado e desenvolvido pelos nossos alunos confirmou a premissa de que, com tempo e recursos, é possível trabalhar o método científico alinhado às 14 ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] da ONU, de forma a integrar a realidade local aos conteúdos trabalhados no clube”, exalta Padilha.
O clube CCM Bee, por sua vez, foi aprovado para a próxima fase da Conferência com o projeto “Abelhas sem Ferrão: Guardiãs da Biodiversidade”. De acordo com a professora coordenadora, Jocimara Monsani, os alunos trabalharam a relação direta dessas abelhas com a justiça climática. A pesquisa focou em como as abelhas ajudam na manutenção das florestas, produção de alimentos e equilíbrio ecológico, além de como são ameaçadas por práticas humanas negativas.
Entre os motivos para comemorar, a docente destaca a importância dessa conquista para a visibilidade da escola e engajamento dos alunos nessa discussão. “Ser selecionado entre tantos projetos mostra que a temática das abelhas sem ferrão e da justiça climática é relevante, urgente e impactante”, reforça. “Para o clube, essa conquista é a confirmação de que a ciência feita na escola pode transformar realidades, dar voz aos jovens e influenciar políticas públicas.”
Por fim, o clube Exploradores da Ciência focou no gerenciamento dos resíduos sólidos na comunidade escolar. A equipe percebeu que na cidade não há uma separação adequada dos resíduos, o que leva à contaminação do meio ambiente e de materiais com potencial de reciclagem, bem como ao desperdício de recursos. Conforme a professora Silvana Nodari Gindri, coordenadora do clube, trata-se de um problema crítico, que deve ser abordado com urgência.
O projeto aprovado buscou promover a gestão eficiente de resíduos, a educação da comunidade e a implementação de práticas sustentáveis para reduzir o impacto ambiental. “O clube funciona uma vez na semana, mas existem ações que acontecem em outros momentos na escola também. Então, é um projeto que se estende, que vai além do clube de ciências, que ganha visibilidade e o reconhecimento da comunidade escolar”, comenta a docente.
A etapa estadual da VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente pretende criar um comitê, que representará o Paraná na Conferência Nacional, entre os dias 6 e 10 de outubro, em Brasília. O processo de seleção dos projetos para a nova fase será realizado após a apresentação em Foz do Iguaçu.