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Do Litoral para Portugal: a experiência de Renan Galdino no Programa Sustainable Living Innovators 2025

Por: Anna Julia Sbardelott

Clubista conta sobre sua trajetória, desafios e aprendizados ao participar do projeto internacional com apoio da Fundação Araucária

O estudante Renan está sentado ao lado da janela de um avião, olhando pensativamente para fora. A luz do sol ilumina parcialmente o interior da cabine, e a silhueta da pessoa aparece em contraste com a claridade vinda da janela. Do lado de fora, é possível ver parte da asa da aeronave recortando o céu azul. A cena transmite um momento de introspecção e tranquilidade durante o voo.
Em rota para novos desafios, Renan Galdino embarcou em sua primeira experiência fora do país. (Foto/arquivo pessoal)

A experiência de desenvolver um projeto inovador que une ciência, criatividade e sustentabilidade para levar energia limpa tanto à Terra quanto à Lua levou Renan Ulisses Galdino para um programa de mobilidade internacional, em Portugal. Aluno do Colégio Estadual Professora Tereza da Silva Ramos em Matinhos, ele faz parte do Clube de Ciências do Tereza, orientado pelo professor Jean Carlo. 

O trabalho desenvolvido por Renan leva o nome de “Lux” e foi criado com a proposta de aproveitar movimentos naturais do ambiente — como as ondas do mar ou vibrações no solo — para gerar energia elétrica através da indução magnética. O projeto ficou em primeiro lugar na Feira de Ciências Regional do Litoral do Paraná na categoria “Desenvolvimento Tecnológico e Iniciação à Pesquisa” e foi um dos cinco escolhidos para a 6ª edição do Programa Sustainable Living Innovators (SLI), em Matosinhos, na região metropolitana do Porto. Entre os dias 14 de julho a 08 de agosto, os alunos tiveram palestras, atividades e desafios complexos voltados para o desenvolvimento das gerações mais jovens como propulsoras da construção de um futuro mais próspero e sustentável.

Após retornar de sua primeira experiência internacional, Renan contou um pouco sobre sua trajetória ao receber a confirmação de que tinha sido aprovado, a reação da família e seus próximos passos.“Primeiro, fui olhar meu e-mail para ver se havia alguma novidade. Eu já tinha passado para a segunda fase da entrevista e, ao abrir, vi a aprovação no programa SLI. No início, não caiu a ficha — foi aquele momento em que você não acredita de primeira. Depois, veio a euforia: arrumar passaporte, preparar a mala e correr com todos os detalhes da viagem”, comenta.

Para Renan, a confirmação real de que tudo estava acontecendo veio apenas quando ele esperava o ônibus para ir até Curitiba e, então, embarcar para Portugal. Ao chegar lá, ele relata que a convivência com o grupo foi divertida, com muitas piadas e momentos engraçados desde o primeiro contato. “Ao chegar, fiquei impressionado com a beleza da cidade. Para uma primeira viagem, foi uma experiência incrível. Participamos de uma cerimônia de abertura e já no dia seguinte pudemos explorar o local. Visitamos muitos lugares, incluindo o Gaia, um mirante famoso pelo pôr do sol. No outro dia, conhecemos shoppings e outros pontos turísticos. Alguns colegas chegaram a visitar cidades mais distantes, enquanto eu explorei bastante a região do Porto”, conta Renan.

A imagem mostra um jovem de camiseta azul clara, visto de perfil, observando o pôr do sol sobre um rio. Ele está encostado em um corrimão, no alto de um mirante, com vista para a cidade e para diversas embarcações atracadas ou navegando. Ao fundo, é possível ver prédios, pontes e o céu em tons de laranja e rosa, refletindo na água. Na parte inferior da cena, há um grande grupo de pessoas reunidas, possivelmente turistas, aproveitando a vista. A atmosfera transmite tranquilidade e contemplação.
Contemplando o pôr do sol no Porto, Renan explorou a região da cidade durante a mobilidade internacional. (Foto/Arquivo pessoal)

Durante a semana, Renan relata que as atividades seguiam uma rotina: palestras pela manhã, almoço e atividades pela tarde. “Fomos divididos em equipes para desenvolver um único projeto dentro da missão ‘Terra Luna’, que tinha como objetivo criar um ecossistema sustentável para que astronautas pudessem explorar a Lua com segurança e conforto”, explica o clubista. 

As equipes foram separadas em quatro áreas: energia, construção, mobilidade e saúde. Renan ficou no time de energia, que desenvolveu um sistema de painéis solares retráteis. “Eles eram instalados na superfície lunar, elevavam-se até certa altura e se abriam para captar o máximo possível de luz solar. Possuíam limpeza por eletrostática, painel de gestão com inteligência artificial e outros recursos. Como plano B, projetamos também um reator nuclear de fissão baseado no Kilopower, da NASA”, relata.

Os grupos também criaram contas no Instagram, nas quais compartilharam um pouco sobre o trabalho feito e vídeos com momentos descontraídos. A equipe de Renan foi nomeada “Zenith Energy Inovations” (@zenith_energy_ no Instagram). 

Além dos brasileiros, o projeto também contou com estudantes portugueses, tanto do ensino secundário quanto universitários. Perguntado sobre como foi a convivência, Renan responde que todos aprenderam a trabalhar juntos, mesmo sendo de contextos diferentes, e conseguiram desenvolver um projeto em conjunto.

A imagem mostra um grupo de sete jovens posando para a foto em um ambiente interno. Eles vestem camisetas pretas com estampas coloridas relacionadas ao espaço e ao evento SLI (Sustainable Living Innovators), e usam calças jeans ou escuras. Ao fundo, há um grande painel com o logotipo do SLI e do CEiiA New Space PT, cercado por nomes de instituições e empresas parceiras. O grupo está disposto em duas fileiras: quatro pessoas em pé na parte de trás e três agachadas ou ajoelhadas na frente, todas sorrindo levemente para a câmera.
Equipe de Renan no SLI no CEiiA, unindo jovens talentos em projetos de inovação espacial com estudantes brasileiros e portugueses. (Foto/Arquivo pessoal)

“O que levo de positivo dessa experiência é a capacidade de ser eficiente trabalhando com pessoas que acabei de conhecer e de colaborar para alcançar um objetivo comum”, defende o jovem. “Minha inscrição no programa começou com incentivo de outras pessoas que acreditavam que eu tinha potencial. Desenvolvi o projeto com apoio e sugestões até chegar à versão final enviada para a inscrição.” 

Sobre a reação da família, Renan diz que nunca tinha vivido nada parecido, então todos ficaram muito felizes e orgulhosos, especialmente sua mãe. Quanto ao futuro, ele pensa em criar algo parecido na área de tecnologia para apresentar em outra feira de ciências, como a do Litoral, marcada para os dias 2 a 4 de dezembro, em Matinhos. O estudante do 2º ano do Ensino Médio ainda não sabe o que pretende cursar, mas com certeza sabe que quer continuar na área de tecnologia e desenvolver mais projetos inovadores.

A imagem mostra um jovem usando um moletom branco sentado à frente de um notebook, enquanto segura um celular na mão. Ele está concentrado, trabalhando em um ambiente colaborativo, com outras pessoas ao fundo, também sentadas em mesas redondas e utilizando notebooks. O espaço é bem iluminado, com parede branca e cadeiras claras, transmitindo um clima de trabalho em grupo ou atividade acadêmica. Sobre a mesa, há cabos e um filtro de energia ligado a vários dispositivos.
A experiência internacional motivou Renan a seguir com projetos voltados para a área de tecnologia. (Foto/Arquivo Pessoal)