Robótica, sustentabilidade e ciência são os temas que unem os quatro projetos

Entre os dias 21 e 25 de outubro, em Foz do Iguaçu, será realizada a Feira de Inovação das Ciências e Engenharias – Ficiências 2025. O evento busca incentivar a cultura científica, estimular os estudantes a desenvolverem trabalhos, além de premiar os melhores projetos. A inscrição é gratuita e a ideia é que o local seja um ambiente de trocas entre alunos e professores.
Na submissão dos trabalhos para a feira, foram estabelecidas modalidades. A Ficiências Jovem, para exposição de trabalhos produzidos por estudantes do Ensino Médio e/ou da educação profissional técnica de nível médio; a Ficiências Júnior, com exposição de projetos de alunos do Ensino Fundamental II; e por fim, a Ficiências Kids, que é uma mostra pedagógica de trabalhos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I.
Além dessas categorias, o Hackateens também terá lugar no evento para incentivar ideias de resolução de problemas reais por meio de conhecimento científico partilhado e empreendedor. Espera-se que a elaboração de soluções contemple os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Aos professores, é reservada uma titulação, nomeada de Professor Embaixador.
Os clubistas dos Núcleos Regionais de Educação (NREs) de Maringá e Umuarama estarão presentes com quatro projetos, os quais permeiam temáticas de sustentabilidade, robótica e alimentação saudável. Dos trabalhos, três são da categoria júnior e um da categoria jovem.
No NRE-Umuarama, dois projetos foram aprovados. Dentre eles, o trabalho ‘Educação alimentar e sustentabilidade: desenvolvimento de produtos de panificação com alimentos de baixa aceitação na merenda escolar’ realizado no Clube Experimentando a Ciência: Descobrindo Cores e Novos Sabores, da Escola Estadual Jardim Canadá. Conforme a professora coordenadora Juliana Bueno Ruiz, o projeto tem como objetivo trazer uma reflexão sobre a alimentação escolar e a saúde dos estudantes.
A intenção desse projeto da categoria júnior é discutir os impactos que a falta de nutrientes pode causar na saúde dos estudantes e a importância da merenda escolar trazer receitas e alimentos com diferentes nutrientes e sabores. Os clubistas também irão utilizar tecnologias para desenvolver simuladores virtuais e jogos analógicos e virtuais com foco na educação alimentar. Entre as temáticas que unem a proposta estão a sustentabilidade, tecnologia e protagonismo juvenil.
Em Altônia, o projeto aprovado na categoria jovem ‘Clube Ilha da Ciência: Plantar para preservar’ foi desenvolvido pelo Clube Ilha da Ciência e busca construir um viveiro de mudas nativas, em formato piramidal, utilizando materiais recicláveis, como garrafas PET. O grupo do Colégio Estadual Lúcia Alves de Oliveira Schoffen, tem como objetivo colaborar com a arborização urbana e com o reflorestamento do Parque Nacional de Ilha Grande, localizado na Bacia do Rio Paraná.
A professora coordenadora, Camila de Medeiros, está contente com a participação dos estudantes na feira, “é um grande impulso para os clubistas. Demonstra que fazer ciência, apesar de não ser simples, é fundamental. Precisamos nos entender como parte do meio ambiente. Assim teremos o entendimento de que preservar é sobreviver”, afirma.
Ligados ao NRE-Maringá, foram dois projetos aprovados para a feira. O primeiro é o ‘Robô Semeador na Horta Escolar’, do Clube Jovens Cientistas Kennedy. A semeadora robótica é movida a energia solar e equipada com sensores ultrassônicos e de chuva. Sob a coordenação do professor Ivanildo Fabricio de Oliveira, o projeto busca aliar inovação com o uso de placas solares, além de promover metodologias ativas e trabalho colaborativo, possibilitando aos alunos uma melhor compreensão das aplicações da robótica educacional livre.
O grupo do Colégio Estadual Presidente Kennedy inicialmente utilizou materiais recicláveis e, após testes bem-sucedidos, evoluiu para a montagem com o Kit Arduino, da Robótica Livre. Durante a execução do projeto foram construídos quatro protótipos funcionais de semeadoras solares. Todos os modelos foram capazes de se locomover de forma autônoma – com detectores de obstáculos – e os sensores de chuva, que quando identificado condições de umidade, simulam a interrupção do trabalho em situações de chuva.
Em Itambé, os clubistas realizaram o projeto que foi aprovado na categoria júnior ‘Robótica e Sustentabilidade: Ciência, Tecnologia e Solidariedade em Ação’, do Clube Robótica e Sustentabilidade, Solidariedade em Ação. O objetivo principal é transformar garrafas PET em cachecóis, toucas e fios de lã. O processo envolve desde a separação dos materiais até a doação do gorro e cachecol para instituições assistenciais ou grupos menores que realizam esse serviço, a exemplo do Lar das Mães Solteiras do município.
Esse trabalho da Escola Estadual Professor Giampero Monacci une conceitos de robótica, sustentabilidade, ciência, tecnologia e solidariedade. Em princípio, o trabalho buscou entender como as pessoas separavam seus materiais recicláveis – principalmente a comunidade próxima à escola. Conforme o professor coordenador, Jonathan José de Oliveira Pereira, “foi a partir dessa pesquisa que o grupo descobriu uma forma de retirar os materiais pets da região e transformar isso em algo novo”. O clube também realizou uma parceria com uma empresa que realiza a coleta de material reciclável no município e doa os flakes – que são os PET triturados.