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Robô montado por clube ‘Nautilus Robotics’ participa do Off Season das Araucárias

Por: Marilaine Martins

Os clubistas atuaram em diferentes funções para construir o robô que entrou em ação na arena

Um grupo de nove integrantes da equipe de robótica Nautilus Robotics #31442 está reunido em um espaço coberto de competição. Eles vestem uniformes azuis estampados com o logotipo da equipe e o número de identificação, posando lado a lado atrás de uma mesa de apoio. Sobre a mesa, há uma caixa de ferramentas preta com travas amarelas, uma placa de madeira gravada com o nome da equipe e uma grande faixa branca com o número 31442 em destaque. Ao fundo, banners coloridos de outros times e a estrutura metálica do ginásio completam o cenário, reforçando o ambiente de torneio de robótica.
Equipe reunida com a bandeira do clube no evento (Foto/ Emilly Oliveira)

Para os integrantes do ‘Nautilus Robotics’, Clube de Ciência do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco, em Pinhais, a estreia na Off Season das Araucárias representou a primeira experiência em um evento de robótica educacional. O torneio, voltado ao fortalecimento das equipes de FTC (FIRST Tech Challenge) do Paraná e do Brasil, foi realizado na primeira semana de setembro, em Curitiba, e reuniu grupos de diferentes regiões do estado e de outros locais do país em uma programação que envolveu troca de conhecimento, competição e momentos de descontração.

Os clubistas de Pinhais viveram o evento com expectativa, diversão e descobertas que já vinham sendo cultivadas no laboratório durante a preparação. Na competição, esses elementos se intensificaram e ganharam novas dimensões. O clima, por exemplo, surpreendeu os integrantes. Ruan descreveu o momento como único. “Eu achei magnífico, foi sensacional. Eu nunca imaginaria participar de algo assim, mas gostei demais.” Para ele, a estreia superou suas projeções. “Minha expectativa era pilotar o robô e ficar em 9º, mas acabamos em 4º lugar! Para mim foi um feito muito massa, ainda mais na primeira vez.”

Se, para Ruan, a surpresa esteve no resultado, para Samuel o destaque foi a vivência completa que a competição proporcionou. “Foi uma sensação única. Trabalhar com um robô, tanto na parte de construção quanto na programação e ainda ser jogador, é extremamente legal. Eu diria que é uma emoção que não tem como descrever”, afirmou. Ele acrescentou que suas expectativas se confirmaram: “Para um primeiro campeonato, o 4º lugar só deu mais vontade de participar de muitos outros.”

O resultado alcançado reflete a rotina de aprendizado e preparação dos clubistas, que, divididos em equipes, construíram juntos o projeto, superando obstáculos individuais e coletivos. Na montagem, por exemplo, a paciência se mostrou essencial. “Às vezes é preciso desmontar tudo e montar de novo por causa de uma única peça”, conta João, integrante dessa equipe. Para Diuliano, um dos maiores desafios foi lidar com o coletivo. “Uma das coisas que eu tive que aprimorar foi a questão do trabalho em grupo.” Já Sarah, acrescentou outra dimensão do aprendizado: Aprender a ouvir mais. “Eu quis fazer do meu jeito e não deu muito certo”, disse entre risos. Essa experiência dentro do clube também se somou a apoios externos, fundamentais para a preparação da equipe.

Após o coordenador do clube, professor Guido Valmor Buss, inscrever o projeto dos participantes em um edital de incentivo à robótica educacional, promovido pela empresa StemOS, o grupo recebeu um kit completo de peças. O material deu fôlego extra aos trabalhos já em andamento no laboratório. Além disso, a equipe contou com a mentoria do Clube Acrux Robocep, do Colégio Estadual do Paraná, cuja experiência ajudou a orientar a montagem e fortalecer a preparação. Esses apoios reforçam que a robótica educacional se desenvolve em rede, com clubes, escolas e instituições compartilhando conhecimentos.

Para os estudantes, foi no percurso, entre peças, fios, códigos e apresentações que a ciência se revelou como prática coletiva, feita de cooperação, desafios superados e conquistas compartilhadas. Mais do que um resultado na arena, a participação na Off Season das Araucárias consolidou-se como um marco para o Nautilus Robotics e mostrou que o conhecimento desenvolvido no cotidiano do clube pode ganhar novas dimensões.