O professor da Unesp, Nécio Turra Neto, conduziu uma roda de conversa com bolsistas dos projetos
No dia 30 de abril, o Grupo de Pesquisa e Extensão EDUCARTGeo (Educação Geográfica e Cartografia para Escolares) da Unicentro promoveu, no Campus Cedeteg, uma roda de conversa com o professor Nécio Turra Neto, da Unesp de Presidente Prudente. Especialista em Geografia, o docente compartilhou reflexões a partir de dois de seus estudos mais recentes sobre juventude e território: “Trajetória à Margem: nas tramas da cultura periférica” e “Youth Geographies: uma perspectiva sobre os estudos de juventude na geografia de língua inglesa”.
O encontro foi organizado pela orientadora e coordenadora dos projetos de extensão “Rede de Clubes Paraná Faz Ciência” e “Nós Propomos!”, Marquiana Gomes, e reuniu os bolsistas de ambos os projetos. O professor compartilhou um pouco sobre seu estudo da juventude e argumentou acerca da importância de colocar o jovem como protagonista e sujeito ativo na sociedade.
Durante a roda de conversa, o professor Nécio também compartilhou parte de sua trajetória acadêmica e os caminhos que o levaram a pesquisar a juventude dentro da Geografia. “Meu interesse surgiu a partir de encontros com universos distintos ainda na graduação”, relembrou. Ele mencionou experiências marcantes que o influenciaram nesse percurso, como seu trabalho com educação indígena entre os Kaingang, no Paraná; o contato com a geografia cultural emergente no Brasil e, especialmente, os laços construídos com jovens ligados à cena punk em Londrina. “Foi nesse contexto que percebi a potência de estudar os territórios juvenis e como a juventude se espacializa nas cidades”, destacou o pesquisador.
Ao falar sobre a importância de reconhecer os jovens como seres ativos na sociedade, o professor Nécio destacou que é um erro pensar a educação sem levar em conta quem são os estudantes. “Como pensar a escola e a universidade sem antes refletir sobre os sujeitos que estão ali? É preciso conhecer quem são esses jovens, suas referências, seus dilemas e os espaços que constroem cotidianamente.”
A discussão também trouxe reflexões para os bolsistas da “Rede de Clubes Paraná Faz Ciência”, iniciativa do NAPI Paraná Faz Ciência, e do projeto “Nós Propomos!” que participaram do encontro. Samara Santos, bolsista pedagógica da Rede, que atua diretamente com os professores na orientação dos projetos desenvolvidos nas escolas, destacou a importância da conversa. Para ela, o encontro ajudou a ampliar o olhar sobre temas que, muitas vezes, ficam restritos à teoria. “Vou levar a ideia de que os jovens não são só alguém que ‘vai ser algo no futuro’, mas que já vivem coisas importantes agora. Isso me faz pensar que, no contato com os professores, a gente precisa valorizar o que os jovens sentem, pensam e vivem no presente”, afirmou Samara.
Outro ponto discutido foi o impacto das redes sociais entre os jovens mais vulneráveis. “É uma fronteira ainda pouco explorada pela pesquisa, mas sabemos que as redes sociais, apesar dos riscos, também têm possibilitado ajuntamentos, conexões entre periferias e circulação de pautas progressistas. São ferramentas que podem ampliar horizontes — desde que haja também controle e regulação “, comentou o docente.
Ao final da roda de conversa, ficou clara a importância de compreender os dilemas, referências e as formas que a juventude tem de ocupar o espaço, além de pensar em uma educação mais significativa. Como destacou o Professor Nécio, “tematizamos a juventude e os jovens mais pela chave da esperança, das potências, das questões que eles e elas colocam para a sociedade, nos conflitos e enfrentamentos que promovem”.
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