PROJETOS

Projetos Parceiros

NOSSAS
PRODUÇÕES

MULTIMÍDIA

Clube CCM Bee estuda como abelhas sem ferrão fortalecem a biodiversidade

Por: Isabella Abrão

Os alunos pretendem usar as pesquisas do clube para orientar a população sobre a importância das abelhas

A imagem mostra um grupo de estudantes reunido dentro de uma sala de aula. Eles estão sentados no chão de madeira em frente a um quadro branco, onde está escrito em letras cursivas algo como “Conferência Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente – Justiça Climática”. No centro do grupo, algumas crianças seguram um cartaz feito em papel pardo. Nele aparece o desenho do mapa do Brasil, com o título “Abelhas” e algumas palavras como “Jataí”, “Mirimguaçu” e “Guarapu”, que são nomes de espécies de abelhas nativas.
Alunos integrantes do clube CCM Bee (Foto/Arquivo Pessoal)

Abelhas são cruciais para o planeta. Ajudam na manutenção das florestas, na produção de alimentos e, claro, no próprio equilíbrio ecológico. Mesmo assim, são constantemente ameaçadas por práticas humanas. Por isso, o clube CCM Bee, do Colégio Cívico-Militar Nestor Victor dos Santos, em São Miguel do Iguaçu, busca conscientizar a população enquanto investiga o papel das abelhas sem ferrão na biodiversidade.

Na Rede de Clubes Paraná Faz Ciência, o projeto é articulado pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Os estudos tiveram início no ano passado e o clube começou as atividades com a construção de iscas. Os alunos capturaram algumas abelhas Jataí, uma espécie pequena que não possui ferrão, para aprender mais sobre os insetos e como cuidar deles.

Neste primeiro momento, os estudantes também foram orientados sobre como os agrotóxicos, o desmatamento e o aquecimento global afetam diretamente a vida das abelhas. Agora, com o projeto mais avançado, os alunos estão se organizando para transferir as abelhas capturadas para um meliponário com colmeias, plantar mudas e, em breve, promover oficinas educativas em escolas municipais.

A imagem mostra um grupo de alunos e a professora coordenadora do clube montando armadilhas para capturar as abelhas Jataí. O equipamento é feito com garrafas PET.
Construção das armadilhas para capturar as abelhas (Foto/Arquivo Pessoal)

A ideia é expandir o impacto das pesquisas para além dos muros da escola, inspirando novas ações sustentáveis. Inclusive, o CCM Bee já está participando ativamente de eventos e feiras científicas para divulgar os resultados do projeto. Em agosto deste ano, por exemplo, o clube foi selecionado para a etapa estadual da VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), em Foz do Iguaçu.

Da escola para a sociedade

De acordo com a professora coordenadora, Jocimara Monsani, o Clube de Ciências tem sido essencial para despertar a curiosidade científica dos estudantes. “Os alunos desenvolvem habilidades fundamentais para o século XXI: pensamento crítico, resolução de problemas, trabalho em equipe, comunicação e escrita científica e consciência ambiental”, explica.

A imagem mostra uma mão adulta, suja de cera e mel, segurando uma estrutura natural feita por abelhas nativas sem ferrão. É um ninho de abelhas feito de cera marrom escura. Ele tem várias camadas em forma de discos empilhados, com células onde ficam as larvas. Em volta há uma camada irregular de cera quebradiça. A cena mostra o interior de uma colmeia de abelhas brasileiras.
Os alunos também estudaram os benefícios do mel (Foto/Arquivo Pessoal)

A docente ainda destaca a parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e com o Sindicato Rural de São Miguel do Iguaçu. Juntos, estão oferecendo um curso sobre Produtos Apícolas para a população, entre os dias 15 e 20 de dezembro. Serão aulas gratuitas, com certificado e material já incluso. “Uma realização que fortalece o conhecimento, valoriza a biodiversidade e conecta a ciência com a comunidade escolar”, reforça Jocimara.

Além das atividades envolvendo as abelhas sem ferrão, análises do mel e produção artesanal, o Clube de Ciências também realiza outras investigações. Um exemplo é a pesquisa científica sobre a identificação de focos do mosquito da dengue nas armadilhas com garrafa pet, que foram instaladas para capturar as abelhas.