Os alunos pretendem usar as pesquisas do clube para orientar a população sobre a importância das abelhas

Abelhas são cruciais para o planeta. Ajudam na manutenção das florestas, na produção de alimentos e, claro, no próprio equilíbrio ecológico. Mesmo assim, são constantemente ameaçadas por práticas humanas. Por isso, o clube CCM Bee, do Colégio Cívico-Militar Nestor Victor dos Santos, em São Miguel do Iguaçu, busca conscientizar a população enquanto investiga o papel das abelhas sem ferrão na biodiversidade.
Na Rede de Clubes Paraná Faz Ciência, o projeto é articulado pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Os estudos tiveram início no ano passado e o clube começou as atividades com a construção de iscas. Os alunos capturaram algumas abelhas Jataí, uma espécie pequena que não possui ferrão, para aprender mais sobre os insetos e como cuidar deles.
Neste primeiro momento, os estudantes também foram orientados sobre como os agrotóxicos, o desmatamento e o aquecimento global afetam diretamente a vida das abelhas. Agora, com o projeto mais avançado, os alunos estão se organizando para transferir as abelhas capturadas para um meliponário com colmeias, plantar mudas e, em breve, promover oficinas educativas em escolas municipais.

A ideia é expandir o impacto das pesquisas para além dos muros da escola, inspirando novas ações sustentáveis. Inclusive, o CCM Bee já está participando ativamente de eventos e feiras científicas para divulgar os resultados do projeto. Em agosto deste ano, por exemplo, o clube foi selecionado para a etapa estadual da VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), em Foz do Iguaçu.
Da escola para a sociedade
De acordo com a professora coordenadora, Jocimara Monsani, o Clube de Ciências tem sido essencial para despertar a curiosidade científica dos estudantes. “Os alunos desenvolvem habilidades fundamentais para o século XXI: pensamento crítico, resolução de problemas, trabalho em equipe, comunicação e escrita científica e consciência ambiental”, explica.

A docente ainda destaca a parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e com o Sindicato Rural de São Miguel do Iguaçu. Juntos, estão oferecendo um curso sobre Produtos Apícolas para a população, entre os dias 15 e 20 de dezembro. Serão aulas gratuitas, com certificado e material já incluso. “Uma realização que fortalece o conhecimento, valoriza a biodiversidade e conecta a ciência com a comunidade escolar”, reforça Jocimara.
Além das atividades envolvendo as abelhas sem ferrão, análises do mel e produção artesanal, o Clube de Ciências também realiza outras investigações. Um exemplo é a pesquisa científica sobre a identificação de focos do mosquito da dengue nas armadilhas com garrafa pet, que foram instaladas para capturar as abelhas.