O clube Show da Química busca promover o estudo por meio do teatro
Quem pensa em química, logo imagina uma aula convencional em um laboratório, mas no clube Show da Química a aprendizagem é diferente e ocorre por meio da arte. O objetivo é apresentar uma peça teatral que proporcione o ensino da química. No enredo, vários experimentos químicos serão demonstrados.
O clube do Colégio Estadual Cristóvão Colombo, no município de Jardim Alegre, é coordenado pelo professor Fernando José Rodrigues. Por ser uma escola integral, o clube de ciências é uma disciplina eletiva, ou seja, uma disciplina que consta na carga horária dos alunos.
Desde o fim do ano passado, quando o clube se iniciou, os clubistas estão em processo de montar, testar e ensaiar a peça teatral que se chama Família Periódica. Nela, todos os personagens remetem aos nomes de elementos químicos. Conforme o professor, este teatro está contido no livro “Histórias e Diálogos – Sugestões de Teatro para o Ensino Médio” e foi organizado por Elisa Aguayo da Rosa.
Como começou a ideia da música?
O primeiro contato do professor Fernando com a música desenvolvida por Inteligência Artificial (IA) aconteceu no grupo de estudos “Formadores em Ação”, do Programa da Rede Estadual de Educação, como professor formador na área de química para outros docentes. Fernando foi designado a trabalhar com os demais professores sobre uma música com Inteligência Artificial. Após essa experiência, decidiu aplicar essa atividade no Clube de Ciências que coordena, no Colégio Estadual Cristóvão Colombo. A proposta era criar um hino com os alunos.
A música foi construída por meio de duas IA´s. A letra da música foi desenvolvida por meio de um comando ao Chat GPT, com adaptações feitas pelos alunos e também pelo professor. A outra ferramenta de Inteligência Artificial utilizada foi a Suno.IA, com a qual foram adicionadas um ritmo e uma melodia à letra da música. O hino final será apresentado no encerramento da peça de teatro. Segundo o professor, os alunos já pensam em criar novas músicas para os próximos teatros.
Para Fernando, a inteligência artificial é uma ferramenta muito útil, pois agilizou o processo criativo. “Eu não tenho conhecimento sobre música e levaria muito tempo para conseguir fazer e gravar”. Por isso a opção gratuita e oportuna foi tão interessante.
Teatro e química aliados no clube
O desejo de inovar nas aulas de química é antigo, de quando o professor Fernando estava na graduação. Na época, ele assistiu a uma peça teatral, parte do mesmo livro citado, de Elisa Aguayo da Rosa, e desde então não havia tido a oportunidade de trabalhar com essa proposta. Até surgir a ideia do Clube de Ciências.
Em um primeiro momento, o professor imaginou a temática de extração de óleos essenciais, entretanto ao ouvir opiniões, percebeu que a proposta do teatro era mais interessante. Para ele, a potência deste trabalho será também avaliada no momento de apresentação do teatro ao público. “Vai ser um divisor de águas quando eles apresentarem a peça no evento nomeado Culminância, ao final do semestre. Queremos medir as reações dos espectadores da peça, usando um formulário para identificar qual momento foi mais interessante”, explica o docente.
Show da Química
Atualmente com vinte integrantes no clube, entre estudantes de ensino fundamental e médio, o funcionamento no dia a dia é muito didático. As atividades se dividem em refletir sobre os elementos químicos presentes na peça, validar os experimentos para os alunos se sentirem seguros no dia da apresentação e ensaiar. A expectativa para eles está em imaginar como será a reação do público no dia da apresentação.
Entre momentos interessantes, o professor relembra o dia em que testaram a popular pasta de dente de elefante, ação que produz muita espuma. Quanto às dificuldades, nem sempre o recurso financeiro está disponível para as ações que querem realizar. “Nós teremos o investimento, mas às vezes já queremos começar e é preciso aguardar essa liberação. Especialmente quando queremos usar alguns reagentes ou substâncias mais caras”, conta o professor.
Mesmo com as dificuldades, o professor Fernando acredita que a proposta do Clube é uma forma importante de valorização da ciência, e acredita que ao longo da caminhada, com participação em feiras de ciências, com intercâmbios e vivência de obtidas de outros clubes haverá muitas trocas e conhecimento para os alunos. O desafio permanece em motivar os alunos para que confiem no processo.
O Show da Química, que teve esse nome escolhido pelo professor coordenador desde a escrita do projeto, se prepara para os próximos passos. O objetivo é continuar os experimentos, a organização da peça e os ensaios até a Culminância. Após isso, devem iniciar mais um teatro. O sonho do professor Fernando é que a ideia do clube desperte o desejo pela ciência para mais alunos.
Escute a música criada pelo clube: Clique aqui!