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Clube de Cruzeiro do Oeste, vinculado à UEM, transforma óleo usado em sabão

Por: Ana Carolina Arenso Barbosa

O Clube Green Lab atua refletindo sobre sustentabilidade e reciclagem

A foto é do Clube de Ciências ‘Green Lab” do Colégio Estadual Almirante Tamandaré de Cruzeiro do Oeste. Na imagem aparece um grupo de nove estudantes e dois adultos dentro de uma sala de aula. Eles estão alinhados lado a lado, formando uma fila, bem próximos uns dos outros. A maioria está usando uniforme escolar azul e branco. Dois adultos — um à esquerda e o outro mais à direita do grupo — também estão presentes. Ao fundo há um quadro verde grande na parede, típico de sala de aula, e a parede é pintada em duas cores: amarelo na parte superior e verde abaixo. O piso é de cerâmica bege, comum em escolas. Estão todos olhando para a câmera e posando para a foto dentro de um ambiente escolar.

Em Cruzeiro do Oeste, um clube de ciências chama a atenção por reutilizar o óleo de cozinha para desenvolver produtos, entre eles sabão em barra, líquido e velas. O Green Lab tem 14 alunos, do primeiro e segundo ano do Ensino Médio, e buscam trabalhar com a reciclagem.

Conforme o professor orientador, Rafael Fernando de Melo, os clubistas do Colégio Estadual Almirante Tamandaré aliaram ciência, sustentabilidade e ação social, com oficinas para a produção de sabão sólido e líquido, a partir do óleo enriquecido com aditivos naturais, como folha de mamão e cravo-da-índia.

Melo conta que a iniciativa dos sabões foi uma forma dos alunos se envolverem com a conscientização ambiental e também levar os conhecimentos para a comunidade escolar. “Foram desenvolvidas competências em química e empreendedorismo entre os estudantes, além da integração da população local com a comercialização simbólica do produto”, explica o professor.

Os clubistas venderam os sabões na Culminância, um evento semestral que acontece em escolas integrais para apresentação dos trabalhos realizados em disciplinas eletivas. Como os clubes de ciências da Rede de Clube Paraná Faz Ciência nesse caso são eletivas, também participam dessa experiência.

O professor afirma que uma parte dos sabões ficou para a escola e o restante foi vendido a dois reais no evento. A renda obtida com as vendas foi integralmente revertida na compra de mais reagentes. “Cinco litros de óleo renderam 95 litros de sabão líquido”, comemora. O espaço fomentou o protagonismo dos estudantes e a disseminação do conhecimento.

Este evento foi considerado pelo professor como um dos momentos mais marcantes para o clube. Isso porque os alunos se comunicaram com outras escolas e ensinaram o que aprenderam em relação à reciclagem do óleo, sobre os prejuízos de jogá-lo na pia e sobre outras mensagens importantes aprendidas no Green Lab.

DO INÍCIO AO FUTURO 

Na imagem aparece um grupo de estudantes dentro de uma sala de aula, organizados em mesas que estão posicionadas próximas umas das outras, formando pequenos agrupamentos. Eles parecem estar prestando atenção em alguém que está fora do quadro da foto. A maioria está com uniforme escolar azul e branco. Eles estão sentados de forma descontraída, mas atentos, demonstrando concentração e interesse. O ambiente é um laboratório escolar: à direita é possível ver cartazes de sinalização de risco, como símbolos de radiação, perigo e proibição. Ao fundo há cadeiras empilhadas sobre uma bancada e materiais escolares. A parede dos fundos é revestida com azulejos brancos e o restante da sala é pintado na cor amarelo claro. O piso é de cerâmica bege.
Estudantes do clube ‘Green Lab’ (Foto/ Ana Carolina Arenso Barbosa)

O primeiro projeto do clube foi a fabricação das velas, com a professora de química Priscila de Bem. Atualmente, as atividades do clube estão sob a coordenação do professor Rafael Fernando de Melo e o projeto principal é trabalhar com a produção de sabão. O Green Lab se reúne nas duas últimas aulas da quinta-feira para atuar na prática e também com teoria. “Nós vamos pesquisando para incrementar novas ideias no nosso sabão e depois testamos”, conta o professor.

Entre as dificuldades, o educador cita a frequência dos alunos. Ele aponta que por ser um colégio integral, quando chega nas últimas aulas os estudantes tendem a ir embora. Por isso uma alteração foi sugerida para o próximo ano. “A ideia é que no ano que vem o clube aconteça no período da manhã, para aumentar a participação”, afirma o docente. Mesmo assim, Rafael afirma que não há problemas com a disciplina dos clubistas, ele observa empenho e colaboração. “Quando eles estão em sala de aula, participam e se dedicam. Como foi na Culminância, quando eles demonstraram muito empenho ao decorarem a sala e buscarem pessoas para a venda do sabão”, relembra.

O clube também é um local de experiência para o professor Rafael. “É uma oportunidade de aprender também, de ter essa vivência de estar orientando um aluno e iniciando ele numa caminhada científica”, conta. Para os alunos não é diferente, o clube está sendo fundamental na formação. “É um maior contato com a ciência”, diz.

Entre os próximos passos, buscar outras alternativas para reciclar o óleo é uma delas. Para isso, uma sugestão é utilizá-lo na produção de matéria orgânica para nutrir o solo, porém sem utilizar muito óleo, explica o professor. Outro objetivo é também transformar o colégio em um ponto de coleta de óleo. “A gente pensa em colocar uma caixa d’água, vedar bem o solo e assim poder reciclar esse óleo”, 

O clube inclusive tem o apoio da secretaria de meio ambiente da cidade. Além disso, a intenção também é trabalhar com a educação ambiental visitando escolas municipais para transmitir os conhecimentos adquiridos no clube para mais crianças e adolescentes. “E até dentro da escola mesmo, porque a gente percebeu que nem todos têm o conhecimento em torno da reciclagem”, explica Fernando.