Os protótipos incluem varal automático assistivo, semáforo inteligente, mão robótica e caixa de cultivo automatizada
O Clube Riso, do Colégio Estadual Manoel Antônio Gomes, em Reserva, está usando tecnologia e metodologias Maker para desenvolver a autonomia, inclusão e habilidades sociais. Os estudantes utilizam a robótica assistiva para suprir a demanda de estratégias inovadoras para melhorar o desempenho e o engajamento dos alunos. Além disso, eles pretendem aumentar a qualidade de vida de pessoas com deficiência.
O Clube é articulado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), no NAPI-Paraná Faz Ciência, com reuniões às quartas-feiras, à tarde. Com interesse na área de Robótica, a equipe reúne alunos desde o 9º ano do Ensino Fundamental até o 2º ano do Ensino Médio.
Dentre os protótipos, destaca-se o varal automático assistivo, que chegou a ser construído para apresentação. Entretanto, devido às reformas na escola e à ausência de espaço adequado para armazenamento, a maquete precisou ser desmontada. Já os demais protótipos, como o semáforo inteligente assistivo, a mão robótica com Arduino e a caixa de cultivo automatizada, estão na fase de pesquisa inicial.
O avanço dos dispositivos foi temporariamente interrompido, pois a sala de Robótica começou a ser reformada. Além disso, há a necessidade de alguns equipamentos fundamentais, a exemplo da impressora 3D, cortadora a laser e outras ferramentas indispensáveis para a construção da parte física dos modelos.
Com este contratempo, o clube desviou momentaneamente do planejamento original e direcionou esforços para a construção de um carrinho de sumô controlado por Bluetooth, utilizando a placa ESP32, bem como de um carrinho seguidor de linha.
A turma se organizou em equipes para as competições: quatro alunos irão compor a equipe responsável pelo Robô Sumô e outros quatro integrarão a equipe do Robô Seguidor de Linha. Ainda assim, todos os demais estudantes permanecem envolvidos, seja por meio de discussões técnicas, sugestões de melhorias ou apoio no processo de testes e ajustes.
Próximos passos
De acordo com a professora Janinha Aparecida Pereira, coordenadora do clube, as etapas de pesquisa e programação já estão em estágio avançado. Nas palavras dela, “o primeiro passo será a reconstrução da maquete do Varal da Dona Maria, seguido da organização dos estudantes em grupos para o desenvolvimento dos demais projetos: semáforo inteligente assistivo, caixa de cultivo automatizada e mão robótica.”
Com a conclusão da reforma do laboratório de Robótica e as inscrições para os novos integrantes do clube a partir do próximo ano letivo, Janinha também espera ampliar a participação dos estudantes.
A coordenadora do projeto acrescentou que o eixo central de todos os protótipos será sempre promover a qualidade da vida de todas as pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos, “reafirmando o compromisso social e inclusivo que fundamenta o projeto”.
O que os alunos acham?
Para a aluna Rafaela, do 1º ano A, os projetos ajudam a desenvolver várias habilidades que poderão ser usadas no mercado de trabalho, como saber trabalhar em equipe e resolver problemas. A estudante Bárbara, da mesma turma, também vê perspectiva futura na área de Robótica, inclusive quando imagina o Ensino Superior ou uma profissão relacionada com os projetos que desenvolvem no Clube de Ciências.
Já o aluno Luís Guilherme, do 2º ano B, afirmou que as notas melhoraram após a entrada no projeto, como Matemática e Ciências, o que o motivou com a escola. O estudante Cadu, do 1º ano A, também viu melhoria nas notas, principalmente nas disciplinas de Português e Ciências.
Nas palavras de Vitor, do 2º ano A, “o Clube mudou toda a minha visão sobre pesquisa, pois comecei a fazer com mais frequência. Assuntos que eu tinha mais interesse, eu comecei a conversar com os meus amigos. A pesquisa, realmente, foi o ponto mais forte que eu percebi que desenvolvi”. Ele gostou, mesmo, de programar.
Heitor, do 9º ano A, disse que ele e os amigos começaram a pesquisar mais em casa, ver mais vídeos, tutoriais e até compartilhar ideias entre o grupo. “E até a conversa não era só sobre jogos ou zueira, mas também sobre projetos e tecnologia”, contou.