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Clube de Reserva usa metodologias Maker para aprender robótica assistiva

Por: Susanah Yoshimi

Os protótipos incluem varal automático assistivo, semáforo inteligente, mão robótica e caixa de cultivo automatizada

Dois alunos em uma sala de aula trabalhando em um projeto de robótica. Eles estão em pé em volta de uma mesa redonda branca, que possui sobre ela dois carrinhos de controle remoto ou protótipos de veículos. Um deles é vermelho com rodas amarelas, já montado e com aparência de brinquedo pronto; o outro está em processo de montagem, com fios, componentes eletrônicos e estrutura exposta. Na mesa também há ferramentas e materiais.
Os alunos do Clube Riso aprendem Robótica de forma divertida (Foto/Arquivo pessoal)

O Clube Riso, do Colégio Estadual Manoel Antônio Gomes, em Reserva, está usando tecnologia e metodologias Maker para desenvolver a autonomia, inclusão e habilidades sociais. Os estudantes utilizam a robótica assistiva para suprir a demanda de estratégias inovadoras para melhorar o desempenho e o engajamento dos alunos. Além disso, eles pretendem aumentar a qualidade de vida de pessoas com deficiência.

O Clube é articulado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), no NAPI-Paraná Faz Ciência, com reuniões às quartas-feiras, à tarde. Com interesse na área de Robótica, a equipe reúne alunos desde o 9º ano do Ensino Fundamental até o 2º ano do Ensino Médio.

A imagem mostra um grupo de jovens em uma sala de aula, trabalhando em atividades práticas relacionadas à eletrônica. No primeiro plano, à esquerda, uma estudante está sentada, concentrada em manusear fios elétricos. Sobre a mesa à sua frente há um grande emaranhado de cabos coloridos, provavelmente utilizados em circuitos. Ao fundo, três rapazes estão em pé, colaborando em algum trabalho manual com fios ou componentes.
Os estudantes aprenderam a manusear fios e componentes eletrônicos (Foto/Arquivo pessoal)

Dentre os protótipos, destaca-se o varal automático assistivo, que chegou a ser construído para apresentação. Entretanto, devido às reformas na escola e à ausência de espaço adequado para armazenamento, a maquete precisou ser desmontada. Já os demais protótipos, como o semáforo inteligente assistivo, a mão robótica com Arduino e a caixa de cultivo automatizada, estão na fase de pesquisa inicial.

A imagem mostra quatro estudantes; dois deles, à esquerda, estão apenas observando, enquanto o terceiro, de óculos e casaco preto, manipula uma maquete apoiada sobre duas carteiras escolares. A maquete representa uma casa com telhado, cercas e estruturas anexas, sugerindo um projeto escolar de arquitetura, urbanismo, ciências ou tecnologia. À direita, uma aluna de blusa branca com listras pretas também observa atentamente a apresentação.
A maquete do “Varal Dona Maria” foi feita pelos próprios alunos (Foto/Arquivo pessoal)

O avanço dos dispositivos foi temporariamente interrompido, pois a sala de Robótica começou a ser reformada. Além disso, há a necessidade de alguns equipamentos fundamentais, a exemplo da impressora 3D, cortadora a laser e outras ferramentas indispensáveis para a construção da parte física dos modelos.

Com este contratempo, o clube desviou momentaneamente do planejamento original e direcionou esforços para a construção de um carrinho de sumô controlado por Bluetooth, utilizando a placa ESP32, bem como de um carrinho seguidor de linha.

A turma se organizou em equipes para as competições: quatro alunos irão compor a equipe responsável pelo Robô Sumô e outros quatro integrarão a equipe do Robô Seguidor de Linha. Ainda assim, todos os demais estudantes permanecem envolvidos, seja por meio de discussões técnicas, sugestões de melhorias ou apoio no processo de testes e ajustes.

Próximos passos

De acordo com a professora Janinha Aparecida Pereira, coordenadora do clube, as etapas de pesquisa e programação já estão em estágio avançado. Nas palavras dela, “o primeiro passo será a reconstrução da maquete do Varal da Dona Maria, seguido da organização dos estudantes em grupos para o desenvolvimento dos demais projetos: semáforo inteligente assistivo, caixa de cultivo automatizada e mão robótica.”

Com a conclusão da reforma do laboratório de Robótica e as inscrições para os novos integrantes do clube a partir do próximo ano letivo, Janinha também espera ampliar a participação dos estudantes.

A coordenadora do projeto acrescentou que o eixo central de todos os protótipos será sempre promover a qualidade da vida de todas as pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos, “reafirmando o compromisso social e inclusivo que fundamenta o projeto”.

A imagem mostra um grupo de pessoas reunidas em uma sala, celebrando uma confraternização. Na frente, há uma mesa redonda com comidas e bebidas. Algumas pessoas estão em pé atrás da mesa, enquanto outras estão sentadas ou agachadas à frente, todas sorrindo e olhando para a câmera. A maioria veste camisetas pretas ou brancas com o mesmo logotipo, indicando que fazem parte do projeto ligado à robótica (há a palavra ROBO em algumas camisetas). Duas mulheres, à direita, usam camisetas diferentes — uma amarela e outra branca, e parecem ser professoras ou responsáveis. No fundo da sala, há armários, prateleiras com equipamentos e caixas organizadas. Também se vê um notebook aberto sobre uma mesa lateral.
Alunos do Clube Riso em confraternização da turma (Foto/Arquivo pessoal)

O que os alunos acham?

Para a aluna Rafaela, do 1º ano A, os projetos ajudam a desenvolver várias habilidades que poderão ser usadas no mercado de trabalho, como saber trabalhar em equipe e resolver problemas. A estudante Bárbara, da mesma turma, também vê perspectiva futura na área de Robótica, inclusive quando imagina o Ensino Superior ou uma profissão relacionada com os projetos que desenvolvem no Clube de Ciências.

Já o aluno Luís Guilherme, do 2º ano B, afirmou que as notas melhoraram após a entrada no projeto, como Matemática e Ciências, o que o motivou com a escola. O estudante Cadu, do 1º ano A, também viu melhoria nas notas, principalmente nas disciplinas de Português e Ciências.

A imagem mostra um jovem trabalhando em um projeto eletrônico sobre uma mesa. No centro da cena há diversos fios coloridos conectados a uma protoboard e a uma placa Arduino, indicando uma atividade de programação e montagem de circuito. Também aparecem outros materiais e componentes, usados para programar ou monitorar o sistema. Outros dois alunos estão ajudando e observando. O ambiente transmite a ideia de um trabalho prático de robótica ou eletrônica aplicada, combinando programação, montagem e testes experimentais.
Clubistas trabalhando em um projeto eletrônico (Foto/Arquivo pessoal)

Nas palavras de Vitor, do 2º ano A, “o Clube mudou toda a minha visão sobre pesquisa, pois comecei a fazer com mais frequência. Assuntos que eu tinha mais interesse, eu comecei a conversar com os meus amigos. A pesquisa, realmente, foi o ponto mais forte que eu percebi que desenvolvi”. Ele gostou, mesmo, de programar.

Heitor, do 9º ano A, disse que ele e os amigos começaram a pesquisar mais em casa, ver mais vídeos, tutoriais e até compartilhar ideias entre o grupo. “E até a conversa não era só sobre jogos ou zueira, mas também sobre projetos e tecnologia”, contou.