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Clubes articulados pela UEPG vão apresentar seus projetos no Paraná Faz Ciência, em Guarapuava

Por: Talula Boldt de Souza

Doze clubes de cinco cidades participarão da 5ª edição do Paraná Faz Ciência

A foto mostra clubistas do Exploradores da Ciência, que participarão do 5º Paraná Faz Ciência. Eles estão em um laboratório de ciências com vidrarias e equipamentos, fazendo uma atividade em uma bancada enquanto o professor faz uma explicação. (Foto/Talula)
Alunos em trabalho prático no laboratório (Foto/Talula)

Dos dias 29 de setembro a 3 de outubro, acontece em Guarapuava a 5ª edição do Paraná Faz Ciência, sediada na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Este é o maior evento científico do Paraná, tendo contado, no ano passado, com a participação de 38 mil pessoas. Neste ano, além da Unicentro, outras dez universidades públicas estaduais e federais do Estado estarão presentes. Entre a vasta programação do Paraná Faz Ciência, destaca-se a mostra científica da Rede de Clubes, que reunirá, pela primeira vez, clubes de todos os Núcleos Regionais de Educação (NRE) do Paraná. Onze desses clubes são articulados pela UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), do NRE de Ponta Grossa e de União da Vitória.

NÚCLEO PONTA GROSSA

O Clube AtivaMente é um dos selecionados. Do Colégio Estadual Cívico Militar José Elias da Rocha, o clube pesquisa sobre corpo, saúde e transformação social no ambiente escolar, com foco na participação dos alunos em Educação Física e nas barreiras que limitam essa prática. Além das investigações, promoveu ações como jogos, gincanas, eventos temáticos e visitas técnicas, e também apresentou seus trabalhos em simpósio, favorecendo uma Educação Física mais inclusiva e envolvendo os alunos em atividades científicas.

A foto mostra alguns estudantes andando enquanto conversam com um bolsista da Rede de Clubes. A sua frente é possível ver a quadra da escola com uma tabela e cesta de basquete.
Clubistas do AtivaMente durante uma visita da equipe da UEPG, eles irão participar da Mostra dos Clubes de Ciência do 5º Paraná Faz Ciência em Guarapuava (Foto/Talula)

Para o professor do Clube, Edilson de Oliveira, compartilhar o trabalho e aprender com os colegas é uma das partes mais importantes das feiras. “Esse formato de feira ajuda eles a interagirem com o cotidiano. Grande parte do trabalho é teorizado, se transforma em produções científicas, mas muitas experiências deles são práticas e poder compartilhar isso com os colegas têm sido muito interessante”.

Já os clubistas do Ciência Divertida investigaram a presença do mosquito da dengue dentro do espaço da própria escola, o Colégio Estadual Cívico Militar Frei Doroteu de Pádua. Além de desenvolverem armadilhas a partir de garrafas PET para a captura dos insetos, os estudantes ainda realizaram ações de limpeza de focos da dengue e plantio de espécies repelentes na escola. Seu trabalho prevê continuidade a partir da produção de repelentes naturais com velas aromáticas e sprays corporais com óleos essenciais.

Da Escola Estadual Espírito Santo, o clube Nutrindo Mentes apresentará o projeto “Combatendo a Obesidade Através do Conhecimento”, voltado à prevenção e conscientização sobre o sobrepeso e a obesidade entre crianças e adolescentes. A pesquisa, realizada com estudantes do 6º ao 9º ano, investiga a relação entre má alimentação, sedentarismo e excesso de peso na comunidade escolar. Além da aplicação de questionários e análises de dados, o clube desenvolve intervenções e atividades educativas para estimular hábitos mais saudáveis e discutir os riscos da obesidade, promovendo mudanças práticas no cotidiano dos alunos.

A foto mostra cadernos de capa verde com o título Clube de Ciências Nutrindo Mentes, o nome do aluno e um desenho de uma cabeça.
Diário de bordo dos alunos do Nutrindo Mentes. O clube pesquisa sobre alimentação saudável e obesidade (Foto/Talula)

Ainda do Núcleo de Ponta Grossa, outro clube que estará presente no 5º Paraná Faz Ciência é o Cultura Local, da Escola Estadual Halia Terezinha Gruba, que faz parte do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente. Seu projeto busca valorizar as histórias de vida da comunidade escolar. A proposta envolve os estudantes na coleta e produção de relatos que abordam temas como identidade, pertencimento, diversidade, gênero e raça-etnia. Para isso, o grupo utiliza o formato de podcast, unindo memória e tecnologia, e criando um espaço de diálogo onde os alunos podem refletir sobre suas próprias experiências e fortalecer vínculos com a comunidade.

O Clube Ciência em Ação, do Colégio Estadual Professor Amálio Pinheiro, apresentará suas ações de promoção ao protagonismo estudantil. Entre suas ações estão experimentos, criação de jogos, pesquisas e visitas pedagógicas que ampliam o conhecimento para além da sala de aula. A proposta busca tornar o aprendizado mais dinâmico e reduzir a evasão escolar, ao mesmo tempo em que incentiva o trabalho em equipe, a liderança e o engajamento dos estudantes na ciência

O Exploradores da Ciência, o clube de ciências de Regente Feijó, levará dois projetos a Guarapuava. O primeiro aborda os esteróides anabolizantes, investigando seus impactos científicos, sociais e culturais, bem como os riscos à saúde associados ao uso dessas substâncias. O segundo trabalho analisa cigarros tradicionais e eletrônicos, explorando a história, os fatores científicos e sociais do ato de fumar e os efeitos da mídia na percepção dos usuários. Ambos os projetos reúnem revisão bibliográfica, entrevistas e pesquisa de campo, com foco no público adolescente, jovem e adulto.

Os clubes ligados ao Núcleo de Ponta Grossa estão todos na cidade, com exceção do Ecoindoor, do Centro Estadual de Educação Olegário de Macedo, que é sediado em Castro.  Sua pesquisa envolve cultivo indoor (interno), propondo a produção sustentável de alimentos e forragem em ambientes fechados, com controle de luz, temperatura e irrigação. A iniciativa busca oferecer alternativas rentáveis e ambientalmente responsáveis para pequenos produtores, reduzindo o uso de agrotóxicos e otimizando recursos naturais. O projeto também incentiva os estudantes a pesquisar técnicas inovadoras, promovendo a conscientização sobre agricultura sustentável e segurança alimentar

NÚCLEO UNIÃO DA VITÓRIA

Outros quatro clubes de ciências estão ligados ao Núcleo de União da Vitória. Em São Mateus do Sul, os clubistas do Ouro Verde, no Colégio Estadual do Campo Professor Eugênio de Almeida, vão mostrar o projeto Bio Mate Ph, um biofertilizante natural à base de mate criado para recuperar solos que têm o pH muito alto e acabam ficando pobres em nutrientes. Produzido a partir da fermentação de matéria orgânica, o produto ajuda a equilibrar o solo, melhorar sua capacidade de reter água e favorecer o crescimento saudável das plantas. De baixo custo e fácil de fazer, o biofertilizante representa uma alternativa sustentável para agricultores e comunidades que buscam cuidar do solo de forma natural e acessível.

De União da Vitória, o Clube Mentes Curiosas, do Colégio Giuseppe Bugatti vai participar com o projeto Sistema de Irrigação por Gotejamento: Sustentabilidade na Agricultura, que apresenta uma alternativa eficiente e de baixo custo para o uso racional da água na produção agrícola. O equipamento, composto por reservatório, mangueiras com pequenos orifícios e controladores de fluxo, libera a água de forma controlada diretamente na raiz das plantas, reduzindo perdas por evaporação ou escorrimento. De fácil montagem e manutenção, o sistema pode ser aplicado em hortas domésticas e pequenas plantações, contribuindo para a preservação dos recursos hídricos e para o aumento da produtividade, especialmente em regiões com escassez de água.

Também de União da Vitória, a Casa Familiar Rural estará representada pelo Apis Club Inova, que vai destacar, no 5º Paraná Faz Ciência, a importância ecológica e socioeconômica das abelhas sem ferrão. O clube apresentará ainda práticas adequadas para sua criação e manejo. A pesquisa realizada pelos estudantes é baseada em revisão bibliográfica de artigos, manuais técnicos e materiais institucionais, abordando questões como as espécies da região, alimentação, importância ecológica, problemas ambientais que afetam a meliponicultura e a relevância das abelhas como fonte de renda.

A foto mostra alunos dentro de sala de aula observando o professor conversar com a articuladora dos clubes da UEPG. Os estudantes estão de costas, de uniforme azul, no qual é possível ler o nome da Instituição em que estudam, Casa Familiar Rural de União da Vitória
Estudantes do Apis Club, da Casa Familiar Rural durante visita da equipe da UEPG. Sua participação no Paraná Faz Ciência envolve as pesquisas sobre abelhas sem ferrão que desenvolvem (Foto/Talula)

Por fim, no município de Paulo Frontin, no Colégio Monsenhor Pedro Busko, o clube Pilha nas Abelhas investiga os impactos do descarte inadequado de pilhas e baterias, especialmente na contaminação ambiental e nos riscos para as abelhas, tão fundamentais para a biodiversidade e a segurança alimentar. A pesquisa combinou revisão bibliográfica e levantamento de dados sobre os hábitos da comunidade, revelando a falta de informação da população sobre como descartar corretamente esses resíduos. Para sensibilizar e engajar a comunidade, os estudantes criaram o robô “Papa Pilha e Bateria”, feito com sucata e programado para agradecer quem depositasse os materiais, além de um robô seguidor de linha que simula o caminho das pilhas até um ecoponto. O trabalho envolve programação, robótica, divulgação científica e atividades educativas, integrando tecnologia, sustentabilidade e cidadania.