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Clubes de Ciências conectam escolas à UNESPAR e impulsionam ensino científico no litoral do Paraná

Por: Shay Ferreira de Jesus

Projeto abrange instituições de diferentes municípios e incentiva pesquisa e inovação entre os estudantes

A imagem mostra um grupo de três estudantes reunidos em torno de um microscópio, em um ambiente que parece ser um laboratório de pesquisas. Os estudantes parecem vestir uniformes escolares. O fundo da imagem é majoritariamente branca, pois reflete a bancada de azulejos deste laboratório.
Alunos do Colégio Estadual Gabriel de Lara aprendem a investigar com o microscópio (Foto/Arquivo Pessoal)


Os Clubes de Ciências vinculados à Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) estão transformando a educação científica em diversas regiões do estado. A iniciativa aproxima alunos do ensino fundamental e médio da universidade, incentivando a pesquisa, o pensamento crítico e o aprendizado prático por meio de experimentação, saídas de campo e palestras com especialistas.

Atualmente, os clubes estão distribuídos em nove cidades paranaenses, contemplando diferentes realidades educacionais. Paranaguá é o maior município atendido pelo programa, reunindo várias escolas participantes. Ao mesmo tempo, a iniciativa alcança algumas das menores cidades do estado, garantindo que alunos de diferentes contextos tenham acesso à ciência e à inovação.

Os Clubes de Ciências da UNESPAR estão presentes nos Núcleos Regionais de Educação (NRE) de Paranaguá, Paranavaí e Loanda, abrangendo municípios como Paranaguá, Matinhos, Antonina, Inajá e Nova Esperança. Entre as instituições participantes estão o Colégio Estadual Rocha Pombo, o Colégio Estadual Civil-Militar Sertãozinho, o Colégio Estadual Gabriel de Lara, o Colégio Estadual Barão do Rio Branco, a Escola Estadual Padre Anchieta e o Colégio Estadual Duque de Caxias.

Ao todo, a UNESPAR coordena 13 Clubes de Ciências. Destes, quatro estão em municípios com menos de 10 mil habitantes, enquanto outros quatro estão em cidades com populações entre 10 mil e 40 mil habitantes. Além disso, um dos clubes está localizado em uma cidade com mais de 100 mil habitantes, evidenciando o impacto da iniciativa em diferentes regiões do Paraná.

Os clubes funcionam como espaços de aprendizado científico e investigativo, permitindo que os estudantes desenvolvam pesquisas sobre temas ambientais, tecnológicos e sociais. As atividades variam conforme a escola e incluem estudos sobre impactos ambientais, análise de microplásticos nas praias, monitoramento de bacias hidrográficas e desenvolvimento de soluções sustentáveis. Além disso, os alunos participam de visitas técnicas a instituições de ensino superior e assistem a palestras com pesquisadores, fortalecendo a troca de conhecimento entre a escola e a universidade.

A coordenadora pedagógica Michele Mendes explica que o projeto teve início a partir de uma experiência em Portugal, onde os Clubes de Ciências foram implementados para elevar os índices de alfabetização científica no país. “Em 2019, o professor Rodrigo Reis visitou Portugal e conheceu o modelo da Ciência Viva, que conecta universidades e escolas para fortalecer a educação científica. Quando retornou, começou a estruturar a ideia dos clubes aqui no Paraná”, destaca Michele.

O projeto cresceu e em 2023 passou a ser financiado pela Fundação Araucária, garantindo a criação de 200 Clubes de Ciências no estado. Além disso, outra iniciativa foi desenvolvida com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, focada em inovação e tecnologia. São chamados de Clubes Makers. “Os alunos do Ensino Fundamental e Médio recebem bolsas para participar, o que é fundamental para incentivar a permanência e engajamento, especialmente em regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”, explica Michele.

No Colégio Estadual Sertãozinho, por exemplo, os estudantes realizaram coletas e análises de microplásticos na areia da praia, contribuindo para discussões sobre a poluição dos oceanos. Já na Escola Verde, os alunos estudaram a bacia hidrográfica de Inajá, investigando a influência dos rios na vida da população e os desafios ambientais enfrentados na região.

A parceria com a UNESPAR amplia as oportunidades de formação e aproxima os alunos da pesquisa acadêmica. “Os Clubes de Ciências são uma porta de entrada para que os estudantes compreendam o papel da ciência no dia a dia e se interessem por carreiras científicas. A relação entre escola e universidade fortalece essa trajetória, despertando o interesse dos jovens pela investigação e inovação”, ressalta Michele.

Com novas ações programadas, como feiras científicas e a ampliação do projeto para outras cidades, os Clubes de Ciências seguem como uma iniciativa essencial para o fortalecimento da educação e da pesquisa científica no Paraná.