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Clubistas da Escola Isolda Schimid investigam a biodiversidade dos rios no laboratório

Por: Marilaine Martins

A chegada de materiais novos e a interação com a pesquisadora ampliaram a experiência científica do grupo

Um grupo de seis estudantes e uma professora participa de uma atividade em um laboratório escolar. À esquerda, a professora, de colete claro e blusa preta, orienta uma aluna que ajusta o foco de uma lupa binocular branca posicionada sobre a mesa. Ao redor, quatro estudantes observam atentos a cena, vestindo camisetas do uniforme azul e branco com o brasão do Paraná. À direita, uma estudante de camiseta preta acompanha de perto a análise feita no equipamento. Sobre a bancada de granito estão tubos de ensaio transparentes e um frasco azul de plástico. Ao fundo, a parede revestida de azulejos brancos completam o ambiente da atividade científica.
Em campo, integrantes do ‘Little Science’ realizam testes (Foto/ Marilaine Martins)

Conhecer, olhar e analisar bem de perto pode revelar muito mais do que se percebe a olho nu. Foi o que descobriram os integrantes do Clube de Ciência Futuros Cientistas ao observar, no laboratório e com o auxílio das lupas recém-chegadas, animais aquáticos coletados em rios. Detalhes antes invisíveis apareceram diante deles, e cada estudante encontrou sua própria surpresa: as listas nos olhos de um camarão, o porte imponente de um besouro ou os ligamentos arredondados das patas de um escorpião-do-mato. Esses organismos, conhecidos como macroinvertebrados, são de interesse do grupo justamente porque ajudam a indicar a qualidade da água, revelando aspectos das condições ambientais dos rios.

Para os integrantes do clube, formado por alunos do Ensino Fundamental II da Escola Isolda Schimid, ‘olhar de perto’ foi além do uso da lupa. A atividade integrou a palestra O Rio e sua biodiversidade, realizada pela professora e bióloga Edinalva Oliveira, em que cada estudante foi convidado a perceber a ciência também por outra dimensão: a do trabalho de campo. Redes de coleta, recipientes e até a perneira, item de proteção em áreas alagadas, mostraram que a investigação dos rios exige preparo, técnica e cuidado. Nesse contexto, a ciência revelou-se como prática que une observação minuciosa e interação direta com o ambiente.

Esse aprendizado se conecta ao percurso já trilhado pelo grupo em sua pesquisa sobre o rio Belém, vizinho da escola e de grande parte dos alunos. Ou seja, ‘olhar de perto’ aqui, significa também voltar-se para o próprio território, perceber os sinais que a água carrega e compreender que a biodiversidade está intimamente ligada à vida e ao dia a dia da comunidade.

Mais do que uma atividade pontual, a experiência evidenciou o sentido maior da divulgação científica: despertar interesse, provocar perguntas e mostrar que a investigação pode nascer de detalhes. Ao unirem prática, observação e vínculo com o território, os jovens confirmaram que compreender a biodiversidade dos rios é também assumir responsabilidade sobre o espaço em que vivem.