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Credibilidade de cientistas paranaenses é destaque em lançamento de pesquisa sobre CT&I

Por: Ana Paula Machado Velho

Essa ‘descoberta’ é parte dos dados da mais ampla pesquisa já realizada no estado sobre a percepção dos paranaenses em relação à ciência, tecnologia

O primeiro dia do Paraná Faz Ciência 2025, que ocorre em Guarapuava, contou com uma atividade de extrema importância para os paranaenses: a divulgação da Pesquisa de Percepção Pública de CT&I no Paraná (PPC&TI). Os dados foram comemorados pelos cientistas presentes, que souberam que aqueles que trabalham em centros de pesquisa e universidades paranaenses têm o maior índice de credibilidade junto à população.

Essa ‘descoberta’ é parte dos dados da mais ampla pesquisa já realizada no estado sobre a percepção dos paranaenses em relação à ciência, tecnologia e inovação. Parte dela, foi editada em livro e apresentada em uma das salas de conferência do PRFC 2025.

A PPC&TI é uma iniciativa do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação – NAPI Paraná Faz Ciência. Mais de 2.600 paranaenses foram consultados sobre temas como o interesse na ciência.

Resultados

Os resultados foram apresentados pela pós-doutoranda Tamara Domiciano. Para ela, entre todos os dados disponíveis, o que fica de mais concreto é a necessidade de ações de comunicação cada vez mais ousadas, que possam aumentar a alfabetização científica dos cidadãos paranaenses.

Pesquisadores responderam perguntas sobre os dados encontrados na pesquisa

“Apesar de sabermos que grande parte acredita na responsabilidade do homem em relação às mudanças climáticas [59%], sabe que a terra é redonda [91,5%], por outro lado, quase a metade não acredita na teoria da evolução [48%]. Cremos que é uma questão de valores, que vai além de fatores como renda e crença, por exemplo”, explica Tamara.

A percepção da cientista é reforçada em números. 63% dos respondentes apontaram que podiam ser mais bem informados sobre CT&I se os cientistas explicassem com mais detalhes os conteúdos desta área.

“58,8% dos entrevistados mostraram interesse em Ciência e Tecnologia, valor próximo à média nacional, que registra 60,3% de pessoas “muito interessadas” ou “interessadas”. Porém, ainda são afetados por fake news [55%] e se dizem pouco informados [45%] sobre informações destes setores”, alerta a Tamara.

O material também indica que a Educação aparece como o tema de maior interesse entre os respondentes (83,4%). Nenhuma das edições anteriores de pesquisas nacionais incluiu uma pergunta específica sobre o interesse da população pela área da Educação. Não muito distante, o interesse em Medicina e Saúde é apontado por 80,6% da população, seguido de 70,1% que se mostraram interessados em Meio Ambiente e 69,7% em Religião.

Por outro lado, 52,6% dos paranaenses afirmam não possuir interesse em Política, seguido de Arte e Cultura, com 47,2%, e Esportes, área que soma 43,4% de desinteresse.

A articuladora do NAPI Paraná Faz Ciência, Débora Sant’ Ana, destaca que “a pesquisa possibilita compreender os interesses dos paranaenses, sua visão sobre ciência e tecnologia e sua percepção de instituições de pesquisa. Estas informações poderão direcionar ações de divulgação científica, educação para a ciência, entre outras”, disse a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Impactos

O secretário em exercício da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Jamil Abdanur Jr., informou que vai já levar os dados da pesquisa para as próximas reuniões de trabalho da Secretaria. “Esse levantamento é de uma riqueza enorme e vai permitir que a gente aplique recursos não só para estimular esses jovens que estão aqui no evento a se interessarem por ciência, mas garantir outros investimentos como na divulgação de projetos que possam mostrar à população o que fazemos de ciência e tecnologia no nosso Estado”.

O secretário em exercício da Seti, Jamil Abdanur Jr., recebeu uma cópia do relátorio da pesquisa das mãos dos professores Tamara e Rodrigo

O articulador do NAPI Paraná Faz Ciência, Rodrigo Reis, adiantou que já há várias propostas de pesquisa para trabalhar os inúmeros cruzamentos dos dados registrados na survey. “Essas informações precisam dar sustentação às ações do nosso NAPI, porém, queremos muito que elas sejam utilizadas pelo governo do Estado para subsidiar o planejamento e o investimento em ciência e tecnologia, e em divulgação científica, que é a grande missão do NAPI Paraná Faz Ciência”.

O professor doutor Emerson Joucoski, outro autor da Pesquisa comemorou a realização do trabalho em tempo recorde e reforçou a informação de que “muitas inferências estão por vir destes dados a partir da utilização de tecnologias de cruzamentos de todas as informações que reunimos”. Ele também agradeceu a dois graduandos, Vitor Yuji Kiemo e Taissa Carolina Silva dos Santos, da UFPR, que o ajudaram na aplicação de programas de organização e tratamento de dados.

Taíssa estava também na mesa de apresentação da Pesquisa e disse que sonha participar de um levantamento semelhante para o público jovem, “aquele que está aqui, participando do evento e que não respondeu a essa pesquisa”, propôs.

A empresa contratada para a realização das entrevistas foi a QCP- Quanta Consultoria, Projetos e Editora Ltda.