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III Semana dos NAPIs 2025 abraça projeto dos clubes de ciências

Por: Silvia Calciolari

Rede de Clubes Paraná Faz Ciência prepara os jovens para o futuro da cultura científica

Clube de Ciência e Robótica da Escola Estadual Humberto Alencar Castelo Branco, de Pinhais (Foto/Milena Massako)


Durante a realização da III Semana dos NAPIs, nos dias 11 e 12 de março, mais de 550 pesquisadores apresentaram os trabalhos desenvolvidos nos 38 Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) em vigência. Entre eles, o estande do NAPI Paraná Faz Ciência (PRFC) trouxe alunos de Clubes de ciências para apresentarem pesquisas na mostra realizada no Campus da Indústria, da Federação Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba.

A ideia de que somos parte de um movimento contínuo e, sempre que possível, virtuoso, o famoso ‘vivendo e aprendendo’, está na essência do projeto da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência (PRFC), que trouxe uma nova perspectiva para os jovens cientistas paranaenses.

Desenvolvido no contexto do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Paraná Faz Ciência, os Clubes fazem parte da estratégia para popularizar o conhecimento científico produzido no Estado, bem como atrair a atenção dos alunos das escolas de Educação Básica da Rede Estadual de Ensino.

O projeto de criação dos Clubes de Ciências integra os 32 Núcleos Regionais da Educação. Implantado em julho de 2024, a iniciativa faz parte da estratégia de divulgação científica da Fundação Araucária, que está investindo R$ 23,5 milhões na implantação da rede, em um prazo de 30 meses, com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI/PR). Atualmente, os clubes estão funcionando a todo vapor em 200 escolas em todas as regiões. 

A ideia é a construção de ambientes em que os estudantes possam mergulhar no contexto científico e tecnológico, aproximando a ciência da vida cotidiana. A proposta é oferecer a crianças e adolescentes um novo olhar sobre o mundo que os cerca, trazendo-os para o universo da ciência.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig e a professora Débora de Mello Gonçales Sant’Ana, ao lado de alunas do Clube Exploradores das Ciências: uma questão de cidadania do Colégio Estadual Maria Aguiar Teixeira, de Curitiba (Foto/Milena Massako)


O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, participou da Semana dos NAPIs e se mostrou um dos maiores entusiastas do projeto. Ele não esconde o contentamento com a performance da Rede em tão pouco tempo de existência.

“Como eu já fui Secretário de Educação do Estado do Paraná, tenho um carinho enorme por essas parcerias com o sistema educacional. E nós podermos fomentar a ciência desde a educação básica, será fundamental para desenvolvimento científico tecnológico e para literacia de ciência no Estado”, afirmou.  

Wahrhaftig acredita que com uma política pública perene, é possível quadruplicar o número de clubes de ciências nos próximos anos. 

“Acho que cabe no Paraná uma rede de uns 800 clubes de ciência nas nossas instituições de ensino básico. Tomara que continuemos a ter os recursos para que isso seja realmente possível”, completou.

Melhor momento 

O titular da SETI, Aldo Nelson Bona, enfatizou o momento positivo da ciência e da tecnologia no Paraná, que ganha muito com ações de divulgação científica.  

“A iniciativa dos Clubes de Ciências é, sem dúvidas, a mais assertiva para a popularização da ciência, porque começa a atrair o talento para a carreira acadêmica e científica já na Educação Básica. E não é só nesta perspectiva de atrair o talento, mas de formar uma maneira de ver o mundo, um pensamento científico sobre o mundo, independentemente de seguir ou não a carreira científica”, ponderou.

Para o secretário, a aderência e o engajamento dos alunos ao projeto, já estão impactando tanto a vida das escolas em que o projeto está em funcionamento. “Sem dúvida nenhuma, a médio e longo prazo, fará grande diferença na formação de pessoas e no desenvolvimento do Paraná”, refletiu.

“O Paraná vive um momento positivo para a ciência e tecnologia’, afirmou Aldo Nelson Bona na abertura do evento (foto/Milena Massako)


“Para 2025, a nossa expectativa é que o projeto realmente decole e que tudo aconteça com muita qualidade, com muita intensidade, porque é uma rede grande de clubes de ciências”. A avaliação é da coordenadora do NAPI PRFC e gestora da Rede de Clubes, Débora de Mello Gonçales Sant’Ana. 

Professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Débora aponta as novas ações para os próximos meses. “Nós temos propostas de curso de formação e também de acompanhamento e apoio à pesquisa desses clubes. E já temos a expectativa de que os alunos e alunas participantes da rede tragam resultados para as feiras de ciências e comecem a mostrar os resultados de seus projetos”.

A mesma expectativa em relação aos resultados dos clubes de ciências para os jovens no futuro é compartilhada por Rodrigo Reis, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e gestor do NAPI PRFC e da Rede de Clubes, junto com Débora de Mello.

Apresentação de Débora de Mello Gonçales Sant’Ana e Rodrigo Reis, coordenadores do NAPI Paraná Faz Ciência e gestores da Rede de Clubes (Foto/Milena Massako)


“O sucesso dos clubes de ciências se deve a um processo que estava represado e trouxe a demanda da produção de ciência dentro da escola. Existia muita vontade para que isso acontecesse pelos estudantes, pelos professores, pelas secretarias de Educação e de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior”, avalia.

De acordo com Reis, a partir da completa estruturação dos clubes e da rede num ecossistema de ensino e pesquisa, as perspectivas são fantásticas se for levado em consideração o fato de que as crianças e jovens vão desenvolver trabalhar a ciência a partir das suas realidades.

“A gente fica imaginando como será quando tivermos o primeiro grande encontro dos clubes nas feiras de ciências, e como a gente vai estar no NAPI Paraná Faz Ciência, na hora que esses trabalhos que as meninas e os meninos estão desenvolvendo tiverem sendo apresentados nos diversos eventos. E quando alguns deles se tornarem cientistas e estiverem na universidade apresentando seus próprios NAPIs? Será emocionante!”, acredita.

Plantando sementes

No mesmo sentido que os gestores da política pública, mas na ponta do acompanhamento dos clubes, está Aline Pinheiro, professora de Ciências da Rede Estadual do Paraná e Técnica Pedagógica dentro da Coordenação de Educação Ambiental no Departamento de Programas para Educação Básica, da Secretaria de Educação do Estado do Paraná (SEED/PR). 

Além de acompanhar as ações do projeto da rede nos Núcleos Regionais que aderiram aos clubes, Aline também é responsável pelo desenvolvimento, engajamento e por dar publicidade aos trabalhos que esses estudantes estão desenvolvendo junto com seus professores.

Aline Pinheiro, à esquerda; ao lado de Jeremias Ferreira da Costa, professor do Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira, de Curitiba; Luiz Márcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária; Débora de Mello Gonçales Sant’Ana, do NAPI PRFC e Rede de Clubes; Luiz Rodrigo Grochocki, diretor-geral da Polícia Científica do Paraná; e Rodrigo Reis, do NAPI PRFC e Rede de Clubes.

“Nós plantamos sementes e, muitas vezes, elas demoram para germinar. E, hoje, o que eu vislumbro sobre os clubes de ciências é que essas sementes sejam adubadas,  cresçam em terreno fértil para que esses estudantes tenham possibilidade de enxergar que a ciência é o futuro, que eles consigam se ver nesse processo e entendam a importância dele. Isto porque a ciência é muito importante na vida de todo mundo, o tempo todo”, ressaltou. 

Para Aline, ao mesmo tempo em que os clubes nas escolas dão essa oportunidade para o estudante, os professores também exercem seu papel com excelência, cada um a sua maneira. “Para além da bolsa, o grande diferencial é o apoio institucional que vem junto e fortalece o trabalho do professor e, consequentemente, da própria ciência”, finalizou.