MUDI, parceiro do NAPI Paraná Faz Ciência, garante dias de muita divulgação científica e trocas com o público em feira maringaense
Este ano entra para a história da parceria entre o Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), e a Sociedade Rural de Maringá (SRM) para levar a ciência aos visitantes de forma criativa, interativa e conectada com o mundo em que vivemos. se vão 40 anos. O tema de 2025 foi “MUDI: Conectando a Ciência, a Tecnologia e a Cultura Oceânica com o Agro”, em sintonia com o tema da 51ª Edição da Expoingá que foi “O Agro Conecta”.
As primeiras estimativas apontam que aproximadamente 600 mil pessoas estiveram nos onze dias de feira, uma das maiores do Brasil, e grande parte desse público passou pelo Pavilhão Branco, onde o MUDI levou parte de seu acervo permanente que está no campus sede da UEM. Os números oficiais ainda estão sendo consolidados, mas quem esteve no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro pode experimentar novas sensações.
Entre as atrações, uma das novidades que mobilizou a atenção foi a Exposição Cultura Oceânica, que mostrou aos visitantes de Maringá e região informações com maior enfoque na Amazônia Azul e o Continente de Lixo. Outro ambiente, também inédito, trouxe conchas marinhas, que apresentou o processo da evolução desses seres no planeta.
“A sociedade interagiu com os nossos experimentos e aprendeu muito com a exposição, organizadas em ambientes temáticos. E não foi só uma coisa visual, de passar e ver algo bonito, porque a gente leva o conhecimento. Ela passa, contempla e recebe a informação e conhece a ciência e o nosso trabalho”, avalia o coordenador do MUDI, professor Celso Ivam Conegero.
Pelo menos 100 pessoas estiveram envolvidas diretamente na organização e realização da exposição, entre professores, alunos de várias graduações, monitores, estagiários, servidores técnicos e muito voluntários. “Há uma grande mobilização na universidade em torno na Expoingá e eles vêm trabalhar com a gente nesses projetos de forma engajada, e alegre, e sempre é muito bacana essa energia para levar a ciência para fora da academia”, comemora.
Considerado o maior museu de ciências do Sul do Brasil, o MUDI está entre os 10 museus mais visitados do país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que se baseou no relatório de frequência de 2023, lançado recentemente. Na sede do Museu, os visitantes encontram ambientes interativos, experimentos e jogos de Matemática, de Física, ambientes com animais taxidermizados, exposição para a prevenção e combate a todas as formas de Tabagismo, Povos Originários, entre outros.
O reitor da UEM, Leandro Vanalli, esteve no espaço do MUDI e parabenizou os servidores pela grande mostra. “Novamente, a UEM é protagonista mais uma vez com professores, alunos e servidores que se dispuseram em vir à Expoingá para apresentar a grandeza e a importância da nossa comunidade acadêmica para o desenvolvimento regional”.
Popularização da Ciência
Nesta edição, os curadores do MUDI aproveitaram para trabalhar na Expoingá a questão das mudanças climáticas em sintonia com o tema central de 2025 da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que acontece todos os anos, em outubro. Promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Semana Nacional terá como mote “A Mobilização Nacional pela Cultura Oceânica”. O evento marca o protagonismo do país na Década da Ciência Oceânica, promovida pela UNESCO.
“A participação na Expoingá, com contribuição dos professores, bolsistas, integrantes do NAP e no estande da Fundação Araucária, e também junto ao Museu Dinâmico Interdisciplinar, é uma excelente oportunidade para contribuir para a cultura e aproximar as pessoas da ciência para que possam compreender princípios, fenômenos e percursos metodológicos da ciência, que fazem parte do nosso cotidiano”, justifica a articuladora do NAPI PRFC, a professora da UEM, Débora de Mello Sant’Ana.
Em 2025, a exposição do MUDI na Expoingá comemorou, de forma diferente de outros anos, duas Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia. Assim como no ano passado, o ambiente Biomas retornou como forma de comemorar, de forma diferente, o tema de 2024 que foi “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”, com apoio a partir de projeto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Para a coordenadora de Comunicação do NAPI Paraná Faz Ciência, jornalista Ana Paula Machado Velho, estar junto à população, junto às pessoas, é imprescindível para continuar cumprindo a missão do Arranjo, que é a divulgação científica.
”O empenho e engajamento de todas as pessoas que colocam lá o braço para que isso aconteça é fundamental para realizar essa missão. E é uma satisfação compor essa equipe maravilhosa, que realmente consegue fazer com que a gente consiga dar conta desse grande compromisso que é popularizar a ciência produzida nas instituições de ensino superior do Paraná”, exalta a jornalista.
O MUDI tem uma tradição de muitos anos de participação na Expoingá, extrapolando as ações diretas na exposição principal, que é feita dentro do Pavilhão Branco de Indústria e Comércio. “Estamos consolidando outras formas de parceria, especialmente com o Agromuseu, em exposições complementares e associadas”, lembra a professora Débora..
Agromuseu
Com a curadoria do professor Marcílio Hubner de Miranda Neto, que também é um dos coordenadores o MUDI, os visitantes da Expoingá puderam conhecer um novo espaço, o Agromuseu, com a exposição “Memórias do Agro em Maringá e Região”, que envolveu estudantes, professores, empresários e vários colaboradores.
“O objetivo foi resgatar a memória das pessoas que viveram para a região, agrícola por vocação, partindo da minha própria memória, que aqui cresceu, e de outras pessoas que colaboraram para contar como era o Paraná”, explica Miranda Neto. Desde os anos 50, durante a pós o processo de colonização, Maringá era uma região de grande produção de café, mas também de milho, arroz, feijão, soja, ou seja, uma típica agricultura de subsistência.
Os visitantes puderam conhecer em especial nessa região em que se cultivou café, mas que não se cultivou somente café, foi necessário uma agricultura de subsistência e que ia para além da subsistência, porque os excessos dessa agricultura, os excedentes dessa agricultura. Por meio de equipamentos da época, a exposição trouxe as máquinas que foram fundamentais para trazer o progresso, como a trilhadeira. A partir de uma agricultura diversificada, as famílias foram chegando e também desenvolveram atividades como a pecuária e a sericicultura, criação do bicho da seda, aqui no Paraná.
“Hoje, o Paraná é o estado que mais produz feijão, seda e assim por diante. E embora estejamos convivendo com uma agricultura avançada, com máquinas agrícolas com alta tecnologia, ainda temos famílias pequenas com suas pequenas propriedades trabalhando como se trabalhava lá na década de 40”, enfatiza o professor Marcílio.