O projeto foi desenvolvido com participação de estudantes da Rede Clubes Paraná Faz Ciência durante 30 dias em Portugal
O programa SLI (Sustainable Living Innovators) 2025 chegou ao fim nesta sexta-feira, 8 de agosto, em cerimônia realizada no Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA), onde os estudantes estiveram por 30 dias, na cidade de Matosinhos, em Portugal. O evento marcou o encerramento da 6ª edição do Programa SLI e de um ciclo de imersão em inovação, criatividade e aprendizados. A iniciativa reuniu jovens de Portugal e do Brasil com o objetivo de criar soluções sustentáveis para uma futura base lunar habitável.
Participaram dez alunos brasileiros – cinco integrantes da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência. Eles foram selecionados para o programa europeu com apoio da Fundação Araucária. Estiveram lá os clubistas: Davi Angelo Rezende (Maringá), Laura Mattos Stein (Cascavel), Rafaela Zerbielli (Guarapuava), Lucas Gabriel Vicari Koehler (Curitiba) e Renan Galdino (Matinhos), todos estudantes do 2º ou 3º ano do Ensino Médio.
No evento de encerramento, os estudantes apresentaram o projeto Terraluna desenvolvido pelas quatro equipes que trabalharam quatro grandes temas: mobilidade, construção (edificação), energia e bem-estar (sobrevivência humana). A apresentação considerou também aspectos financeiros para a manutenção de toda a estrutura na Lua e o investimento necessário para que o projeto entrasse em funcionamento.
Laura Mattos Stein, clubista no Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto, de Cascavel, descreveu a experiência como “inimaginável e até difícil de mensurar”. A aluna fez parte do grupo que trabalhou com o tema energia e teve contato com noções de reatores nucleares por fissão. “Foi algo muito interessante de estudar, para garantir a energia em condições extremas da Lua e aprender sobre isso, porque são coisas que muitas vezes você nem imagina que são possíveis e são”, completa a estudante.
Para além das teorias e técnicas aprendidas, Laura destaca ainda a vivência e contato com outras culturas. “Não teve só esse aprendizado técnico, a gente também teve muito aprendizado cultural, porque a gente convivia com pessoas não só de Portugal, mas de outros países. Os palestrantes, pessoas do próprio SLI, não eram só portugueses, então era uma troca muito legal que a gente tinha”, destaca.
Sobre os impactos dessa vivência para seu futuro, ela tem certeza da importância. “É uma experiência que eu vou guardar com muito carinho, e sem dúvidas, vai me ajudar muito para o futuro, porque acrescentou muito na minha vida, e eu não sei nem mensurar, é algo muito legal mesmo”, explica.
É o que também expressou a clubista Rafaela Zerbielli, de Guarapuava. “É uma experiência transformadora, que deixou marcas profundas na minha trajetória. Ampliou minha visão de mundo e acrescentou aprendizados que levarei para sempre”, comenta. Para ela, o mais marcante foi a possibilidade de “compartilhar ideias e trocar conhecimento com pessoas de culturas distintas, o que trouxe novas perspectivas”, defende. Foram palestras variadas, debates instigantes e noites de estudo intenso, segundo relata da clubista. “Guardo com muito carinho essa imensa bagagem cultural e intelectual que trouxe”.
A coordenadora Helena Silva destacou a importância de se pensar a inovação para além do planeta Terra. “A Lua terá habitação permanente daqui a 10 anos e essa é uma ótima oportunidade para já posicionar o Brasil e Portugal nessa corrida. Podemos pensar em desenvolvimento econômico e social na Lua e até em outros planetas. É uma corrida difícil e complexa, mas positiva para a humanidade, pensando em dar vida melhor para a sociedade futura. Essa é a perspectiva. A Lua é uma perspectiva nova para a humanidade”, defendeu.
A também coordenadora do programa SLI, Sonia Nunes, reforçou em sua fala o caráter desafiador da experiência. “As quatro semanas foram de intenso trabalho, algo muito ambicioso, exigente, com dias muito duros, mas cheios de reflexões filosóficas e de aprendizagens”, disse.
Para Débora Sant’Ana, uma das representantes da equipe que organizou o SLI pela Fundação Araucária, “a experiência de participação foi fantástica para todos os estudantes, por oportunizar amplo aprendizado temático teórico e prático. Mas, também, por permitir desenvolver resiliência, liderança e trabalho em equipe. Certamente, será um momento que marcará a trajetória pessoal e profissional destes estudantes pela vida toda”, comemorou a professora, que é articuladora do NAPI Paraná Faz Ciência.
Os estudantes tiveram a oportunidade de detalhar aspectos específicos do Terraluna. Houve a demonstração dos produtos e serviços criados por eles, com ênfase na sustentabilidade e no potencial de aplicação das inovações também na Terra, como softwares de acompanhamento da saúde dos astronautas, sensores de temperatura e placas solares dobráveis.
Ao final do evento, houve a entrega dos certificados aos estudantes do SLI 2025, que foi promovido pelo CEiiA, reunindo jovens talentos para desenvolver soluções inovadoras, e aproximando-os de empresas, instituições e especialistas.
A apresentação final do Projeto Terraluna pelo SLI 2025 foi transmitida via You Tube, no link https://www.youtube.com/live/KyZBJVWylpw .