Coordenadores das universidades apresentaram suas metas e resultados
Na sexta-feira, dia 13 de junho, os coordenadores da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência das diferentes Instituições de Ensino Superior (IES) apresentaram as conquistas e desafios de suas equipes no Workshop do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação – NAPI Paraná Faz Ciência. Mais de 150 pessoas se conectaram on-line e puderam conhecer mais detalhes sobre os Clubes
A abertura do evento ocorreu às 8h30, com as boas-vindas de uma das articuladoras do Arranjo, a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Débora Sant’ Ana. O professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e articulador do PRFC, Rodrigo Reis, agradeceu aos representantes de todas as Instituições de Ensino Superior do Paraná (IES), que compõem as quase 400 pessoas envolvidas no NAPI.
O diretor de Ciência e Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, disse que o NAPI Paraná Faz Ciência vem garantindo uma das metas principais da Fundação que é o aumento da literacia científica no Paraná, fazendo um trabalho transversal de divulgação das ações de todos os NAPIs e traduzindo pesquisa em conhecimento para os paranaenses. Por isso, a Araucária vem estudando uma maneira de transformar o Arranjo em um Institutos Lattes.
Já a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPA), Maria Ataide Malcher, convidada especial do evento, reforçou o impacto nacional das ações do NAPI. “A experiência de vocês é excepcional. Estão de parabéns. Estão mostrando que a gente pode fazer. Por outro lado, a responsabilidade do grupo é enorme. O país está de olho no que vocês executam e servem como exemplo”, apostou Maria Ataíde.
Rede
Em seguida, foi aberto espaço para a apresentação da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência. Em primeiro lugar, o professor Rodrigo Reis contou a história da implantação da Rede, que hoje está presente em todas as regiões do Paraná: 200 da Rede PRFC, financiados pela Fundação Araucária; 45 Clubes Maker, com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); e 46 Clubes de Meninas na Ciência, que nasceram de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A professora Mariana Bologna Andrade, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi a primeira a falar entre os coordenadores das IES envolvidas. O espaço foi dedicado à apresentação das experiências vividas pela gestão dos Clubes até o momento.
A Rede articula 12 universidades públicas do Paraná: 5 federais e 7 estaduais. “na atuação do projeto mais ambicioso do NAPI, a Rede de Clubes”, marcou o professor Rodrigo.
A professora Mariana é gestora dos Clubes Maker e da região de Londrina, lidando com todas as outras IES. Ela destacou que os Clubes não representam apenas uma ação de extensão e divulgação da ciência, também têm impacto na pesquisa. “Precisamos ter essa consciência, de que estamos produzindo conhecimento científico por meio das nossas ações nos Clubes”.
A oradora seguinte foi a pós-doutoranda Giselle Corrêa, que apoia a gestão dos Clubes da região de Curitiba, geridos pela UFPR. Ela mostrou que a equipe lida com 532 estudantes e disse que, ao mesmo tempo que as ações têm destaque e levam professores clubistas a receber prêmios, “há dificuldades inerentes ao projeto como, por exemplo, a falta de material para as ações nas escolas”.
A professora Fernanda Melglhioratti é a gestora de 28 Clubes na região da Universidade do Oeste do Paraná. Ela destacou os impactos que a Rede está tendo sobre os clubistas, que vem sendo visitados na frequência que se torna possível, devido a distância das escolas da sede da Unioeste. “Esse é um grande desafio que enfrentamos. Além das questões burocráticas inerentes às compras e as questões pedagógicas que vêm dos professores e das escolas”.
Luken Bueno Luccas, coordenador da Rede na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), lembrou que o papel dos Clubes vai além do campo científico, entra na esfera social. “Chegamos com a ciência em uma região em que as pessoas têm poucas oportunidades. Temos o menor IDH do Estado. Além disso, fazemos diferença na formação dos nossos bolsistas”.
A professora Leila Freire, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, destacou que a distância dos Clubes da sede da UEPG é um desafio para a equipe, que tem como meta estar perto dos professores e estudantes clubistas. “Essa aproximação é importante, porque é por meio dela que percebemos fascínio dos alunos em encontrar respostas para suas pesquisas e o impacto que os Clubes têm nesta conquista dos objetivos deles”.
Josiane Figueiredo, coordenadora da Rede de Clubes pela Universidade do Estado do Paraná (Unespar), mostrou a efetividade dos resultados conquistados, que garante a inclusão social e o protagonismo estudantil. “Temos alunos de pé descalço que estão se mostrando jovens cientistas por meio da participação nos Clubes”.
Na Universidade do Centro Oeste do Paraná (Unioeste), quem é responsável pela gestão dos Clubes de Ciências é a professora Marquiana Vilas Boas. Ela reforçou o comentário da professora Leila. Disse que é preciso fortalecer o apoio para que os clubistas sejam visitados e que os estudantes participem também de eventos externos. “Precisamos ajudar alunos e professores a participarem de eventos pelo Paraná e pelo país. Penso até que seria interessante que participassem da COP-30”, disse a professora.
É importante lembrar que Marquiana será anfitriã de um encontro de Clubes, durante o Paraná Faz Ciência, evento de divulgação científica do Estado, que ocorre no final de setembro deste ano.
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) tem na equipe gestora a professora Claudia Fioresi. Ela lembrou que os Clubes, além de reforçarem a vocação dos alunos para a produção científica, são “fundamentais para aproximar a universidade da educação básica, por meio das suas ações”.
A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) comemorou a participação de docentes de diferentes áreas na mesma empreitada: os clubes de ciências. “Não só os alunos da educação básica ganham, nossos professores e alunos das universidades também têm oportunidade de formação diferenciada”, festejou o coordenador da Rede na UTFPR, Ênio Stanzani.
Representando o Instituto Federal do Paraná (IFPR), a professora Sandra Agnes destacou no depoimento a oportunidade que os clubistas da região dela estão tendo em participar de ações com comunidades indígenas e quilombolas. “Com isso, além da aproximação da universidade com a educação básica, temos tido a chance de reaproveitar a cultura destas comunidades e discutir problemas ambientais”, explicou Sandra.
Experiência parecida foi trazida pelo professor Ronaldo Ribeiro, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). “Estamos conseguindo desenvolver projetos muito importantes com uma escola indígena, por exemplo, sobre plantas medicinais. Porém, essas ações acabam extrapolando as equipes dos Clubes e envolvem professores e alunos de outras escolas”, lembra o docente.
A professora Débora Sant’ Ana, coordenadora da Rede e gestora dos Clubes ligados à Universidade Estadual de Maringá (UEM), também sente a dificuldade de estar distante de boa parte dos 617 clubistas envolvidos na sua área de atuação. “Mas isso não diminui a satisfação de vermos o conhecimento sendo desenvolvido por eles. E há pesquisas em todas as áreas: humanas, astronomia, arte e ciência, além das questões ambientais. Os desafios são grandes, mas os resultados são muito positivos”.
Ainda houve a participação da gestora dos Clubes de Meninas vinculados à Rede. A pós-doutoranda Bettina Heerdt, agradeceu ao NAPI Paraná Faz Ciência “por abrir espaço para a participação dos clubes deste grupo, sub representado na ciência. É uma oportunidade ímpar para essas meninas e um desafio para nós”.
A apresentação dos Clubes fechou a programação matutina do Workshop do NAPI. Na próxima reportagem, vão ser descritas as atividades da tarde da sexta-feira, dia 13 de junho. Aguardem!