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Alunos do Colégio Estadual do Campo Bispo Dom José Martenetz participaram de visita guiada e de experimentos de teste de chama e de reação dupla troca

Foto de um grupo grande de estudantes e professores posando ao ar livre, em frente a um prédio com paredes de tijolos aparentes e telhado de cerâmica. Ao fundo, há vegetação e árvores. A maioria dos estudantes veste uniforme azul com detalhes brancos e vermelhos, e alguns usam roupas casuais. O grupo está dividido em duas fileiras: alguns agachados ou sentados na frente e outros em pé atrás. Todos olham para a câmera, muitos sorrindo. A luz do sol ilumina suavemente a cena.
Estudantes do Colégio Estadual do Campo Bispo Dom José Martenetz durante visita aos Laboratórios de Química no Campus Cedeteg da Unicentro. (Foto/Mathias Trindade)

No dia 11 de junho, os alunos do Clube de Ciências Tijuco Preto (Olhos nos Óleos), do Colégio Estadual do Campo Bispo Dom José Martenetz, em Prudentópolis, fizeram uma visita técnica aos Laboratórios de Química e ao Centro de Ciências Moleculares e Nanotecnologia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

Durante a visita, os estudantes conheceram o prédio do Centro de Ciências Moleculares e Nanotecnologia, no campus Cedeteg, onde visitaram diversos laboratórios e equipamentos da área da Química. No Laboratório Multiusuário de Análise Térmica, observaram o comportamento de materiais submetidos a variações de temperatura. Já no Laboratório Multiusuário de Espectroscopia, conheceram um espaço de pesquisa que oferece equipamentos e infraestrutura para a análise da interação da luz com a matéria.

Os estudantes foram acompanhados pelo professor responsável pelo Clube de Ciências, Carlos Eduardo Basso Christo, e pela diretora do colégio, Carina Rampi. Para o professor, as visitas à universidade são de extrema importância para a formação dos alunos. “A importância é o estímulo à ciência, para que eles busquem quebrar certos tabus, entendendo a importância da ciência dentro de toda essa ideia negacionista que hoje existe dentro da cultura popular”, afirmou.

Alunos clubistas conhecendo o nitrogênio líquido no Laboratório Multiusuário de Análise Térmica. (Foto/Mathias Trindade)

Além da visita guiada, os estudantes participaram de experimentos conduzidos por estagiários e professores do curso de Química. No Laboratório Didático de Química Analítica, acompanharam o teste de chama, experimento usado para identificar a presença de certos elementos químicos em uma amostra, a partir da cor que ela emite ao ser aquecida na chama. Já no Laboratório Didático de Química Orgânica, os alunos realizaram o experimento de reação de dupla troca, no qual dois compostos trocam seus íons, formando novas substâncias.

Alunos realizando o experimento de reação de dupla troca. (Foto/Matthias Trindade)

Izabelly Sophia Chelski, de 16 anos, faz parte do Clube de Ciências Tijuco Preto e, para ela, participar dos experimentos propostos pelos estagiários e professores da universidade foi surpreendente. “Foi muito legal tanto a participação da gente quanto poder fazer o experimento nós mesmos e ver o resultado, que é sempre surpreendente.” Para a colega de Izabelly, Arielly da Silva Antunes de Jesus, de 15 anos, a visita foi diferente por trazer uma experiência fora da rotina dos alunos. “É uma coisa mais inovadora, porque lá [na escola] não teríamos tanto  acesso. É uma oportunidade dos meus colegas conhecerem, entenderem mais e, talvez, buscarem um futuro na universidade, se interessando pelos cursos.”

O Colégio Estadual do Campo Bispo Dom José Martenetz fica na comunidade rural de Tijuco Preto. Segundo a diretora Carina Rampi, por estarem 33 quilômetros afastados da sede do município, muitos alunos acabam não se enxergando fora desse espaço. “Por sermos uma escola de campo e estarmos muito distante da sede, são poucas as oportunidades que os nossos alunos têm de conhecer o mundo. Então a gente instiga o máximo e tenta tirá-los de lá para que possam visualizar que não é só aquele reduto, que o mundo é bem maior e precisa deles.” 

Estudantes do Clube Tijuco Preto (Olhos nos Óleos) realizando o experimento de teste de chama. (Foto/ Mathias Trindade)

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Rafaela Zerbielli, do Clube de Ciências do Colégio Estadual Padre Chagas, vai participar de intercâmbio científico com foco em tecnologias sustentáveis

A imagem mostra uma jovem de cabelos castanhos, lisos e longos, usando óculos de grau e sorrindo levemente para a câmera. Ela está de pé, em frente a um mural decorado com flores de papel nas cores branca, rosa, vermelha, roxa e laranja, além de letras grandes em feltro que compõem palavras parcialmente visíveis. Ela veste uma jaqueta preta com forro de pelúcia claro nos punhos, uma camiseta branca com estampa colorida por baixo e calça azul. Nas mãos, segura um certificado impresso com o título "Certificado de aluno(a) destaque", que reconhece sua dedicação e esforço no primeiro trimestre de 2025. O fundo da imagem é uma parede azul e bege, reforçando o ambiente escolar.
Rafaela Zerbielli, aluna do Clube de Ciências Ecocientistas Visionários, do Colégio Estadual Padre Chagas, em Guarapuava. (Foto/Arquivo Pessoal)

Rafaela Zerbielli, de 16 anos, é estudante do Colégio Estadual Padre Chagas, em Guarapuava. Integrante do Clube de Ciências do colégio, “EcoCientistas Visionários”, iniciativa vinculada à Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), ela foi uma dos cinco alunos paranaenses selecionados para participar do programa internacional SLI (Sustainable Living Innovators), em Portugal. A oportunidade foi oferecida por meio de uma parceria entre a Fundação Araucária e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA). O programa é voltado para estudantes dos segundos e terceiros anos do ensino médio que fazem parte dos Clubes de Ciência da Rede de Clubes Paraná faz Ciência, além de outros cinco universitários que estejam nos dois anos iniciais da graduação e que participem de iniciação científica.

Com o tema, “Da Lua para a Terra — Como é que as tecnologias de exploração lunar podem melhorar a vida na Terra?”, o programa contou com um processo seletivo de duas etapas. Na primeira, Rafaela precisou gravar um vídeo abordando o tema e respondendo à pergunta proposta, além de escrever uma carta de motivação. Na segunda fase, 14 estudantes foram selecionados para entrevistas via Google Meet, das quais apenas cinco conquistaram a vaga. Para Rafaela, o processo seletivo foi desafiador. “Eu me esforcei muito durante todo o processo seletivo, foi um processo árduo, uma experiência meio pesada, porque tudo era muito exigente. Os critérios deles, pelo que eu estava vendo pelo site. E eu estava com uma pulguinha atrás da orelha falando ‘Será que eu vou conseguir atender esses critérios?’, mas aparentemente, eu consegui atender sim”, comemora.

Rafaela contou que soube do programa pelo professor Emerson Souza Gomes, responsável pelo Clube de Ciências da escola. Ele acompanhou de perto todo o processo seletivo da aluna e comemora a conquista, destacando seu potencial de inspirar outros estudantes. “Esta conquista da Rafaela, assim como a de outros colegas dela pelo Paraná que terão essa oportunidade, pode motivar ainda mais a participação dos alunos que já estão engajados nos Clubes de Ciências a darem continuidade, além de atrair outros alunos, que ainda não conhecem ou não entenderam a importância de projetos como esse dentro das escolas”, afirmou o professor.

A clubista não esconde a alegria de poder viver esse sonho, porém já pensa na volta à Guarapuava e em como colocar tudo o que aprenderá em Portugal em prática. “Eu espero voltar com ideias de projetos que consigam impactar, não apenas a escola, mas a comunidade em geral. Pretendo voltar com uma melhor comunicação para que eu consiga disseminar as ideias que eu irei aprender lá, e que os projetos que eu irei desenvolver lá, eu consiga desenvolver aqui, em Guarapuava, também”, afirma.

O objetivo do programa SLI é formar líderes na área de tecnologia e sustentabilidade. Em sua sexta edição, o intercâmbio acontecerá na cidade de Matosinhos, em Portugal, durante os dias 14 de julho e 8 de agosto. A imersão científica tem duração de duas semanas para estudantes do ensino médio, com a opção de estender para quatro semanas. Já os alunos de ensino superior participarão ao longo das quatro semanas. A iniciativa é uma forma de desenvolver cientificamente jovens comprometidos com a construção de um futuro mais próspero e sustentável.

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A 1ª edição da Fieg teve a participação de 18 colégios de sete municípios diferentes. Os projetos foram apresentados em três categorias: Robótica, Programação e Clubes de Ciências

Quatro estudantes do Colégio Estadual Cristo Rei estão em pé atrás de uma mesa expositiva decorada com materiais didáticos sobre abelhas. São três meninas e uma menina. Eles usam crachás da Fieg e estão sorrindo. A mesa traz maquetes coloridas representando uma "rede de interações ecológicas", pequenos frascos com mel, cartazes informativos e modelos de abelhas. Ao fundo, há um mural com uma grande árvore feita de papel kraft com flores roxas em destaque. Um dos cartazes destaca a importância das abelhas na agricultura. A apresentação faz parte do projeto vencedor da Fieg na categoria Clubes de Ciências.
Estudantes do Colégio Estadual Cristo Rei — Luísa Caliço dos Santos, Maria Luísa Zacharski Rosa, Luísa Mazur e Juan Pablo Patarroyo — apresentaram o projeto A importância das abelhas na sustentabilidade paranaense e na biodiversidade da Mata Atlântica durante a Fieg. (Foto/ Thiago de Oliveira)

Com participação dos Clubes de Ciências, a 1ª edição da Feira Itinerante das Escolas do NRE de Guarapuava (Fieg) movimentou o Colégio Estadual Cívico-Militar Manoel Ribas, no último dia 25 de junho. O evento reuniu 50 projetos de pesquisa científica, programação e robótica desenvolvidos por estudantes de 18 colégios da rede estadual, em um dia de troca de conhecimentos, criatividade e engajamento social.

Alunos e professores de sete municípios apresentaram trabalhos que vão da conscientização ambiental à preservação da biodiversidade, passando por soluções tecnológicas e projetos de impacto direto na comunidade.

“É uma grande alegria sediar esse momento. Foram 98 projetos inscritos e 50 selecionados para exposição. A Fieg é um marco para a educação científica na nossa região”, afirmou o diretor da escola anfitriã, Fernando Stora.

Da esquerda para a direita: João Saulo Piasecki (vice-diretor), Henry Gasparotto Pedroso (professor) e Fernando Stora (diretor) (Foto:Thiago de Oliveira)

A iniciativa partiu dos professores Thalles Horn e Pablo Saldanha da Luz, que idealizaram a feira como parte de reflexões no mestrado em Educação. “A gente queria valorizar o que já é feito nas escolas, dar visibilidade para os projetos e criar esse ambiente de reconhecimento e troca entre os estudantes”, destacou Thalles. 

Destaques para os premiados

Na categoria Clubes de Ciências, os três trabalhos premiados se destacaram pelo impacto ambiental e pelo protagonismo estudantil. Confira o pódio:

1º lugar – Colégio Estadual Cristo Rei, de Guarapuava – Clube Velozes e Curiosos
Projeto: A importância das abelhas na sustentabilidade e na biodiversidade da Mata Atlântica

Com apenas 11 anos, as estudantes Luiza Mazur, Maria Luisa Walczak, Heloisa Calixto e o estudante colombiano Juan Pablo Patarroyo demonstraram maturidade científica ao discutir a relação entre desmatamento, poluição e o desaparecimento das abelhas nativas. “Eu achava que a abelha era só um inseto que picava. Agora entendo como ela é essencial para o nosso alimento e para o planeta”, disse Luiza.

2º lugar – Cefep Presidente Costa e Silva, de Irati – Clube Raízes de Ciências
Projeto: Mapeamento de árvores matrizes em fragmentos da Floresta Ombrófila Mista

Gabriela Aparecida Kuchla, de 15 anos, explicou como o trabalho usa QR Codes e um site próprio para identificar árvores do pátio escolar. “É um jeito de despertar interesse nos mais novos e preservar o conhecimento sobre nossa flora”, disse.

3º lugar – Colégio Professor Pedro Carli, de Guarapuava – Clube Climatize-se

Projeto: Jataí: Um dia na vida de uma abelha-operária – 360° de realidade virtual para conscientização climática

O aluno Tiago Vaz Machado, de 14 anos, apresentou com entusiasmo o uso de realidade virtual para mostrar o cotidiano das abelhas nativas. “Elas são fundamentais para nossas hortas autossustentáveis. A ciência muda a escola e também nosso futuro”, afirmou.

Orientadores pedagógicos da Rede de Clube Paraná Faz Ciência na Unicentro assistem à apresentação do Clube ‘Climatize-se’. (Foto: Thiago de Oliveira)

Troca de experiências

A Fieg também foi espaço para a socialização de experiências de professores clubistas da região. De Boa Ventura de São Roque, o Clube Adonis com Ciência, do Colégio Adonis Morski, estuda o impacto da coleta seletiva no município e na rotina dos trabalhadores do centro de triagem. “Queremos que os alunos entendam que ciência é feita para melhorar a vida das pessoas”, explicou a professora Juliana Ghiotto.

De Pinhão, o Clube Pluma Science, do Colégio Bento Munhoz da Rocha Netto, apresentou soluções para a preservação das nascentes nas comunidades rurais. “A ideia é que os alunos levem o que aprendem para casa e para os pais”, disse o professor João Manuel de Lima.

Já na comunidade indígena Kaingang de Marrecas, em Turvo, o Clube Pỹnfīfī, do Colégio Cacique Otávio dos Santos, estuda o desenvolvimento da Araucária Multifolha com apoio no conhecimento tradicional. “A ciência dos mais velhos nos guiou para testar hipóteses sobre a produção do pinhão”, relatou o professor Luan Felipe.

Professores dos clubes de ciências participantes da Fieg. Em pé, da esquerda para a direita: Katiane dos Santos, Daniele Kosmo, Emerson de Souza Gomes, João Manuel de Lima e Crissiane Loyse Luiz. Agachados: Doacir Furquim, Márcia Volani (do NRE de Guarapuava), Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes (coordenadora da Rede de Clubes na Unicentro), Juliana Ghiotto, Jaci Lyra e Luan Felipe. (Foto: Thiago de Oliveira)

A feira foi, para muitos estudantes, o primeiro contato com a apresentação pública de seus projetos. A professora Crissiane Loyse Luiz, do Colégio Estadual Cristo Rei, ressaltou o impacto da participação dos alunos do sexto ano na feira. “Eles estão desenvolvendo habilidades de comunicação e socialização, e se sentindo realizados. O clube começou há poucos meses, mas já temos criação de abelhas e um jardim para recebê-las. Conseguimos avançar com muito engajamento.”

Estudantes reunidos no saguão do Manoel Ribas durante abertura da Fieg. (Foto: Thiago de Oliveira)

Com a proposta de ser itinerante, a próxima edição da Fieg já está em planejamento para outro colégio do Núcleo Regional de Guarapuava. A expectativa é de que mais escolas se envolvam, ampliando a rede de trocas científicas e sociais entre estudantes da rede estadual, com protagonismo dos clubes de ciências.Acompanhe mais atividades dos Clubes de Ciência pelo Instagram da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência @clubesparanafazciencia e pelo site Notícias – NAPI Paraná Faz Ciência!

O professor da Unesp, Nécio Turra Neto, conduziu uma roda de conversa com bolsistas dos projetos

Fotografia de uma sala de aula com janelas grandes ao fundo, por onde entra luz natural. Um grupo de sete pessoas está reunido, sentadas em carteiras escolares organizadas em semicírculo. À esquerda, um homem de barba, usando camiseta azul, está sentado e gesticulando enquanto fala. À sua frente, os outros participantes — três mulheres e três homens — prestam atenção, alguns com cadernos ou notebooks no colo. Há duas garrafas de refrigerante e alguns lanches sobre uma cadeira próxima à parede. A sala é clara, com piso branco e cadeiras azuis. Ao fundo, é possível ver o pátio externo e alguns prédios.
Professor Nécio Turra Neto durante roda de conversa com bolsistas dos projetos de extensão da Unicentro (Foto/Mathias Trindade)


No dia 30 de abril, o Grupo de Pesquisa e Extensão EDUCARTGeo (Educação Geográfica e Cartografia para Escolares) da Unicentro promoveu, no Campus Cedeteg, uma roda de conversa com o professor Nécio Turra Neto, da Unesp de Presidente Prudente. Especialista em Geografia, o docente compartilhou reflexões a partir de dois de seus estudos mais recentes sobre juventude e território: “Trajetória à Margem: nas tramas da cultura periférica” e “Youth Geographies: uma perspectiva sobre os estudos de juventude na geografia de língua inglesa”.

O encontro foi organizado pela orientadora e coordenadora dos projetos de extensão “Rede de Clubes Paraná Faz Ciência” e “Nós Propomos!”, Marquiana Gomes, e reuniu os bolsistas de ambos os projetos. O professor compartilhou um pouco sobre seu estudo da juventude e argumentou acerca da importância de colocar o jovem como protagonista e sujeito ativo na sociedade. 

Durante a roda de conversa, o professor Nécio também compartilhou parte de sua trajetória acadêmica e os caminhos que o levaram a pesquisar a juventude dentro da Geografia. “Meu interesse surgiu a partir de encontros com universos distintos ainda na graduação”, relembrou. Ele mencionou experiências marcantes que o influenciaram nesse percurso, como seu trabalho com educação indígena entre os Kaingang, no Paraná; o contato com a geografia cultural emergente no Brasil e, especialmente, os laços construídos com jovens ligados à cena punk em Londrina. “Foi nesse contexto que percebi a potência de estudar os territórios juvenis e como a juventude se espacializa nas cidades”, destacou o pesquisador.

Ao falar sobre a importância de reconhecer os jovens como seres ativos na sociedade, o professor Nécio destacou que é um erro pensar a educação sem levar em conta quem são os estudantes. “Como pensar a escola e a universidade sem antes refletir sobre os sujeitos que estão ali? É preciso conhecer quem são esses jovens, suas referências, seus dilemas e os espaços que constroem cotidianamente.”

A discussão também trouxe reflexões para os bolsistas da “Rede de Clubes Paraná Faz Ciência”, iniciativa do NAPI Paraná Faz Ciência, e do projeto “Nós Propomos!” que participaram do encontro. Samara Santos, bolsista pedagógica da Rede, que atua diretamente com os professores na orientação dos projetos desenvolvidos nas escolas, destacou a importância da conversa. Para ela, o encontro ajudou a ampliar o olhar sobre temas que, muitas vezes, ficam restritos à teoria. “Vou levar a ideia de que os jovens não são só alguém que ‘vai ser algo no futuro’, mas que já vivem coisas importantes agora. Isso me faz pensar que, no contato com os professores, a gente precisa valorizar o que os jovens sentem, pensam e vivem no presente”, afirmou Samara.

“Compreender quem são os jovens, seus dilemas, referências e geografias cotidianas é fundamental para pensar o papel da escola como espaço de liberdade, transformação e ampliação de horizontes”, afirmou o Professor Nécio (Foto/ Mathias Trindade)


Outro ponto discutido foi o impacto das redes sociais entre os jovens mais vulneráveis. “É uma fronteira ainda pouco explorada pela pesquisa, mas sabemos que as redes sociais, apesar dos riscos, também têm possibilitado ajuntamentos, conexões entre periferias e circulação de pautas progressistas. São ferramentas que podem ampliar horizontes — desde que haja também controle e regulação “, comentou o docente.

Ao final da roda de conversa, ficou clara a importância de compreender os dilemas, referências e as formas que a juventude tem de ocupar o espaço, além de pensar em uma educação mais significativa. Como destacou o Professor Nécio, “tematizamos a juventude e os jovens mais pela chave da esperança, das potências, das  questões que eles e elas colocam para a sociedade, nos conflitos e enfrentamentos que promovem”.

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A transmissão ao vivo teve como convidada a pesquisadora Dra. Maria Luisa Tunes Buschini que respondeu às dúvidas dos professores da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência.

Captura de tela de uma videoconferência no Google Meet. À direita da imagem, aparece a professora Maria Luisa Tunes Buschini, de cabelos curtos e grisalhos, usando um casaco escuro e um cachecol colorido, sentada em um ambiente interno com iluminação amarela e móveis de madeira. À esquerda, está sendo compartilhado um slide com o título "Laboratório de Biologia e Ecologia de Vespas e Abelhas". O slide contém ilustrações de diferentes espécies de abelhas e vespas, o logotipo da Unicentro, o logotipo do laboratório EducartGEO e um QR Code que direciona ao perfil do laboratório no Instagram. No canto inferior esquerdo do slide, estão o nome da professora, a instituição (Unicentro – Guarapuava/PR) e seu e-mail institucional.
Professora Dra. Maria Luisa Tunes Buschini durante o primeiro bloco da live de estreia da Quarta com Clubes (Foto/Reprodução YouTube)


No dia 28 de maio ocorreu a primeira edição da ‘Quarta com Clubes’, iniciativa promovida pela Rede de Clubes Paraná Faz Ciência. O projeto é organizado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão EducartGEO – Educação Geográfica e Cartografia para Escolares, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

A convidada da estreia foi a professora e pesquisadora Dra. Maria Luisa Tunes Buschini, docente da Unicentro e especialista nas áreas de Zoologia e Ecologia. A transmissão colocou em discussão a pesquisa com abelhas e o ecossistema. “Projetos como esse atingem um alvo bem importante, por fazer uma conexão entre a ciência, educação pública e a educação de maneira geral”, destacou a pesquisadora.

Durante a live, a professora Maria Luisa compartilhou  um caso em que uma pessoa estava matando abelhas sem saber da importância delas. “Essa pessoa tinha maracujá em sua fazenda e, por não entender o papel das abelhas, acreditou que elas estavam destruindo a plantação. Por isso, ela jogou álcool nas abelhas, matando-as, sem perceber que elas são as principais polinizadores do maracujá, por exemplo.”

A pesquisadora também destacou a importância de atividades como a Quarta com Clubes para a propagação da informação científica. “Por isso, é fundamental atividades como essa para passar essas informações para os professores da educação básica, que podem repassá-las aos alunos, e esses, por sua vez, compartilharem com suas famílias, ampliando o conhecimento e a consciência sobre a importância das abelhas.”

A mediação da transmissão foi conduzida pelo jornalista Thiago de Oliveira e pelo orientador pedagógico da Unicentro e mestrando em Geografia, João Pedro Wendler Bahls.  Dividida em dois blocos, a live começou com uma apresentação da professora Maria Luisa, que contextualizou a pesquisa com abelhas, abordando aspectos metodológicos, conceituais e a relevância do tema. No segundo bloco, a pesquisadora respondeu perguntas enviadas previamente por professores que atuam nos Clubes de Ciências, e  desenvolvem, com seus clubistas, projetos com foco em abelhas. Além disso, perguntas enviadas em tempo real pelo chat da transmissão também foram respondidas ao vivo, no final da atividade.

Uma das professoras que assistiu à live e enviou perguntas foi Katiane dos Santos,  coordenadora do clube Climatize-se, do Colégio Estadual Professor Pedro Carli, em  Guarapuava. Para ela, a live foi uma forma leve e acessível de trazer formação para quem está diariamente na escola. “A primeira live foi bem interessante, gostei da forma como o tema foi abordado e como a conversa fluiu. Me senti motivada a continuar acompanhando as próximas. Contribuiu muito para os conteúdos que serão abordados pelos alunos no clube de ciências do colégio”, contou.

A professora pretende aplicar o que foi discutido pela pesquisadora Maria Luisa durante a live no dia a dia do Clube. “Quero aplicar algumas das ideias que a professora trouxe na forma como conduzimos as observações das abelhas na colmeia. A fala dela me deu várias ideias de como trabalhar de maneira mais investigativa com os alunos, por exemplo, propondo que eles façam registros sistemáticos dos comportamentos das operárias ou explorem a comunicação por meio das danças”, disse Katiane.

Professora Maria Luisa durante oficina sobre abelhas com os alunos do Clube Climatize-se, no ano passado, coordenado pela professora Katiane dos Santos (Foto/ Arquivo Pessoal)


Além disso, Katiane reforçou a importância da interação entre a escola e a universidade. “Essa troca com a universidade nos ajuda a refletir sobre o que fazemos na escola e traz novas ideias e inspirações. Além disso, é um reconhecimento do nosso trabalho com os alunos, mostra que a pesquisa científica também pode nascer dentro da escola e que estamos todos no mesmo caminho, tentando formar cidadãos mais críticos e conscientes.”

O projeto Quarta com Clubes ocorre quinzenalmente, das 19h às 20h, e tem como objetivo oferecer formação científica aos professores que estão desenvolvendo projetos de pesquisa nos Clubes de Ciências das escolas do Paraná. As transmissões ao vivo, realizadas pelo canal do EducartGEO no YouTube continuam salvas para quem quiser assistir posteriormente.

A próxima live está marcada para o dia 11 de junho. O tema será água e a convidada é a professora Dra. Ana Lúcia Suriani Affonso, da Unicentro, com trajetória acadêmica nas áreas de Ecologia, Biologia da Conservação, Educação Ambiental e Ensino.Acompanhe mais atividades dos Clubes de Ciência pelo Instagram da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência @clubesparanafazciencia e pelo site Notícias – NAPI Paraná Faz Ciência!

Série de lives vai reunir especialistas para dialogar com professores clubistas sobre temas ligados à pesquisa escolar

Fotografia de uma sala de aula com janelas grandes ao fundo, por onde entra luz natural. Um grupo de sete pessoas está reunido, sentadas em carteiras escolares organizadas em semicírculo. À esquerda, um homem de barba, usando camiseta azul, está sentado e gesticulando enquanto fala. À sua frente, os outros participantes — três mulheres e três homens — prestam atenção, alguns com cadernos ou notebooks no colo. Há duas garrafas de refrigerante e alguns lanches sobre uma cadeira próxima à parede. A sala é clara, com piso branco e cadeiras azuis. Ao fundo, é possível ver o pátio externo e alguns prédios.
A professora Maria Luisa Tunes Buschini será a primeira convidada da ‘Quarta com Clubes’ (Divulgação/Unicentro)


A Rede de Clubes Paraná Faz Ciência, por meio do Grupo de Pesquisa e Extensão EducartGEO — Educação Geográfica e Cartografia para Escolares, da Unicentro, lança neste mês o projeto Quarta com Clubes. A proposta é promover a formação científica dos professores que atuam nos clubes de ciências, com base em temas de pesquisa desenvolvidos pelos estudantes nas escolas.

A primeira live ocorre nesta quarta-feira (28) às 20h, e contará com a participação da professora Dra. Maria Luisa Tunes Buschini, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), pesquisadora nas áreas de Zoologia e Ecologia. A transmissão será feita ao vivo pelo canal do EducartGEO no YouTube e, para os professores clubistas, haverá participação direta por meio do Google Meet.

Marquiana Vilas Boas Gomes está a frente da coordenação da Rede de Clubes Paraná Faz Ciências na Unicentro (Foto/Thiago de Oliveira)


De acordo com a coordenadora da Rede Paraná Faz Ciência na Unicentro, professora Marquiana Vilas Boas Gomes, a atividade foi pensada como um espaço de apoio e aprofundamento teórico e metodológico. “A Quarta com Clubes será uma atividade para a formação dos professores clubistas do ponto de vista dos temas que eles estão em pesquisa com os jovens na escola. Serão momentos em que cientistas convidados vão esclarecer dúvidas conceituais e metodológicas sobre as áreas abordadas”, explica.

Maria Luisa Tunes Buschini é professora associada da Unicentro ( Divulgação/Unicentro)


Atualmente, a Unicentro conta com 25 clubes e cinco makers vinculados ao programa. Esses grupos foram organizados por temáticas, que orientarão a escolha dos convidados para os encontros. Antes das lives, os professores encaminham dúvidas que serão respondidas pelos cientistas durante a transmissão.

A primeira temática a ser abordada será pesquisa com abelhas. “Temos aproximadamente cinco projetos vinculados, direta ou indiretamente, à apicultura. A cientista convidada, professora Maria Luisa, vai tratar de como têm sido conduzidas as pesquisas na área, quais metodologias estão em uso e quais são as possibilidades investigativas, além de abordar a relação entre abelhas e ecossistemas”, destaca Marquiana.A segunda edição do Quarta com Clubes está marcada para o dia 4 de junho. O tema será água e a convidada será a professora Dra. Ana Lúcia Suriani Affonso, também da Unicentro, com trajetória acadêmica nas áreas de Ecologia, Biologia da Conservação, Educação Ambiental e Ensino.

SERVIÇO

Quarta com Clubes – Live sobre pesquisa com abelhas
Dia 28 de maio, quarta-feira, 20h
Canal EducartGEO no YouTube
Professores clubistas participam via Google Meet (link será enviado diretamente)

Em 2024, escola de Bento Munhoz da Rocha Neto, de Guarapuava, venceu na categoria Robótica, premiando 4 alunas e o professor responsável

A imagem mostra um grupo de pessoas vestindo camisetas amarelas com crachás, posando para uma foto em frente a um painel decorado com ilustrações de crianças e textos em português. O painel contém a frase "A CIDADE, COLHENDO OPORTUNIDADES" e logotipos de instituições, incluindo o Governo do Paraná e TJPR. Algumas pessoas no grupo estão segurando caixas vermelhas que parecem ser prêmios ou brindes. Há uma criança sendo segurada por uma das mulheres. O ambiente sugere um evento oficial, relacionado à educação ou premiação.
Equipe do núcleo Unicentro com o professor João Manuel de Lima, do Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto, em Guarapuava, e – ajoelhadas- as quatro alunas premiadas na categoria Robótica, Ensino Fundamental II (Foto/ArquivoPessoal)


A jornada rumo ao Agrinho 2025 já começou! Neste ano, os Clubes de Ciência acompanhados pela UNICENTRO serão convidados a participar de um evento que promove atividades multidisciplinares, integrando o meio rural, o meio urbano, a sustentabilidade e a inovação. O programa visa estimular a autonomia e o protagonismo estudantil por meio do desenvolvimento de projetos em diversas áreas do conhecimento, como Desenho, Redação, AgroRobótica, entre outros. O prêmio Agrinho é proposto pelo Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná (SENAR-PR).

O Agrinho promove desde 1995 a pesquisa e a interdisciplinaridade nas escolas públicas, envolvendo anualmente cerca de 800 mil alunos e 50 mil professores, com a oferta também de material didático exclusivo, abordando temas como sustentabilidade, saúde e segurança. Em 2024, o projeto da Escola Estadual Bento Munhoz da Rocha, em Pinhão, região centro-sul do estado, garantiu o primeiro lugar na categoria Robótica para Ensino Fundamental II, premiando as alunas Anari Cardoso da Costa, Beatriz Dourados de Souza, Gabrieli Proença Nestor e Maria Clara Cardoso Storl, além do professor João Manuel de Lima. 

Para falar do Agrinho 2025, a equipe da UNICENTRO esteve em reunião com a Márcia Volani, representante do Núcleo Regional de Educação de Guarapuava, e pôde conhecer melhor detalhes do programa. Durante o encontro, foram apresentados o histórico do programa, os editais em aberto, os cronogramas previstos e o tema preliminar para 2025: “Festejando a conexão campo-cidade”. O Agrinho 2025 oferece inscrições em mais de dez categorias, para incentivar alunos e professores a desenvolverem projetos que possam concorrer a premiações em um evento centralizado, a ser realizado no final de outubro, em Curitiba.

Registro da reunião virtual entre professores dos clubes ligados à UNICENTRO e a representante do Núcleo Regional de Educação de Guarapuava, Márcia Volani (Foto/Captura de tela)


O programa oferece também a oportunidade para que estudantes participem de outros eventos de grande impacto, incluindo feiras internacionais, como a Feira Internacional de Inovação das Ciências e das Engenharias (FICIÊNCIAS). Para 2025, o núcleo da UNICENTRO tem como objetivo incentivar os Clubes de Ciência da região a se engajarem no concurso, promovendo projetos inovadores que estimulem a criatividade, o pensamento crítico e a cultura científica nas escolas. “Iniciativas como essa tem alto potencial de gerar soluções práticas, inovadoras e viáveis”, confirma uma das professoras participantes, com ações que aproximam os desafios do campo e da cidade.

Nos próximos meses, acompanharemos de perto as atividades dos Clubes de Ciência interessados na elaboração de projetos para o Agrinho 2025. 

Mais informações serão divulgadas pelo Instagram da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência e pelo site Notícias – NAPI Paraná Faz Ciência  .Acompanhe e apoie nossos clubistas nessa jornada!