O evento este ano sediado na Unicentro, em Guarapuava, promete unir clubes de ciências todas as regiões do Paraná

A cidade de Guarapuava receberá, entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, a 5ª edição do Paraná Faz Ciência, evento organizado esse ano pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Considerado o maior encontro científico do Estado, o Paraná Faz Ciência reuniu no ano passado cerca de 38 mil participantes e, nesta edição, contará também com a presença de outras dez universidades públicas estaduais e federais presentes no estado. Um dos pontos altos da programação será a mostra científica da Rede de Clubes, que reunirá, pela primeira vez, representantes de todos os Núcleos Regionais de Educação (NRE) do Paraná. Entre os clubes participantes, oito têm articulação do Instituto Federal do Paraná (IFPR), de Palmas.
Dois clubes da cidade de Pato Branco foram selecionados para o evento, um deles é o clube Raízes D’Água, do Colégio Estadual do Campo São Roque. Eles apresentarão a hidroponia como alternativa sustentável para o cultivo de hortaliças em áreas rurais e com dificuldade de acesso a alimentos frescos. O sistema desenvolvido pelos estudantes possibilita a produção de alface com crescimento acelerado e colheita antecipada, além de testes com rúcula, salsa e cebolinha. O protótipo conta com monitoramento diário do pH e da condutividade, e o uso de casca de ovo como substrato também foi avaliado para ser um solução ambientalmente responsável.
Também de Pato Branco é o Colégio Estadual São João, com os clubistas do Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em Ação, ou simplesmente ODS em Ação. O trabalho desenvolvido pelos clubistas envolve a construção de uma mini-usina industrial de laboratório para reciclagem do óleo de cozinha usado. Entre os produtos visados para serem produzidos pelo óleo estão cosméticos, sanitizantes e biocombustíveis.
De Chopinzinho, três clubes irão a Guarapuava, um deles é o Meu Mundo Melhor, do Colégio Estadual Arcelina de Almeida. Seu projeto descreve as inúmeras ações em torno do cultivo de plantas e criação de abelhas sem ferrão, o que inclui ainda atividades em pomar e horta, mas também a organização da 1ª Festa das Sementes. A iniciativa integrou toda a comunidade escolar e contou com parcerias institucionais e apoio de entidades como a UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul) e a empresa ENGIE, grupo francês fornecedor de energia por fonte renovável. Com isso, consolidou-se como um Clube de Ciências voltado à sustentabilidade, inovação e envolvimento comunitário.
Já o clube Raízes do Conhecimento, do Colégio Estadual José Armim Matte, tem um projeto que explora o potencial das plantas medicinais em uma abordagem holística, ao considerar não apenas os aspectos físicos, mas também emocionais e espirituais do ser humano. As atividades incluem desde o cultivo e processamento de espécies até a preparação de chás, banhos e massagens, além da produção de materiais educativos e eventos de divulgação. A proposta alia tradição e ciência, promovendo bem-estar, consciência ambiental e aproximação entre tecnologia, saúde e práticas culturais.
E o terceiro clube chopinzinhense é o Somos Fãs de Lavoisier, do Colégio Estadual do Campo Cely Tereza Grezzana, que apresentará três projetos distintos no Paraná Faz Ciência. O primeiro, Acerte Seu Relógio, cria um espaço educativo que integra escola, comunidade e instituições por meio da construção de um “relógio do corpo humano” em horto medicinal, unindo saberes populares e científicos sobre plantas medicinais. O segundo projeto, Polinizando Saberes para a Vida, envolve a criação de um meliponário e de uma colmeia didática, permitindo aos estudantes observar de perto a biologia das abelhas e compreender sua importância para a produção de alimentos, além de promover oficinas educativas e ações de preservação ambiental. Já o terceiro projeto, O Curso da Vida, apresenta uma grande maquete do Rio Iguaçu e seus afluentes, com usinas hidrelétricas, biodiversidade local, elementos culturais e econômicos da região. A iniciativa recebe visitas escolares e da comunidade, promovendo educação científica, valorização ambiental e integração social.
O clube Inspirar, do Colégio Estadual do Campo Núcleo de Santa Lúcia, em Coronel Vivida, apresenta o projeto “Caminhos Sustentáveis”. Entre as atividades, os estudantes realizaram o teste da pegada ecológica, oficinas para produção de vasos sustentáveis e o plantio de mudas em pequenos espaços. Também produziram bolas de sementes, sabão ecológico e investigaram o relógio biológico de plantas medicinais. O trabalho aproxima os alunos de práticas ambientais acessíveis e criativas, incentivando a reflexão sobre sustentabilidade no cotidiano escolar e comunitário.
No Colégio Estadual João XXIII, de Clevelândia, o Clube de Ciências Área XXIII apresentará um projeto voltado à valorização dos parques naturais do município. A iniciativa envolveu saídas de campo para observação da biodiversidade e coleta de informações, que serviram de base para a produção de cartilhas ilustradas e vídeos educativos. As cartilhas, com linguagem acessível e atividades interativas, foram destinadas à escola e à comunidade, enquanto os vídeos ganharam espaço nas redes sociais e em eventos locais.
Por fim, do Colégio Estadual Dom Carlos, de Palmas, o Clube Arquitetos da Natureza estará no Paraná Faz Ciência com o projeto Produção de Vinagre Artesanal a partir da Polpa e Casca de Frutas. A iniciativa utiliza frutos da agricultura familiar, incluindo polpas e cascas, com o objetivo de reduzir o desperdício e incentivar práticas sustentáveis. Embora alguns resultados não tenham atingido os padrões de acidez esperados, os testes forneceram dados relevantes para estudos futuros e destacaram o potencial da produção artesanal como alternativa sustentável e educativa.