Conheça os projetos do Clube Dengue Bot, do Colégio Estadual Vereador José Balan
Em Umuarama, o Clube Dengue Bot, do Colégio Estadual Vereador José Balan, teve três projetos finalistas na Feira Científica do Núcleo de Altas Habilidades/Superdotação (FENAAH/S), da SEED (Secretaria de Estado de Educação) do Paraná. O evento ocorre entre os dias 11 e 13 de novembro, em Foz do Iguaçu.
A feira tem por objetivo proporcionar trocas de vivências entre professores e entre os estudantes dos programas de Altas Habilidades/Superdotação do Paraná. Também é uma maneira de incentivar e dar maior visibilidade a projetos elaborados por eles, por meio de apresentações dos trabalhos de Iniciação Científica.
O professor coordenador do clube, Maikon Douglas Schmidt, conta estar muito feliz com o resultado. “Foi uma alegria imensa quando recebemos a notícia de que os alunos foram selecionados como finalistas da FENAAHS. Eles ficaram radiantes! Muitos comemoraram, sorriram, vibraram — foi realmente um momento muito especial para todos nós”, afirma.
Conforme o professor Maikon, isso foi possível graças à dedicação dos estudantes. “É o reconhecimento de todo o esforço e o comprometimento que eles colocaram no projeto desde o início. Como professor e orientador do clube, me sinto extremamente orgulhoso. Acompanho de perto cada etapa, cada desafio superado, e ver esse resultado é muito gratificante. Ser finalista em uma feira tão importante como a FENAAHS mostra que nossos alunos têm talento, criatividade e capacidade de transformar ideias em soluções reais. Essa conquista fortalece a confiança deles e inspira toda a comunidade escolar”.
Os três projetos aprovados são:
- Desenvolvimento de maquete inteligente para avaliação da reutilização da água da chuva em ambiente escolar com arduino UNO e ESP32;
- Desenvolvimento e aplicação de um jogo educativo de matemática no SCRATCH com temática de animes para o ensino de divisão e
- Protótipo de um robô autônomo para o auxílio no combate a Dengue no ambiente escolar.
O primeiro projeto realizado pelos estudantes do oitavo ano Antônio Carlos Vigarin Scantamburlo, Luiz Otávio Cabral Tis e Victor Emanuel dos Santos da Silva, é uma maquete de um dos blocos da escola com a intenção de simular um sistema de captação e reutilização da água da chuva. Na maquete, conforme escala proposta, cada um centímetro equivale a um metro (real). Segundo o professor Maikon, “os clubistas demonstram na prática como a água da chuva que cai sobre o telhado pode ser coletada, armazenada e reaproveitada de forma inteligente”.
A maquete tem sensores conectados ao Arduino Uno e ao ESP32, que monitoram, por exemplo, o nível da água no reservatório, a umidade do solo para uma possível irrigação, além de sensor de chuva para abrir e fechar o reservatório. Neste projeto também é demonstrado uma simulação do uso da água, como para reuso, irrigação de jardins, descarga e lavagem do pátio da escola.
Os clubistas pretendem realizar cálculos estimando a quantidade de volume de água que pode ser captado, com base nos dados da chuva da região e nas dimensões do telhado. Com o resultado, eles irão avaliar o potencial de redução na conta de água, ou seja, o impacto que esse sistema realizaria ao colégio.
Além disso, o professor conclui que “o projeto envolve conceitos como sustentabilidade, a partir da utilização de materiais recicláveis, robótica, programação e incentiva os alunos a pensarem em soluções reais para os desafios ambientais”.
O segundo projeto finalista, elaborado pelos alunos do sétimo ano: Gabriel Mateus Dalbosco de Almeida, Breno Gabriel Tavares Martins e Kauan Ribeiro, foi um jogo inspirado no universo do anime Naruto, com o objetivo de desenvolver a operação de divisão.
Segundo o professor, “entre as quatro operações da matemática (adição, subtração, multiplicação e divisão), talvez essa seja a que os alunos apresentam maior dificuldade”. Conforme Maikon, esse projeto também visa atender os alunos da sala de recursos.
O jogo foi desenvolvido no Scratch – uma linguagem de programação visual elaborada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), projetada para crianças e jovens aprenderem os conceitos básicos de programação de maneira participativa. Por isso eles utilizaram a linguagem dos animes e da programação. Os clubistas elaboraram fases, dicas e desafios que envolveram a conta de dividir de forma lúdica e interativa.
“Essa proposta estimula tanto o raciocínio lógico quanto a criatividade promovendo o protagonismo desses alunos clubistas, ao passo que estimula a aprendizagem dos estudantes que apresentam dificuldade”, diz o professor.
Desenvolvido por alunos clubistas do nono ano: Gustavo Lima de Araújo, Gustavo Dosso Francischini Da Silva e Ana Júlia dos Santos França, o terceiro projeto produziu um robô autônomo para auxiliar no combate à dengue no ambiente escolar.
Esse robô possui sensores de obstáculos que permitem sua movimentação independente pelos espaços da escola – como corredores, salas de aulas e pátios. Além disso, ele dispersa uma solução de citronela enquanto se movimenta. Essa substância natural ajuda a repelir o mosquito Aedes aegypti. Conforme o professor, o protótipo está sendo testado no ambiente escolar e a ideia é unir tecnologia e educação para promover a prevenção da dengue de forma prática e inovadora.
Aliado ao teste do robô, Maikon explica que os alunos estão desenvolvendo armadilhas de mosquitos seguindo a metodologia da Fiocruz. As armadilhas se chamam ovitrampas. “Essa armadilha será um pote e uma paleta de Eucatex, nós iremos colocar no pote uma solução de levedura de cerveja que irá atrair a fêmea do mosquito que estiver por perto. Essa fêmea vai depositar ovos nessa paleta. E a partir da contagem de ovos a gente vai ter um indicativo da quantidade de mosquitos na região”, explica.
Além disso, o professor expõe que para os próximos passos, serão montados dois grupos de experimento, sendo um experimental e outro de controle, em uma sala de aula que terá influência do robô e a outra que não terá. A partir dessa estratégia, o clube conseguirá levantar dados sobre a eficiência do robô no combate à dengue no ambiente escolar.