Estudantes conheceram diferentes espécies de abelhas-sem-ferrão e aprenderam sobre sua importância para a biodiversidade
No dia 16 de junho, os alunos do clube de ciências ‘Climatize-se’, do Colégio de Educação Integral Professor Pedro Carli, em Guarapuava, participaram de uma visita técnica a um meliponário da região. Durante a visita, os clubistas puderam acompanhar de perto diversas colmeias de abelhas-sem-ferrão e aprender sobre o manejo e a preservação dessas espécies.
As abelhas-sem-ferrão pertencem ao grupo dos Meliponíneos e fazem parte da biodiversidade brasileira há milhões de anos. São responsáveis por cerca de 80% da polinização da mata nativa, desempenhando um papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas. Os alunos puderam conhecer espécies como a Abelha Jataí (Tetragonisca sp), a Mandaçaia (Melipona quadrifasciata) e a Bugia (Melipona mondury), além de entenderem como essas abelhas constroem seus ninhos, que podem estar em ocos de árvores, no solo, em muros, em telhados ou em caixas racionais desenvolvidas por meliponicultores.
A atividade foi realizada na propriedade do meliponicultor Valde Foss, de 33 anos. O interesse de Valde pelas abelhas surgiu ainda na infância, inspirado pelo avô. Desde então, passou a criar abelhas, e já adulto, se especializou no manejo de espécies sem ferrão. Hoje, ele atua como instrutor no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), ministrando cursos de apicultura (abelhas com ferrão) e meliponicultura (abelhas-sem-ferrão) em diferentes municípios do Paraná.
Segundo o meliponicultor, atividades como as do clube de ciências ‘Climatize-se’ são necessárias para ampliar a conscientização sobre a importância desses insetos. “Quando falamos de abelhas, o pessoal só pensa em mel e ferrão. Porém, se a gente for ver, é o serviço de polinização que elas fazem que sustenta a vida no planeta. Por isso temos que valorizar as nossas abelhas-sem-ferrão”, defende.
A atividade foi organizada e acompanhada pela professora Katiane dos Santos, responsável pelo clube de ciências no Colégio de Educação Integral Professor Pedro Carli. Ela encontrou o meliponicultor Valde Foss por meio de um grupo de criadores de abelhas-sem-ferrão da região de Guarapuava e também com a indicação do professor Rafael Augusto Gregati, do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Para a professora, as experiências práticas são fundamentais para que os alunos visualizem melhor o que estão estudando. “No clube, usamos a metodologia científica, mas quando eles vivenciam e observam de perto o objeto de pesquisa, conseguem absorver melhor o que eles estão pesquisando no clube.”
Tiago Vaz Machado, de 14 anos, faz parte do clube de ciências ‘Climatize-se’ e se impressionou com a espécie Plebeia lucii, considerada a segunda menor abelha do mundo. O que mais chamou a atenção do clubista foi a forma como essa espécie constrói o ninho e o trabalho coletivo das abelhas. No meliponário de Valde Foss, atualmente há mais de 80 espécies diferentes de abelhas-sem-ferrão.
Para o clubista Tiago, o contato direto com as abelhas foi fundamental para o aprendizado. “A gente já tem aulas práticas na escola, mas esse convívio com as abelhas e o conhecimento sobre outras espécies nos ajuda bastante. Muitos colegas querem seguir nessa área, então ajuda bastante no desenvolvimento e no nosso aprendizado”, comenta.
Em agosto, a professora Katiane também pretende realizar oficinas no colégio com apoio do Senar, para dar continuidade ao trabalho sobre as abelhas-sem-ferrão com os estudantes.
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