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Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação apresentam pesquisas e produtos para combater a emergência climática

Por: Silvia Calciolari

Organizados em redes, participantes dos NAPIs conversam com o público durante o Paraná Faz Ciência em Guarapuava

Os NAPIs se revezaram nos estandes do Espaço Arena Paraná no Centro de Eventos Cidade dos Lagos, em Guarapuava (Foto/Silvia Calciolari/NAPI PRFC)

A 5ª Edição do Paraná Faz Ciência 2025 está sendo uma oportunidade valiosa para pesquisadores das universidades paranaenses que integram o ecossistema Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) apresentarem os resultados de suas pesquisas ao público. O evento é organizado pelo NAPI Paraná Faz Ciência e tem o objetivo de divulgar à sociedade a produção científica feita em universidades, estaduais e federais, e institutos de pesquisa.

Os Novos Arranjos promovem redes colaborativas entre alunos, professores, em todas as áreas do conhecimento, favorecendo uma conexão entre a academia e setores produtivos e da indústria. Atualmente, 46 NAPIs estão em execução, desenvolvendo 57 projetos estratégicos em áreas como saúde, educação, emergências climáticas, sustentabilidade, agricultura, inteligência artificial, energias renováveis e transformação digital. Eles representam uma política pública inovadora, que articula dezenas de grupos de pesquisa de todas as universidades e institutos do Estado.

O programa tem apoio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com fomento da Fundação Araucária. O projeto de criação e implementação dos Arranjos começou em 2019 e tem como objetivo promover a pesquisa científica e a inovação tecnológica do Paraná. Num contexto de emergência climática, os pesquisadores buscam soluções sustentáveis para mitigar os impactos das mudanças climáticas nas mais variadas áreas. 

Soluções sustentáveis

Uma importante frente de combate às mudanças climáticas no Paraná para o desenvolvimento de soluções sustentáveis vem do NAPI Energia Carbono Zero (EZC), que está participando da feira, em Guarapuava, para divulgar o trabalho do Arranjo. O grupo trouxe um livro impresso com o conhecimento acumulado de toda a produção científica do NAPI EZC, mas que tem a versão digital, e um kit de robótica para entregar aos professores do ensino médio para trabalhar de forma prática e lúdica com os alunos nesta temática.

“O Paraná Faz Ciência é uma oportunidade para mostrar o nosso trabalho, já que a gente opera com a ciência dura, ou ciências naturais como Física, Química, Biologia, e nem sempre temos condições de atingir diretamente todos os públicos como neste evento”, enfatiza o professor de Física, Valdirlei Fernandes Freitas, coordenador do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Energia Zero-Carbono (NAPI EZC), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

Valdirlei Fernandes Freitas, no estande com bolsistas do NAPI EZC (Foto/Silvia Calciolari/NAPI PRFC)

Outro exemplo nesta área da sustentabilidade é o NAPI Hidrocarbonetos Renováveis (HCR), que organiza pesquisas em torno da produção de combustíveis sustentáveis para aviação, diesel verde e produtos que possam substituir os derivados de petróleo nos setores de transporte e energético.

“Como um NAPI tecnológico, trouxemos um relato dos resultados ao longo de três anos de trabalho, contabilizando 45 artigos publicados, seis patentes depositadas e quatro concedidas, além de vários projetos de pesquisa aprovadas pelas agências de fomento e setor produtivo que estão dando condições e desenvolvimento das tecnologias que estamos propondo”, explica Luiz Pereira Ramos, articulador do Hidrocarbonetos Renováveis e vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Carmem Guedes, da UEL; Luiz Pereira Ramos, UFPR), Marilei Oliveira, UTFPR, Matheus Giacomiti (unicentro; Michael Yunes, UFPR, Andersson Barisson, (UFPR) (Foto/Silvia Calciolari/NAPI PRFC)

Com o objetivo de promover o desenvolvimento da vitivinicultura paranaense, o NAPI Inova Vitis é composto por pesquisadores do  Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Alessandra Maria Detoni e o professor e engenheiro agrônomo, Luiz Antonio Biasi, da UFPR (Foto/Silvia Calciolari/NAPI PRFC)

A coordenadora do Arranjo, Alessandra Maria Detoni, pesquisadora do IDR-PR, informa que o NAPI trabalha tanto com uvas finas de mesa para consumo in natura, uva para o processamento de sucos e vinhais, além de um trabalho com cobertura plástica visando o controle de pragas e a melhora da qualidade.

“A nossa participação neste evento é de extrema importância para levar ao mundo acadêmico e todas as pessoas da comunidade que estão nos visitando, ainda mais na região de Guarapuava que tem grande importância na produção de uvas”, completa Detoni.

Instituído em setembro, o NAPI Biogás é o mais novo Arranjo da rede, prevê o desenvolvimento de soluções inovadoras e modelagem de negócios para gestão inteligente de resíduos orgânicos como fonte de energia renovável, podendo ser térmica, elétrica ou biocombustível.

O coordenador do NAPI Biogás, Breno Pinheiro, destaca que o Paraná tem um potencial de produção de biogás por meio da gestão de biogás, especialmente na região de Guarapuava, onde acontece o Paraná Faz Ciência. Ele está vinculado ao Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás), no Parque Tecnológico Itaipu (PTI-BR), e à Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT), que já firmaram parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Unila e UFPR.

Breno Pinheiro, coordenador do NAPI Biogás (Foto/Silvia Calciolari/NAPI PRFC)“

A proposta do NAPI é tirar as pesquisas que já estão em andamento para atender os interesses do mercado, construindo pontes para uma gestão mais sustentável”, diz.

Para o coordenador do setor dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (SENAPI), Diego Iwankio, a ideia é otimizar a gestão dos NAPIs. Ele lembra que tudo começou em 2019 como metodologia e, desde então, a rede está sendo diversificada constantemente em todo o território paranaense.

“O SENAPI é responsável em receber as demandas da sociedade, transformar em projetos para que se tornem NAPIs, sejam implantados e dêem as soluções que a população precisa”, explica Iwankio.

Estiveram em Guarapuava Diego Iwankio (à direita); Michele Meruvia, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC); Gabriel Abner, mestrando em Física na UTFPR/Curitiba; Marcus Vinícius Gomes Damasceno, graduando Física da UTFPR/Curitiba, Ivan Seratiuk, mestrando da UTFPR/Curitiba; e Felipe Zahrebelnei, professor e doutorando na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) (Foto/Silvia Calciolari/NAPI PRFC)

O coordenador dá o exemplo do NAPI Eletrônica Orgânica, que está na feira apresentando novos componentes como uma fita leve e flexível para geração de energia solar, podendo ser instalada em qualquer tipo de telhado.