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Rafaela Zerbielli, de Guarapuava, conta a experiência no programa SLI, em Portugal

Por: Mathias Trindade

Clubista do Colégio Estadual Padre Chagas foi uma das cinco paranaenses selecionadas para o intercâmbio científico, onde desenvolveu soluções para uma base lunar

A fotografia mostra uma jovem de cabelos longos e castanhos, usando óculos e camiseta branca com estampa colorida, sentada em uma mesa redonda e trabalhando em um notebook preto. À frente dela, há outro notebook aberto com uma tela clara. No fundo, outras pessoas também trabalham em computadores. Na parede, há um grande painel com o logotipo do programa “SLI – CEiiA New Space PT”, em um fundo que lembra o espaço sideral, com estrelas e planetas.
Rafaela Zerbielli, de 16 anos, durante a 6ª edição do Programa Sustainable Living Innovators (SLI), que ocorreu entre os dias 14 de julho a 8 de agosto. (Foto/ Arquivo Pessoal)

No dia 8 de agosto, chegou ao fim a sexta edição do Programa Sustainable Living Innovators (SLI), em Portugal. Entre os cinco estudantes paranaenses selecionados para o programa internacional, esteve Rafaela Zerbielli, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Padre Chagas, de Guarapuava, e integrante do clube de ciências “EcoCientistas Visionários’’,  vinculado à Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

Com o tema “Da Lua para a Terra – Como é que as tecnologias de exploração lunar podem melhorar a vida na Terra”, Rafaela e seus colegas brasileiros e portugueses desenvolveram o conceito de uma base lunar. A proposta final do projeto era apresentar  soluções para viabilizar futuras colônias humanas na Lua.

A estudante embarcou para Portugal no dia 10 de julho, e as atividades do intercâmbio começaram no dia 14. Segundo Rafaela, ao chegar ao país, ela ficou impressionada com a receptividade e o preparo dos portugueses e dos demais participantes. “Todos pareciam extremamente aptos para o programa, trazendo ideias inovadoras e um entusiasmo contagiante. Foi bem legal perceber que apesar das diferenças culturais, todos compartilhavam o mesmo objetivo de criar algo grandioso juntos”, relatou.

Durante o programa, os 29 participantes foram divididos em quatro grupos temáticos: saúde e bem estar, construção, mobilidade  e energia. Rafaela integrou a equipe de saúde e bem-estar, responsável por desenvolver soluções voltadas ao cuidado dos astronautas na missão lunar. Cada grupo trabalhou em soluções específicas dentro de sua área, e a entrega  final do programa foi a criação de uma base lunar funcional que,  futuramente,  pudesse viabilizar colônias humanas na Lua, um resultado final que uniu as ideias elaboradas por todos os participantes.

Para Rafaela, a visita aos centros de pesquisa ligados à exploração espacial foi uma das atividades mais marcantes do programa, por proporcionar contato direto com protótipos e simulações. “Estar diante de tecnologias reais, que hoje estão em fase de estudo, mas amanhã poderão estar no espaço, foi como ver o futuro diante dos meus olhos.”

Rafaela Zerbielli: “O momento mais marcante foi quando recebemos os diplomas de Innovators, representou todo o nosso esforço, dedicação e aprendizado ao longo de um mês intenso” (Foto/Reprodução YouTube)

A estudante também destacou o aprendizado em áreas como engenharia e arquitetura espacial, métodos de geração de energia em ambientes extremos, mobilidade em terrenos lunares e cuidados com a saúde humana em condições adversas. Mais do que o conhecimento técnico, Rafaela valoriza as competências desenvolvidas ao longo do intercâmbio. “Destaco principalmente as habilidades de trabalho colaborativo internacional e em gestão de projetos científicos complexos, como as que eu desenvolvi lá, pois a organização do programa inteiro se baseava nisso. Então posso dizer que essas habilidades, por conta da estrutura do programa, foram muito bem aprimoradas”, contou.

O Programa Sustainable Living Innovators (SLI),  foi oferecido por meio de uma parceria entre a Fundação Araucária e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), de Portugal. A iniciativa foi oferecida a estudantes dos segundos e terceiros anos do ensino médio que fazem parte dos Clubes de Ciência da Rede de Clubes Paraná faz Ciência, além de outros cinco universitários cursando os dois anos iniciais da graduação e matriculados em projetos de iniciação científica.

De volta a Guarapuava, Rafaela já planeja aplicar uma das maiores lições que ela adquiriu durante o programa no dia a dia do clube de ciências: a importância do trabalho colaborativo e multidisciplinar. “No clube de ciências, pretendo incentivar ainda mais essa dinâmica, mostrando que ideias diferentes se complementam e podem gerar soluções muito mais criativas e eficazes”, defende a clubista.

Além do trabalho colaborativo, a clubista pretende compartilhar os conceitos de sustentabilidade e inovação que aprendeu. “Aprendemos que tecnologias pensadas para um ambiente extremo, como a Lua, podem ser adaptadas para melhorar o cotidiano aqui na Terra. Acredito que levar essa visão para meus colegas e para a comunidade pode inspirar projetos voltados para questões nossas,  aqui mesmo de Guarapuava, como, por exemplo, o uso mais consciente da água, a geração de energia limpa e a construção de soluções simples, mas inovadoras, voltadas aos problemas do dia a dia”, comentou Rafaela.
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